Reino Unido redefine "extremismo" após aumento de crimes de ódio contra judeus e muçulmanos

Reuters

Publicado 14.03.2024 17:29

Por Michael Holden

LONDRES (Reuters) - O Reino Unido atualizou nesta quinta-feira sua definição para "extremismo" após um aumento nos crimes de ódio contra judeus e muçulmanos desde os ataques do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, embora críticos afirmem que a mudança pode infringir a liberdade de expressão.    Neste mês, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que a democracia multiétnica do país está sendo minada por extremistas islâmicos e de extrema-direita.    Segundo a Community Security Trust, que fiscaliza a violência contra judeus, os incidentes antissemitas subiram 147% em 2023, atingindo números recordes, especialmente após os ataques de 7 de outubro.

O Tell Mama, grupo que monitora os crimes de ódio contra muçulmanos, reportou um aumento de 335% desde os ataques.    "Nossa democracia e nossos valores de inclusão e tolerância estão sendo desafiados por grupos extremistas, que estão radicalizando nossos jovens e aumentando a polarização", afirmou Michael Gove, ministro das Comunidades e chefe do departamento responsável pela nova definição.    Críticos dizem que a ideia pode ser contraproducente e potencialmente usada para silenciar aqueles que se opõem ao governo.

Os temores vieram de pessoas como o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, e de ex-ministros de governos conservadores.

Gove respondeu argumentando que a definição não atingiria ativistas dos temas de gênero, transgênero, ambiental e os com visões religiosas conservadoras.

"É importante salientar que de forma alguma temos o objetivo de restringir a liberdade de expressão, religião ou credo", afirmou.