Rebeldes da Síria fazem acordo com governo para saída de Ghouta Oriental

Reuters

Publicado 21.03.2018 10:00

Atualizado 21.03.2018 10:10

Rebeldes da Síria fazem acordo com governo para saída de Ghouta Oriental

Por Suleiman Al-Khalidi

AMÃ (Reuters) - Um acordo mediado pela Rússia determinou a retirada de um grupo rebelde sírio de uma cidade de Ghouta Oriental, disseram fontes da oposição e autoridades nesta quarta-feira, o primeiro pacto do tipo no último bastião rebelde remanescente próximo da capital.

Combatentes do grupo rebelde Ahrar al Sham que controlam a cidade sitiada de Harasta concordaram em depor as armas em troca da saída segura rumo ao noroeste do país, comandado pela oposição, e de uma oferta de perdão nos termos de uma reconciliação com as autoridades para aqueles que quiserem permanecer, disseram as fontes.

Não há indício de quando o acordo será implantado, e uma fonte a par das conversas disse que obstáculos podem adiá-lo por alguns dias.

O Ministério da Defesa russo disse nesta quarta-feira que abriu um novo "corredor humanitário" perto de Harasta, mas não indicou se isso pode ser parte de qualquer acordo de retirada dos rebeldes.

O Exército sírio e forças aliadas recapturaram 70 por cento do território que estava nas mãos dos insurgentes no enclave, e depois de semanas de bombardeio os moradores estão fugindo aos milhares.

Iniciada no mês passado, a operação do Exército apoiada pelo poderio aéreo russo matou centenas de pessoas, uma vez que os ataques aéreos atingiram áreas residenciais do enclave densamente povoado nas quais milhares haviam se abrigado em porões, de acordo com agentes de resgate e um grupo de monitoramento.

Anos de cerco e bombardeios são uma estratégia do Exército sírio para obrigar os insurgentes a se render, e ajudaram o presidente Bashar al-Assad a recuperar a totalidade de Aleppo, Homs e outras áreas.

"O acordo foi finalizado e pode entrar em vigor pouco depois de um cessar-fogo ser anunciado ainda na quarta-feira", disse uma autoridade familiarizada com as conversas.

O pacto começaria com a retirada de civis feridos, acrescentou, dizendo que os civis restantes na cidade estão "diante de um sofrimento indizível".