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Aumentam as incertezas. Inflação forte. Receita fiscal fraca. Superávit?

Publicado 13.03.2014, 08:09
MAR
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O sentimento de que o Brasil poderá ter um rebaixamento de “rating” ainda neste semestre é crescente, contudo o governo mantem-se otimista considerando que deu a resposta às dúvidas sobre a capacidade do país pagar sua divida tenha sido dada com o anúncio, em 20 de fevereiro, do programa fiscal para 2014.

Acredita que poderá ter o beneplácito das agências de “ratings” só com o novo compromisso apalavrado, já descumprido inúmeras vezes ao longo dos últimos anos em termos efetivos, o que não lhe concede o beneficio da dúvida, sendo necessário, desta vez, entregar para receber o crédito.

E para piorar, a inflação esta forte, mesmo que busquem atenuar justificando com inúmeros fatores. O IPCA registrou em fevereiro alta de 0,69% acumulando em 12 meses 5,68%, acima dos 5,59% de igual período antecedente, ante projeção do mercado em torno de 0,65%. O IGP-M da primeira prévia de março subiu 1,16% depois de registrar 0,22% em fevereiro, acumulando, até o momento, alta de 2,04% no ano e 6,77% nos acumulado nos últimos 12 meses.

Por outro lado, a receita fiscal do governo federal em fevereiro e janeiro está abaixo das projeções e isto pode comprometer o objetivo estabelecido para o superávit primário, o que poderá exigir maior contenção de gastos.

A Agência de “rating” Standard & Poor´s (S&P), após ter mantido durante três dias de conversas com economistas, banqueiros e executivos do setor privado, hoje inicia em Brasília as reuniões com autoridades para “reavaliar” a nota do Brasil, que é BBB desde 2008, sendo que entrou em perspectiva negativa em junho do ano passado, ficando desde então sob risco de rebaixamento no grau de investimento por causa da deterioração fiscal, em especial.

Este é um assunto extremamente delicado para o Brasil, visto que a ocorrência de um rebaixamento de “rating” traria efeitos muito negativos perante aos investidores estrangeiros, e poderia estimular uma saída de recursos do país mais agressiva do que se está imaginando, agravando mais o cenário prospectivo que já coloca o setor externo como um potencial problema para a política monetária este ano.

O fluxo cambial deu um “suspiro” pontual com causa pontual, mas não enseja considerações como reversão de tendência.

A primeira semana de março registrou fluxo positivo de US$ 2,702 Bi, resultante de fluxo financeiro líquido de US$ 2,505 Bi e comercial líquido de US$ 198,0 M. No ano ficou positivo em US$. 2,457 Bi.

Os bancos estão com posições vendidas, segundo dados do BC, no montante de US$ 15,9 Bi, dos quais US$ 13,3 Bi lastreados com financiamentos em moeda estrangeira concedidos pelo BC.

Os ingressos financeiros foram pontuais, ao que tudo sugere, para aplicação de renda fixa em títulos do governo. Importante observar que a taxa cambial estava no entorno de R$ 2,38 antes dos ingressos e caíram ao entorno de R$ 2,32.

Este contexto, acreditamos, fortalece a nossa tese de que o governo vai permitir uma taxa cambial mais elevada para atrair investimentos voláteis, proporcionando-lhes uma taxa de conversão melhor, no momento em que o país também oferece juros elevados, e, com esta ação procurará angariar melhor fluxo de recursos estrangeiros, mesmo que predominantemente com perfil especulativo, minimizando até onde seja possível a utilização das reservas cambiais, cuja preservação é relevante num momento em que o setor externo se coloca com perspectivas adversas.


Os investidores com capitais voláteis sabem que a tendência do preço da moeda americana no Brasil é de apreciação, e o fato de estar bem abaixo do preço que tem sido projetado decorrente da perspectiva de saídas de recursos do país mais intensa do que os ingressos acaba por inibir o ingresso destes capitais especulativos, que nada produzem mas geram liquidez.

Para atrair este fluxo de capitais especulativos focados em taxa de juro o BC precisa agir deixando a taxa cambial se elevar e contendo a volatilidade de forma a dar estabilidade ao preço num patamar mais alto, para que seja atrativa aos investidores especuladores.

A economia americana deve começar a mostrar números mais expressivos da sua retomada da atividade econômica após ter sido severamente afetada por problemas climáticos nos últimos 3 anos. Isto deve mudar a percepção negativa a respeito dos Estados Unidos nestes meses mais recentes. Colocadas as coisas nos devidos lugares, a economia americana começará a atrair os capitais que estão em poder dos emergentes, e, também devem ser alteradas as expectativas quanto às mudanças na política monetária, que será mais um fator para incrementar o movimento de deslocamento de recursos no mercado financeiro internacional.

Naturalmente, o BC deverá manter atenção à geração de liquidez no mercado à vista, deixando, contudo, que a taxa cambial seja elevada. E, para este balizamento deverá restringir a oferta de liquidez no mercado futuro, o que pode determinar a não rolagem total das posições vincendas de “swaps cambiais”.

Na margem, encarece os produtos importados e aumenta a competitividade dos produtos nacionais internamente, dando força a indústria para que possa produzir mais e gerar renda e desemprego.

Seria um novo esforço para impulsionar a indústria, pois a desvalorização do real até então não está ajudando a indústria e isto pode ser medido desde que o dólar entrou em rota mais firme de valorização (segundo semestre de 2013), como destacou Denise Neumann em análise publicada no Valor de ontem. A indústria de transformação engatou uma trajetória de queda paulatina. Claro, como destacou a articulista, que o câmbio não é o responsável pela perda de ritmo, mas também é óbvio que ele, sozinho, não deu conta do recado de reverter essa trajetória. Na média, a produção do 2º semestre do ano passado foi 1,5% inferior à do 1º semestre, período em que o dólar se valorizou 12% sobre o real.

Nos demonstrativos do BC relativos a Balança Comercial – câmbio contratado e físico verificamos que no acumulado nos 12 meses há um saldo de exportações a serem contratadas de US$ 5,340 Bi e de importações de US$ 18,310 Bi, o que indica uma demanda “em casa” de US$ 12,970 Bi a ser efetivada.

O viés do preço da moeda americana é fundamentada e sustentável de alta, porém observa-se que o BC/governo está buscando uma alternativa não rigorosamente para conter esta tendência, mas para melhorar o fluxo de recursos para o país, visando com isto mitigar ao máximo a necessidade a utilização das reservas cambiais.

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