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Café: Dilúvio em Minas Gerais

Publicado 24.07.2023, 08:52
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Mais uma semana onde os “vendidos” tentaram derrubar o mercado. Durante os 5 pregões o Set-23 negociou na “mínima do dia” respectivamente @ +155,10 / +155,05 / +155,15 / +155,25 / +156,50 centavos de dólar por libra-peso. Aos poucos parece que o mercado está começando a reavaliar seus números e expectativas com a safra brasileira 23/24 bem como a próxima safra do Vietnam.

Na segunda feira o mercado iniciou caindo -500 pontos com a divulgação dos dados do pib chinês abaixo do esperado (“apenas” +6,30% x expectativa +6,90% no segundo trimestre 2023). No final, o Set-23 encerrou a semana conseguindo se recuperar e fechando praticamente no mesmo valor da semana passada (fechamento anterior / máxima / mínima / fechamento respectivamente @ +160,80 / +162,10 / +155,05 / +161,85 centavos de dólar por libra-peso – com base no “ajuste de fechamento” (porém notar que o último negócio no Set-23 foi @ 160,85 centavos de dólar por libra-peso)!

O R$ voltou a valorizar e terminou @ 4,77 R$/US$. A combinação “NY + R$” não ajudou o produtor brasileiro. Em R$/saca o mercado interno continuou negociando nos +830/+930 R$/saca (dependendo tipo/qualidade/local de entrega). Porém, café arábica tipo “rio”, dependendo da qualidade, já praticamente igualou no preço com o café tipo robusta@ +650 R$/saca!

Café tipo robusta continua firme e forte. O contrato em Londres – com vencimento Julho-23 no próximo dia 25 de julho – voltou a fechar acima dos +2.800 US$/tonelada @ +2.827 US%/tonelada. Ainda tem aproximadamente +1.100 lotes em aberto nesse vencimento. O “squeeze*” nesse vencimento veio pra ficar! Tem gente “correndo atrás” do mercado tentando zerar posição. Nos próximos 2 pregões poderemos ver novamente Londres trabalhando “descolado” de Nova Iorque e quebrando novos recordes de preço. O Set-23 também voltou a fechar acima dos +2.600 US$/tonelada @ +2.602 US$/tonelada!

O Departamento Geral da Alfandega do Vietnam publicou nova estimativa para a safra 23/24 em apenas +27,80 milhões de sacas e o Rabobank também reduziu a estimativa para +29,50 milhões de sacas (grande parte do mercado estava trabalhando com a próxima safra do Vietnam em +31,50 milhões de sacas)! Por outro lado, o Rabobank continua apostando na safra brasileira 23/24 para o café tipo robusta em +23,00 milhões de sacas x Conab* em +16,81 milhões de sacas.

Alguém ficou sabendo do “dilúvio” que ocorreu em Minas Gerais nessa semana? Segundo a Somar Meteorologia, na segunda-feira “a região de Minas Gerais, no Brasil, recebeu +5,1 mm de chuva na semana anterior, ou 850% da média histórica”. E “justificou” que o “mercado subiu” em função do excesso de chuvas ter prejudicado as operações da colheita – sendo o estado de Minas Gerais responsável por cerca de 30% da safra de arábica do Brasil!

Os estoques certificados, ou melhor, “os estoques certificados – volume morto”, encerrou a semana em +535.870 sacas. Pelo jeito algum comprador encontrou um pequeno lote de café brasileiro ainda em boas condições. O estoque certificado do café brasileiro caiu agora para +159.777 sacas e as demais origens continuaram iguais (sendo o famoso estoque de café Honduras inalterado em +350.583 sacas). E apenas +4.300 sacas aguardando certificação, sendo praticamente 98% origem Colômbia!

A exportação brasileira para o mês de julho-23, com projeção nos dados da Cecafé*, deverá ficar ao redor +2.600.000 sacas.

A colheita da safra 23/24 continua sem problemas porém com produção e rendimento muito abaixo do esperado (segundo informações de armazéns, produtores, corretores). Ao que tudo indica a safra brasileira 23/24 vai mesmo ficar abaixo dos +60 milhões de sacas! E já tem gente ainda acreditando em uma safra

Rumores no mercado onde alguns grandes torrefadores no destino estão tentando comprar produto brasileiro pedindo prazo para pagar em até 360 dias da data do embarque (bl – bill of lading – O Bill of Lading (BL) é o conhecimento de embarque marítimo/aéreo, documento que assegura a condição da carga embarcada, além de ser um contrato estabelecido entre o embarcador e o transportador. Trata-se do documento de transporte mais importante no comércio exterior.

Assim como em outros conhecimentos de carga (por exemplo, para o transporte rodoviário), o BL orienta as relações contratuais entre as partes e é considerado um título de crédito, pois a responsabilidade da carga é repassada ao transportador.

Desse modo, se a carga chega ao transportador com alguma avaria, o transportador – que nesse caso é o comandante do navio ou o representante do armador, como uma agência marítima -, deve indicar esse problema no BL para que a responsabilidade do dano da carga não recaia sobre ele. A cláusula clean on board indica que as mercadorias estão em bom estado aparente, de acordo com as marcas e numeração fornecidas pelo embarcador.

O BL é um documento cuja finalidade é, portanto, um recibo de entrega da mercadoria, pois a posse do BL comprova o recebimento da carga para transporte; um título de crédito, pois garante a retirada da mercadoria junto ao transportador no destino final e; um contrato de transporte entre embarcador e transportador, uma vez que é emitido após o embarque da mercadoria.

No BL deve constar várias informações pertinentes ao armador e ao embarque, conforme solicitado nos campos a serem preenchidos, tais como: denominação da empresa emissora; número do conhecimento; data da emissão; nome e viagem do navio; embarcador; consignatário; notificado, portos ou pontos de embarque, destino e transbordo; tipo da mercadoria e suas características gerais como: quantidade, peso bruto, embalagem, volume, marcas, etc.; container e suas características ou o pallet, conforme o caso, frete e local de pagamento; etc.).

Muito cuidado, pois esse “comprador” poderá deixar de existir no meio do caminho e o seu pagamento/crédito “virar pó”, além do vendedor ainda ficar sem a sua mercadoria! Se o comprador não tem dinheiro, melhor vender no mercado interno e/ou deixar o produto armazenado ao invés de correr risco de crédito! Muito cuidado, atenção redobrada! O importador, senão tiver condições em pagar à vista, que vá atrás das linhas de crédito, aprovar seu crédito/limite com os bancos com quem tem relacionamento! Se não pagarem à vista não vendam! Como dizia meu ex-chefe e hoje um dos principais empresários do Brasil – Sr Rubens Ometto – “Eu não sou banco! Quem quiser meu produto que o pague à vista!  

Continuo positivo no curto/médio prazo. Em breve acredito que os fundos + especuladores irão começar a reverter a posição de “vendidos” para “comprados” com o Set-23, e possivelmente o Dez-23, voltando a negociar acima dos +180 centavos de dólar por libra-peso – refletindo no mercado interno voltando a negociar, pelo menos, acima dos +950 R$/saca.

Os fundos + especuladores continuaram “vendendo” e, segundo último relatório do CFTC* agora estão vendidos em -15.358 lotes.

Para o produtor que necessita vender seu café agora e/ou se proteger contra as travas realizadas nos últimos anos e que estão sendo entregues indico a compra da opção de compra “call*” strike +165,00 centavos de dólar por libra-peso no Dez-23. Nessa semana essa opção começou negociando @ +6,20 centavos de dólar por libra-peso (+39,50 R$/saca) e encerrou @ +8,40 centavos de dólar por libra-peso (+53,00 R$/saca). Considerando um “desconto de compra” em -30 pontos, comprando esse seguro contra alta, o produtor terá o seu “break-even*” a partir do mercado interno negociando @ >= +950 R$/saca!

Protejam-se!

Boa semana a todos!

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