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Publicado 22.07.2013, 11:12
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O título acima mostra o tempo que falta para o fim do mandato da presidente Dilma. Os últimos acontecimentos, com o acirramento dos ânimos, impulsionado pelos protestos de rua, e a piora dos indicadores econômicos, colocam à prova o legado de Dilma Roussef. Neste momento, seu saldo não é dos mais favoráveis, com perda de credibilidade da política econômica, queda nas pesquisas, vaiais em vários eventos, etc.

Como vem sendo dito neste espaço, observa-se o esgotamento de um modelo de fazer política e de gestão econômica que não mais se sustenta.

Pelo lado fiscal, o governo mantém uma política ativa, baseada em maquiagens fiscais, concessões de crédito, via BNDES, impactando diretamente na dívida pública bruta, já próxima de 60% do PIB, desonerações setoriais, tarifas congeladas, etc. Isto acaba se refletindo no sobrecarregamento da política monetária, pressionada pelos excessos de gastos públicos, com o BACEN tendo que atuar com a mais pesada na gestão de juros. Para este ano, a taxa prevista é de 9,5%, mesmo patamar previsto para 2014.

Muitos esperavam, depois dos protestos da rua e com a taxa de câmbio mais depreciada, pela previsível redução de liquidez do Fed, mas também pelos desencontros da política econômica, que o governo fosse responder aos apelos das ruas, dando um “cavalo de pau” na política econômica, optando por um “choque de credibilidade”, com a adoção de medidas de impacto.

O governo anunciou um plebiscito para a Reforma Política e o contingenciamento de despesas de custeio, estimadas entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, dentre outras sinalizações. Estas medidas, no entanto, se mostraram insuficientes para reverter a onda de desconfiança que se espalha pelos mercados.

Neste caso, uma tese seria, além de certa teimosia em reconhecer possíveis erros no curso da política econômica adotada, a necessidade da Presidente negar suas fraquezas, em função do calendário pré-eleitoral (infelizmente, antecipado). Não ficaria bem para o governo reconhecer seus erros, já que daria munição à oposição.

Sendo assim, não será surpresa se o governo Dilma conduzir os próximos meses e no ano que vem ainda com medidas tópicas, que dêem uma sobrevida a sua gestão, visando apenas ganhar tempo para a eleição de 2014. Somado a isto, é urgente uma reforma administrativa, dado o inchaço do número de ministérios e a má gestão pública. Isto, no entanto, são apenas conjecturas, devaneios neste momento de incerteza e falta de um rumo claro do governo.

Nesta trajetória, o PIB segue patinando, a inflação ameaça sair do controle, acima do teto da meta (6,5% anuais), o câmbio se aproxima de R$ 2,30, e o juro se encaminha para um patamar entre 9% e 10%. Em paralelo, o setor externo sinaliza déficit em conta corrente acima de 3,2% do PIB e o superávit primário aponta saldo próximo a 1,9% do PIB, distante da meta recente de 2,3%. Sinalizemos então o que deve acontecer com a economia entre 2013 e 2014.

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  • O BACEN terá que manter a “mão pesada” na política monetária, em contraposição aos desajustes fiscais, como maquiagens, impacto do congelamento de tarifas públicas, desonerações, dentre outras medidas geradas depois dos protestos das ruas. Neste sentido, estamos prevendo o juro a 9,5% ao fim deste ano, sendo mantido no mesmo patamar em 2014.
  • Pelo lado da política fiscal, o contingenciamento de despesas, entre R$ 10 e R$ 15 bilhões, anunciado pelo governo, mais focado em custeio (na manutenção da máquina pública) e menos em investimentos e projetos sociais, é uma boa notícia. O objetivo aqui é dar sustentação ao superávit primário de 2,3% do PIB previsto para este ano. O fato é que o mercado segue na expectativa de um “choque de credibilidade”, com o governo se empenhando mais num ajuste fiscal permanente e voltado ao longo prazo. Neste debate, fala-se na meta de déficit nominal zerado, em passado recente considerada uma “idéia rudimentar”.
  • Embora a meta atual, de 2,3% do PIB só considere o desempenho primário, ou seja, receitas e despesas livres dos encargos financeiros, não seria uma má idéia incluí-los na apuração do resultado fiscal. Com isto, o desafio passaria a ser coordenar as políticas, fiscal e monetária, dado que uma não sobrevive sem a outra.
  • Em complemento, embora a dívida líquida do setor público feche neste ano em torno de 35% do PIB, a dívida bruta deve se manter pressionada, próxima a 60% do PIB, dada a expansão de crédito fornecida pelo BNDES, com recursos do Tesouro, para fomentar o crédito das famílias e das empresas.
  • Pelo lado do resultado primário, há dúvidas sobre a capacidade de fechar este ano com saldo de 2,3% do PIB. Neste momento, pelos estímulos fiscais em pauta, se aproxima mais de 1,8%. Isto vem junto com as pressões das ruas, o que já gerou algum impacto, depois dos governos regionais terem congelado as tarifas de transporte. Em 2014, com as eleições, e o aumento das demandas não será uma tarefa fácil fechar no saldo almejado.
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  • Pelo lado da atividade, este segundo semestre teve início com a economia sem força. A produção industrial recuou 2% em maio contra abril e o varejo mostrou pouca força (estável entre abril e maio), dado a perda de renda com a inflação e o esgotamento da capacidade de endividamento das famílias. Por outro lado, os investimentos seguem de lado, dado a atraso das concessões em diversas áreas, como rodovias, ferrovias, aeroportos, etc. Com isto, seguimos revisando nossas projeções, com o crescimento mais próximo de 2% do que de 3% neste ano e no próximo.
  • Pelo lado da inflação, as projeções indicam o IPCA próximo a 6% neste ano e em suave queda em 2014. Para o segundo semestre, como preocupação tem-se o aumento da pressão dos preços dos grãos, como soja, milho e trigo, o repasse cambial e o impacto dos serviços. Neste caso, o dólar a R$ 2,25, em algum momento será absorvido pelas empresas, dado o encarecimento dos insumos importados. Isto se refletirá na inflação, tanto no atacado pelos IGPs, como também pelos IPCs.
  • Entramos, portanto, no debate em torno da taxa de câmbio. Esta, atualmente, em torno de R$ 2,25, ainda deve se manter volátil por um tempo, até porque, pelo “andar da carruagem”, não acreditamos em profundas mudanças no curso da política econômica. Somado a isto, as agências de rating, já colocando o risco soberano do País em perspectiva negativa, devem reduzir sua nota nas próximas semanas. Para piorar, o Fed deve começar a reduzir o ritmo de compra de títulos neste ano, o que reduzirá a liquidez do mercado global, afetando ainda mais os emergentes. Por ora, estamos ajustando o dólar de R$ 2,16 para R$ 2,20 neste ano e para R$ 2,25 em 2014.
  • No cenário internacional, nos EUA, a ação do Fed no processo de reversão da política de compra de títulos públicos e a posterior elevação do juro assim como na China, a desaceleração da economia (mais em soft landing, mas mesmo assim afetando os mercados) e a lenta agonia da Zona do Euro, cobram seu preço para os mercados emergentes. No caso da China, o crescimento menor, mais próximo de 7,8%, afeta as commodities e as exportações destes mercados, com especial atenção para o Brasil.
  • Neste, o déficit em conta corrente, já em 3,2% do PIB, deve se deteriorar ainda mais, com o ingresso de investimentos externos diretos, insuficiente para o financiamento deste desequilíbrio. Nestes, as previsões indicam um volume de investimentos externos diretos em torno de US$ 64 bilhões ao fim deste ano com o déficit em conta corrente maior que US$ 74 bilhões. Isto sinaliza uma maior necessidade de financiamento externo, diante da piora do saldo em conta corrente, mesmo com o ingresso de investimentos externos estável, como observável no gráfico a seguir.
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Figura 1Figura 2

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