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As Ações da Eneva Têm Espaço para Subir? Segue Uma Breve Análise

Publicado 21.08.2020, 13:58
ENEV3
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OGXP3
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PETR4
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BPAC11
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1.    Resumo do histórico da empresa
 
A ENEVA (ENEV3) é uma empresa oriunda da fusão entre MPX, voltada para geração de energia por meio de usinas térmicas, e OGX (SA:OGXP3) Maranhão, um segmento da petroleira OGX que fica voltada para a extração de gás na Bacia de Parnaíba. Em 2014 o grupo alemão de energia E.ON comprou o controle da parte de usinas térmicas e a empresa passou a ser a ENEVA. No mesmo ano o controle da parte voltada para extração de gás teve o controle vendido para o fundo de investimentos da família Moreira Salles, sócia do banco Itaú. Dois anos depois (2016), as duas empresas se fundiram mantendo o nome ENEVA.

Em 2017 Pedro Zinner assumiu o comando da companhia.  Hoje a empresa atua nos ramos de geração de energia e exploração e produção de gás natural. Em 2013 a empresa passou pelo processo de IPO (Initial Public Offer) e hoje tem valor estimado em cerca de R$ 48,00 por ação em um total de 315.767.683 papeis totalizando um valor de mercado de 15,2 bilhões de reais.

Eneva Semanal
 
 
2.    Modelo de negócio, Vantagem competitiva, Perspectivas Futuras e Riscos.
 
A empresa tem um modelo pioneiro de negócios que consiste na adoção do Resevoir-to-Wire (R2W). Esse sistema se caracteriza pelo uso das reservas de gás natural remotas onshore como fonte nas usinas termoelétricas que são abastecidas diretamente dos campos próximos ao parque térmico. A energia gerada é então direcionada para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse sistema permite uma vantagem competitiva pois é possível monetizar o estoque de gás natural, gerando custos mais atrativos para o mercado energético brasileiro.

O custo do gás natural utilizado chega a ser metade do valor do retirado, por exemplo, do pré-sal, isso gera menor custo para empresa, o que por sua vez viabiliza um retorno maior além do aumento da visibilidade da empresa para prospectar novos investidores. Além disso a empresa é a única no brasil com essa experiência de sistema integrado de produção de energia. A ENEVA conta atualmente com seis usinas termoelétricas a gás natural, cinco delas com contrato de Comercialização elétrica no mercado regulado e um contrato de comercialização de Energia no Ambiente de Contratação Livre, e representa 11% da capacidade térmica a gás do Brasil e 46% da capacidade do subsistema Norte. Segundo a própria empresa, a expectativa é que até 2024 atingirá uma capacidade de geração de 2,8GW de energia, um crescimento de 27% em pouco menos de 4 anos. A empresa estima investimentos de R$ 3,6 bilhões para colocar em operação 3 novas usinas no seu parque de geração. Além disso a empresa conta com usinas a carvão no Maranhão e Ceara.

Das perspectivas futuras, existe também o projeto Azulão-Jaguatirica, que consiste na expansão do modelo de negócio R2W para região de Manaus, com receita fixa calculada estimada pela empresa de R$ 441 mm e receita variável de R$ 206/MWh com início de operação previsto para 2021 e CAPEX aproximado de R$1,9 bi.

No último dia 26 de junho de 2020 a empresa emitiu 650 milhões em Debêntures Simples, vencendo em 2030, para parte do financiamento dos novos projetos em construção citados acima. A S&P Global Ratings, atribuiu o rate BrAAA para essas emissões uma vez que conta com garantia firme de distribuição dos bancos coordenadores, o que indica um alto nível de confiança em que a empresa terá seus investimentos se revertidos em receita num futuro próximo. Mais um fator que indica crescimento nos próximos anos é a geração de receita liquida adicional de R$ 34 milhões provenientes da venda da energia de duas de suas usinas para o mercado livre entre dezembro/2019 e março/2020.

Falando do setor de um modo geral, o governo tem um documento chamado PDE – Plano Decenal de Expansão de Energia 2029, que indica o crescimento do setor para os próximos dez anos. Estima-se um crescimento médio de necessidade energética do brasileiro de 2,5% ao ano, o que abre oportunidade para os projetos de expansão da empresa. Nesse documento existe o programa NMG – Novo Mercado de Gás, que foi lançado em julho de 2019. O objetivo é criar um mercado de gás competitivo para atrair mais investimentos, ampliar a infraestrutura e retomar a competitividade da indústria nacional. Neste contexto foi assinado o TCC entre Petrobras (SA:PETR4) e CADE, documento que impõe à Petrobras vender as Transportadoras NTS, TAG e TBG para o mercado nacional.
 
 
3.    Impactos da COVID-19 na companhia alvo e resultados recentes

Com a pandemia, o país entrou em quarentena durante vários meses. Consequentemente lojas foram fechadas, home office foi adotado e com isso o desaquecimento da economia e da produção industrial, gerando uma queda expressiva nos meses entre março e junho. A empresa calcula quedas semanais de 16% em março e abril e anuais até 25%. Porém, o choque é concentrado devido a situação atual e a projeção é de que nos anos seguintes volte o crescimento contínuo de demanda para a empresa. Outro fator relevante é a inadimplência por parte dos consumidores devido a pandemia.

Em contra partida, no primeiro trimestre de 2020 a empresa terminou com resultados positivos com EBITDA recorde de R$435,3 milhões e lucro líquido de R$ 179 milhões.
 
4.    Governança

A Eneva (SA:ENEV3) aderiu ao as regras do novo mercado, sendo este o segmento que traz um alto nível de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa por parte da empresa. Por ser dessa política de Novo Mercado suas ações são 100% tag along, protegendo os acionistas minoritários contra possíveis vendas da empresa no futuro. Os principais acionistas da companhia são o Banco BTG (SA:BPAC11) pactual e o Grupo Cambuhy, ambos detendo 22,93% da companhia sendo eles os controladores.
 
5.    Resultados recentes.

Para o primeiro trimestre de 2020 a empresa apresentou um caixa de R$ 1,61 Bilhões mais R$ 500 milhões captados sendo 82% via debêntures e o restante via CCB com o China Construction Bank. O EBITDA foi o recorde histórico da companhia com R$ 434 milhões, crescimento de 26% comparado ao mesmo período no ano anterior. O lucro líquido atingiu R$ 179 milhões representando um aumento de 39%. A empresa tem um nível de alavancagem de 2,6X indicando potencial de crescimento e apresenta um ROE de 9,07% além de ter o Índice de liquidez corrente de 2,09, ou seja, seu ativo circulante é 2,09 vezes maior que seus passivo indicando um bom potencial de pagamento das dívidas de curto prazo. Utilizando o Índice CAGR observa-se um crescimento de receita de 11,78% nos últimos 5 anos.

Com relação aos custos, a empresa apresentou custos de serviços de R$523 milhões, apresentando uma retração de 25,9% comparando com o último trimestre de 2019.
No endividamento a empresa consolidou um total de R$ 5,5 Bilhões, uma queda de R$19,7 milhões se comparado com dezembro de 2019. Estes números de endividamento estão abaixo do que a empresa apresentou nos últimos 3 anos, em cerca de 77,3%. Além disso liquidez corrente da companhia está atualmente em 2,01 indicando baixo risco quanto ao pagamento de suas obrigações de curto prazo.
 

6.    Upsides
 
Como citado nos itens acima, a empresa é uma das principais operadoras privadas de gás natural no Brasil com uma capacidade de geração correspondente a 11% de Market Share. Além disso a empresa opera em uma estrutura verticalizada, atuando desde a exploração e produção do gás natural e outras fontes energéticas, além de realizar a geração de energia elétrica e sua comercialização, sendo assim a empresa não fica dependente de terceiros para sua geração de receita e detém maior autonomia sob os processos. Outro fator importante para a companhia é o déficit de matriz energética Brasileira que, em sua maioria, se origina de hidrelétricas, estando sujeita a períodos de estiagem. Portando nessas situações a ENEVA se torna a principal geradora.
 
 
7.    Downsides
Um dos pontos negativos são que as fontes utilizadas pela empresa são não renováveis e poluentes indo na contramão da tendência mundial de redução de emissão de poluentes e de sustentabilidade. O segundo e não menos importante é a não distribuição de dividendos por ser uma companhia ainda em expansão com diversos projetos em andamento utilizando seu caixa para reinvestimentos na empresa.

 
8.    Conclusão
 
A partir dos dados apresentados e da situação atual devido a pandemia podemos considerar que a empresa mostrou um desempenho melhor do que o esperado, levando em consideração o crescimento de seus indicadores EBITDA e lucro líquido quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Além disso a geração líquida da empresa atingiu 2.323 GWH, um crescimento de 280% comparado ao último trimestre de 2019. Sua produção de gás também cresceu com um aumento de 732%. Além disso observou-se indicador de capacidade de pagamento de dívidas em nível aceitável, contribuindo para a saúde financeira da empresa. Por fim diante dos fatores de adversidade do ano atual a empresa conseguiu comportar um crescimento de 38,5% comparado ao ano passado, com menor número de dívidas dos últimos 3 anos e boa lucratividade.

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