As atualizações de ações escolhidas pela IA em junho já estão disponíveis.
Veja novidades em Titãs da Tecnologia, com alta de 28,5% no acumulado do ano.
Acessar Ações

A Fórmula do Sucesso de Grandes Investidores: Revelada

Publicado 08.05.2019, 10:24
Atualizado 09.07.2023, 07:32
USD/BRL
-
FLRY3
-
BPAC11
-

Qual é o segredo do sucesso dos grandes investidores? O que você tem de fazer para, rapidamente, se tornar um multimilionário das finanças?

O grande segredo é que não há segredo algum. Não tem atalho, algoritmo, fórmula mágica. Estamos num ambiente de incerteza e aleatoriedade, no Quarto Quadrante de Nassim Taleb, onde a ciência (e os métodos predeterminados) pode(m) fazer pouco, quase nada por você.

Fora da possibilidade de ser atingido pela sorte — e, sim, isso acontece com frequência (inclusive mais vezes do que a maioria supõe; o que leva muito sortudo por aí a se achar competente) —, não tem caminho fácil.

O percurso das finanças e da construção patrimonial é sinuoso, cheio de desafios e surpresas bem no meio da estrada. Nada muito diferente do que a própria vida. O mercado financeiro é uma metonímia da interação social igualzinha àquela da realidade cotidiana.

Seres humanos (ou computadores programados por seres humanos) obedecem a seus instintos mais primitivos da propensão à troca, à negociação, para aumentar seu bem-estar. A sociedade comercial, para usar um termo de Adam Smith, se vincula espontaneamente à natureza humana. Talvez por isso a insistência de Margaret Thatcher em recuperar a essência do Partido Conservador inglês em sua defesa de políticas liberais, mesmo contra a visão estereotipada daqueles que viam na destruição criativa schumpeteriana, típica do capitalismo, uma ameaça a tradições seculares consagradas. Segundo a Dama de Ferro, a sociedade comercial seria uma representação visceralmente conservadora, porque preservaria a liberdade individual e a propensão à troca. John Stuart Mill pensou coisas parecidas um tempinho antes.

A arte de investir bem (e isso, para mim, é arte, não é ciência, como tentei dizer no começo) é muito parecida com a tentativa de se viver bem, encontrando seu próprio jeito de ser e estar no mundo, em que ponderam-se, por tentativa e erro numa apresentação que não admite ensaios prévios, forças dionisíacas e apolíneas, atitudes moderadas e outras mais arrojadas, risco e retorno, teimosia e adaptabilidade, convicção e mãos fracas.

Talvez fosse o caso de dar um passo atrás e, antes da questão inicial, nos perguntarmos o que é sucesso. Sem a definição do sujeito, difícil lutar para conquistá-lo. Eu, que ganho 4 mil cruzeiros por mês e devia estar contente porque consegui comprar um Corcel 73, penso que só pode haver uma categorização possível para o sucesso. É aquela de Robert Redford em “O Velho e a Arma” (também a mesma de Taleb), que responde ao questionamento: você decepcionou aquela criança que você era aos 12 anos de idade? Se não, parabéns! Você é bem-sucedido. O resto é perfumaria, jogar para a torcida, escravizar-se numa reputação feita para agradar aos outros porque você está alijado da própria aprovação.

Depois de ver todos os super-heróis passando por momentos difíceis em Bolsa e de ver cada fórmula mágica não resistir ao teste do tempo (ele é impiedoso como Cersei Lannister), hoje vejo tudo com grande ceticismo. Cada vez mais, sou um analista (no sentido amplo, de quem faz análise, como um sujeito do Fleury (SA:FLRY3) que analisa laudos laboratoriais ou como Arnaldo Cezar Coelho analisa arbitragem no futebol) que acredita cada vez menos no poder dos analistas.

A verdade é que eu posso fazer por você menos do que você gostaria. Menos do que eu mesmo gostaria.

Mas que isso não se confunda com uma postura niilista. Há muito, sim, a se fazer para melhorar seus retornos e derrubar o risco de sua carteira. Não no sentido do “investimento certo para o momento”, a “dica quente pra agora”. Isso aí não rola, não.

O mais perto que podemos chegar à fórmula do sucesso em investimentos é aquilo que Ray Dalio, o maior gestor do mundo, chama de seu “Santo Graal”. Ele explica tudo neste vídeo. A síntese é a seguinte: selecione de 15 a 20 ativos considerados bons (razoável combinação risco/retorno), com baixa correlação entre si. O Excel calcula as correlações pra você — a ideia aqui é que não andem na mesma direção, disponham de fatores de riscos diferentes a eles associados.

Por meio dos ganhos da diversificação, você vai conseguir preservar boa parte do seu retorno potencial e dividir seu risco em até cinco vezes. A diversificação é o último almoço grátis disponível, como diria Harry Markowitz.

Se eu pudesse dizer uma coisa aos investidores brasileiros, uma única, seria: “Diversifique seus investimentos. Você não faz ideia do poder de covariâncias negativas atuando conjuntamente”.

Antes de partir para as questões mais frívolas do dia, duas sugestões de cunho pragmático — elas atualizam situações anteriores aqui expostas e que ficaram obsoletas agora, merecendo a correção.

1 — Sempre defendi uma posição estrutural em dólar (poderia ser outra moeda forte, mas o “greenback” cumpre um bom papel) para o investidor pessoa física. Primeiro por razões de hedge/proteção. Depois pela diversificação tão defendida por essas bandas (não coloque todos os ovos na mesma moeda). Como forma de ganhar exposição a isso, apontava os fundos cambiais como alternativa mais fácil, simples e adequada. Os fundos do Votorantim e da Occam, com taxas de, respectivamente, 1 por cento ao ano (e investimento mínimo de 1 mil reais) e 0,75 por cento ao ano (mínimo de 5 mil reais) vinham sendo indicados, por serem os mais baratos, num ambiente que não demanda muita inteligência de gestão. Agora, o BTG Pactual (SA:BPAC11) Digital lançou um fundo cambial com taxa de 0,15 por cento ao ano, passando, portanto, a ser o favorito.

2 — Sou um defensor de fundos de previdência, em especial dos planos PGBL para aqueles que fazem declaração completa de IR — obviamente, precisa ser um bom fundo de previdência, e a maioria da indústria é ruim (há uma matéria extensa no Valor hoje sobre isso, com levantamento da Magnetis mostrando como esse segmento oferece, em geral, baixos retornos, o que exige uma seleção criteriosa). Minha indicação tem sido o FoF Vitreo SuperPrevidência, que parte de uma carteira teórica idealizada, com bela diversificação — diga-se de passagem — para compor uma combinação muito interessante de risco e retorno. A aplicação mínima no fundo era de 10 mil reais ou uma contratação de débitos automáticos de 1 mil reais mensais. Agora, numa espécie de “condição especial de Dia das Mães”, a gestora reduziu os mínimos para 1 mil reais inicial ou 100 reais por mês debitados automaticamente, para contratações de planos de menores de idade. Eu mesmo acabo de fazer para o meu filho, João Pedro. Estou feliz de ter esse “momento família” e garantir um futuro mais tranquilo para ele.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.