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Brasil, Aonde Vamos?

Publicado 11.09.2015, 10:00
Atualizado 02.09.2020, 03:05
PBR
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A maré de maus resultados na economia, a crise política e os momentos de incertezas vividos nos últimos meses têm preocupados os investidores no país. A Investing.com Brasil perguntou a especialistas como eles veem o Brasil. É o momento de desistir ou a crise é passageira? Existem boas oportunidades em meio à avalanche de notícias negativas? Veja o que eles falaram:

João Rossi

Podemos piorar: recentemente observamos um país cuja indústria tem dados decadentes, uma taxa de juros de 14,25%, uma moeda que diariamente perde valor diante ao dólar americano, um PIB que passa por retração, um déficit no orçamento, uma diminuição no rating brasileiro colocando-nos em último grau de investimento e o medo de perder o selo de bom pagador que poderá desencadear uma retirada de investimentos de grandes fundos internacionais, pois esses não investem em países especulativos.

As agências de classificação de riscos diminuíram o nosso rating porque o país está prevendo um orçamento no vermelho, o nosso PIB também apresenta sinais de recuo e o país vive momentos de incertezas. Para piorar a situação temos um crescente desemprego, uma alta taxa de juros que, somada ao desemprego, aumenta o número de inadimplentes e o país necessitado em arrecadar fundos para ajustar o orçamento e, assim, manter o selo de bom pagador visando evitar a perda do investidor estrangeiro.

Para os investimentos, a alta taxa inflacionária e o aumento dos preços podem ser bons para quem possui títulos indexados ao IPCA, mas péssimo para o consumidor. A crescente alta do dólar pode comprometer empresas que têm dívidas na referida moeda, o crescente inadimplemento contribuiu para a queda dos bancos na bolsa e a nossa poupança já não garante um retorno, porque o seu rendimento perde em comparação ao aumento dos preços.

Paulo Ramirez

Infelizmente estamos indo ladeira abaixo. Gostaria poder ser mais otimista, mas estamos enfrentando um momento de crise política e econômica jamais visto. Quando um governo submete orçamento que não é capaz de honrar, realmente, a situação é preocupante.

Somos testemunhas do descalabro político e econômico, a corrupção reinante já conseguiu dilapidar uma das empresas mais sólidas do país, a Petrobras (SA:PETR4), atolada em um mar de propinas e com alto grau de endividamento. Estamos vendo os juros batendo nas alturas, enquanto nossa moeda e bolsa de valores afundando em uma fossa abissal, quiçá um pré-sal.

A falta de confiança instaurada mundialmente, com taxas de impostos aumentando, restrição ao crédito e o trabalhador perdendo seu poder de compra e seu emprego nos levam a um cenário tenebroso. A "pá de cal" é o rebaixamento e perda do grau de investimento.

Weldes Campos

Tirem as fichas no longo prazo se não gosta de risco. Para você que vive de mercado, tire o pé ou meta o pé. De 1998 as 2002 houve algo parecido e isso passa. Crise passa.

Virão tempos de baixa por aí e está na hora de selecionar o que vale e o que não vale REALMENTE.

Eu acredito que o efeito será longo.

A tendência da moeda é de alta ao menos nos próximos seis meses... a poupança está há meses perdendo rentabilidade por causa da inflação no Brasil.

A ordem agora é ficar liquido.

Claudio Fialdini

Brasil segue em um ciclo de baixa que começou em 2011 e acaba em 2032.

Mas, dentro do ciclo de baixa, temos altas fortíssimas, que é o caso agora.

2015 -2016- ALTA FORTE

2016 - 2023/24- QUEDA LENTA

2023 - 2026- ALTA FORTÍSSIMA

2026 - 2028- QUEDA FORTE.

2028 - 2030- ALTA FORTE

2030 - 2032- BAIXA FORTE.

2032COMEÇA UM NOVO CICLO DE ALTA QUE ACABA EM 2053.

Sobre economia real, provavelmente não sentirá tanto as melhorias que terão na bolsa e tudo seguirá muito complicado, mas sem catástrofes.

Ronald S. Cunha

Para os próximos meses, a tendência do cenário econômico estará estritamente ligada aos rumos políticos que nosso país adotar, independentemente do posicionamento político individual. Fazendo uma analise realista, contudo, de forma técnica do mercado, o “ajuste fiscal,” não teve nenhum resultado prático. Soma-se a esse cenário os sucessivos escândalos de corrupção, “Mensalão,” “Operação Lava-Jato,” e agora as CPIs do BNDES e Fundos de Pensão, que podem ter muitos desdobramentos.

O governo está muito desgastado e perdeu sua credibilidade, o que empurra para baixo o mercado e os níveis de investimentos na economia. A única forma de o mercado recuperar sua a confiança e aquecer novamente a economia e as cotações em bolsa é a troca de comando na Presidência da República.

As consequências na bolsa de forma prática e bem resumida poderão ser duas: enquanto o atual governo estiver no poder a bolsa continuará o seu movimento de queda e isso é bom, pois representa a oportunidade de ouro da década, para acumulamos ações de boas empresas. Se houver mudança no governo, o mercado lentamente iniciará uma curva de alta na bolsa, quando será a hora de colhemos os frutos para aqueles que souberem aproveitar o atual momento investindo melhor.

Alexandre Ragozzini

Talvez outra maneira de fazer essa pergunta seja: “Brasil, quando a atual crise irá terminar?”. A resposta direta para essa pergunta é: com certeza não será em 2016. Acredito que a grande maioria das opiniões aqui, senão a totalidade delas, irá afirmar que a crise é grave, e que o seu final não será no curto prazo. E muitos argumentos técnicos, todos possivelmente válidos, serão listados para justificar a gravidade da crise atual, como por exemplo:

*) As “pedaladas fiscais” da presidente em demorar a apresentar defesa para as irregularidades das despesas públicas de 2014, apontadas pelo TCU;

*) A demora do governo em reconhecer a gravidade da crise atual, o que na verdade afirmou o contrário durante sua campanha para a reeleição em 2014;

*) A declaração oficial do governo de que a CPMF iria retornar, para depois de uma semana voltar atrás da decisão, o que mostra a sua total imaturidade na tomada de decisão (falta de governabilidade);

*) A crise política desencadeada por um possível pedido de impeachment, o que torna o Brasil um país instável aos olhos do investidor externo, aumentando e muito a probabilidade de rebaixamento do nosso grau de investimento atual junto demais agências de risco internacionais;

*) Os diversos indicadores econômicos mostrando pioras recordes, como, por exemplo, taxa de desemprego, atividade industrial, vendas no varejo, entre outros.

Existe, no entanto, um indicador mais realista (realista no sentido de “ver com os próprios olhos”) que serve como um bom termômetro para medir o tamanho da crise atual. Faça o seguinte exercício: caminhe pela rua do seu bairro ou da sua cidade que concentre o maior número de lojas, ou seja, um importante centro comercial da sua região, e apenas verifique a quantidade de lojas fechadas com placas de “aluga-se” ou “vende-se”. Eu fiz esse exercício em uma rua comercial importante do meu bairro em São Paulo chamada Teodoro Sampaio, no bairro de Pinheiros, e me saltou aos olhos a quantidade de lojas fechadas. Posso afirmar que nos últimos 25 anos que passo por ali (tenho 44 anos), nunca havia visto nada igual.

Pense agora no tempo que um pequeno empresário que tinha uma dessas lojas que fechou – e que muito provavelmente investiu as economias de uma vida inteira nela – irá demorar a acumular capital novamente para poder voltar a investir em um negócio próprio novamente.

Outro “termômetro” me chamou muito a atenção mês passado: uma grande montadora americana simplesmente fechou a sua única concessionária que atendia toda a Baixa Santista, no estado de São Paulo. É a primeira vez que isso acontece. E não me refiro a uma pequena concessionária na cidade de Praia Grande (SP), mas sim de uma significativa, que atendia a toda uma região com poder aquisitivo relativamente alto, composta por milhões de pessoas. Apenas imagine a decisão dos diretores dessa montadora de desistir do seu negócio e quanto tempo irá levar para que ele seja retomado.

Isso sem falar do cenário mundial atual, no qual apenas alguns fatores não favorecem em nada a saída do Brasil da crise atual, como, por exemplo, o iminente início do processo de elevação da taxa de juros dos EUA, que irá aumentar ainda mais a saída de capital externo do Brasil; e a desaceleração econômica da China, que irá diminuir a demanda desse país pelas nossas commodities (minério de ferro, soja, etc).

Com tudo isso, o ideal e recomendado para pelo menos os próximos dois anos, é evitar gastos desnecessários, poupar o máximo possível, evitar a todo custo entrar em qualquer financiamento que não seja para a compra do primeiro imóvel, e procurar efetuar todas as compras à vista que ofereçam desconto. Procure também estudar mais sobre as diversas opções de investimento mais seguras, e caso você tenha uma sobra de poupança para diversificar, procure investir na sua educação financeira para buscar opções de investimento em outras moedas, para procurar se proteger da atual tendência de desvalorização do nosso real.

Julio Hegedus

Vivemos tempos extremos. Para muitos observadores, uma tempestade perfeita, ou na visão de alguns, "mais do que perfeita". É uma conjugação de eventos negativos, tanto aqui como no exterior. Gustavo Franco, estrategista-chefe da Rio Bravo, por exemplo, acha que vivemos um "cenário de tragédia", com o agravamento das contas públicas, a partir da adoção das políticas anticíclicas em 2008, potencializado pelo rombo da dívida pública. Para ele, vivemos um momento de "combinação insensata de erros". Sem dúvida.

No cenário doméstico, a não ser pelo nível de reservas cambiais mais confortáveis (US$ 370 bilhões) e uma tímida reação das contas externas e da balança comercial, esta muito mais pelo recuo das importações do que pela reação das exportações, o que se observa é "terra arrasada".

Já estamos em ciclo recessivo, talvez o mais duradouro desde o início do século passado, com o PIB recuando algo em torno de 2,5%, neste ano, e próximo a 1%, em 2016; a taxa de câmbio ameaça chegar a R$ 4,00 ao final deste ano, abalando a inflação que deve ficar em 9,5%, em dezembro, e entre 6% e 7%, em 2016.

Na gestão fiscal, condicionada pelo ministro Levy, o objetivo é atingir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB ao fim deste ano. Dúvidas, no entanto, surgem se o ministro Levy terá capacidade ou espaço político para atingir este objetivo. Sinais contraditórios da presidente Dilma colocam isso em dúvida. Ao mesmo tempo que fala em "remédios amargos", assume que "já cortamos tudo que poderia ser cortado".

Ou seja, esses tais "remédios amargos" terão que vir pelo lado de novas fontes de receita e não corte de gastos. Comenta-se sobre o retorno da CPMF, da elevação da alíquota do IR para pessoa física, da elevação da CIDE, dentre outras...Sobre o desempenho fiscal, neste ano cresce a possibilidade de um déficit em torno de 0,5% do PIB, com a dívida bruta acima de 67% do PIB. Em 2016, dependerá da capacidade de articulação do ministro Levy e da presidente (?). Estamos, portanto, todos na expectativa de como Levy deve conduzir a economia neste restante de 2015 e ao longo de 2016, se é que ele permanecerá na Fazenda. Sua chance de continuar é cada vez menor...

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