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Alimentos Determinam a Inflação do País

Publicado 21.01.2013, 11:19
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Cerca de um quarto das despesas das famílias brasileiras é com alimentação.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice de inflação oficial do país, medido mensalmente pelo IBGE, é composto por nove grupos de produtos e serviços, a chamada cesta de produtos - alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

Cada um destes é ponderado conforme o padrão de consumo da população. Quanto mais as pessoas gastam com determinado grupo, maior seu peso no cálculo da inflação.

Alimentos e bebidas participa com 31,6% do IPCA, a maior parcela dentre os itens que o compõe, segundo o último relatório, de dezembro de 2012. Ou seja, qualquer alta nos preços dos alimentos, por causa de redução de oferta ou do incremento da demanda ou as duas juntas, gera aumento da inflação e consequente, queda do poder de compra da população.

Em 2010, quando o preço da carne bovina subiu fortemente em função de uma forte restrição de oferta e da demanda aquecida, o grupo de alimentos e bebidas representou 39,6% da formação do IPCA.

Segundo o IBGE, somente o grupo carnes, contribui com 10% para o cálculo do IPCA e 26% para o grupo “alimentos e bebidas”. A inflação em 2010 foi de 5,9%, contra 4,3% em 2009.

Veja na figura 1, que nunca houve na série valores tão altos registrados para a carne bovina como naquele ano.
Figura 1
A despesa com alimentação tem aumentado anualmente acompanhando o aumento de renda da população.
Figura 2

Entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, os preços dos componentes do grupo “alimentos e bebidas” subiram 9,8% segundo o IPCA. O aumento de preços no ano ficou acima do resultado de 2011 (7,18%) e próximo do de 2010 (10,4%).

Enquanto o índice para os alimentos cresceu, o IPCA terminou o último ano em 5,8%, 0,66 pontos percentuais, menor do que o de 2011, o que demonstra que de forma geral os preços dos demais itens que o compõem caíram.

A pressão sobre as cotações dos alimentos em 2012 vem da menor oferta.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve redução de 14,7% na produção de arroz e de 22,1% de feijão, enquanto o consumo interno permaneceu praticamente o mesmo.

Para o milho e a soja, as interferências climáticas no Brasil e nos demais produtores mundiais elevou os cotações dos produtos. A soja grão subiu 103% entre junho e setembro.

Para as carnes, o cenário é um pouco diferente. O momento do ciclo de preços pecuários, caracterizado pela maior oferta de boiadas e de vacadas e consequentemente de carne bovina, deixa o mercado com maior disponibilidade, contudo o consumo manteve as cotações em patamares razoáveis. Na comparação mês a mês, foram poucos os momentos em que os valores de 2012 ficaram abaixo dos vigentes em 2011.
Figura 3

A partir de novembro, os preços da carne bovina perderam fôlego e o ritmo de crescimento das cotações diminuiu diferente do esperado para este período do ano, época em que os décimos terceiros salários, bonificações e contratações temporárias, normalmente fazem o consumo e os preços subirem.

Justamente em novembro, o segmento “alimentação e bebidas” perdeu a passada e fez com que o índice de inflação (IPCA) se mantivesse praticamente no mesmo patamar do de outubro, 0,6%.

Segundo o IBGE os preços das carnes subiram 2,04% em outubro e 0,4%em novembro.
Tabela 1
Final

A renda per capita da população tem melhorado e, os níveis de consumo estão crescendo, principalmente de alimentos.

Se a produção não acompanhar esse crescimento, certamente teremos um incremento da inflação.

Neste contexto parte da população ainda é capaz de absorver como legítimas as pressões ambientais, trabalhistas e ideológicas contra a produção agrícola em grande escala, em especial a produção animal, com a pecuária como a grade vilã e causadora do desequilíbrio ambiental.

O processo inflacionário, quando instalado, é de difícil controle. O melhor que se pode fazer é estimular a produção e desonerar o campo.

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