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Commodities nesta Semana: Petróleo Segue Pressionado; Ouro Rumo a US$ 1600

Publicado 27.01.2020, 13:27

Quando o ministro de energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, restringiu a produção de forma inesperada em dezembro, sua única preocupação era turbinar ao máximo os preços do petróleo, a fim de beneficiar a abertura de capital da petrolífera estatal do reino, a Saudi Aramco (SE:2222). A aversão global ao risco provocada por um vírus era a última coisa que o novo chefe da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) esperava.

Mas aqui está ele novamente, diante da mais nova crise a se abater sobre a Opep, apenas alguns meses após o início do seu mandato à frente do cartel.

Nas primeiras horas da tarde desta segunda-feira na Ásia, os futuros do petróleo norte-americano West Texas Intermediate (WTI) haviam atingido as mínimas de 16 semanas, a US$ 52,19 por barril, reforçando as expectativas de que perderá o importante suporte de US$ 50 por causa das vendas desencadeadas pelo coronavírus. Já o britânico Brent, referência mundial do petróleo, estava abaixo do seu suporte de US$ 60, depois de atingir as mínimas de 14 semanas a US$ 58,68.

Sem previsão para o fim do colapso no petróleo

Para uma perspectiva melhor, em apenas uma semana, o WTI já se desvalorizou quase 11% e está prestes a terminar janeiro com uma queda de mais de 13%, a maior desde novembro de 2018. O Brent já caiu cerca de 9% em uma semana e deve encerrar o mês com uma desvalorização de 11%, registrando seu mais forte declínio desde maio.

WTI Semanal
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O colapso do petróleo começou depois da confirmação de que mais de 2.700 pessoas haviam sido infectadas pelo coronavírus apenas na China, epicentro da epidemia. As autoridades do país disseram que pelo menos 80 pessoas haviam morrido por causa de complicações relacionadas ao vírus e mais de 461 estavam em estado grave.

As últimas notícias da China mostram que a situação está piorando a cada hora. Wuhan, cidade chinesa de onde o vírus se disseminou, está praticamente isolada. Os insumos e leitos hospitalares estão se esgotando, e a restrição de movimento já atingiu diversas cidades vizinhas.

Centenas de milhões de viajantes chineses estão desamparados, e as celebrações da festa mais importante do país, o Ano-Novo Lunar, foram canceladas. Os setores de turismo e lazer devem sofrer ainda mais com o fechamento de cinemas, restaurantes e inclusive da Disneylândia em Xangai.

Outros doze países relataram infecções pelo vírus: Austrália, Canadá, França, Japão, Malásia, Nepal, Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia, Vietnam e Estados Unidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) evitou classificar a crise como uma preocupação internacional, apesar de dizer que há "uma emergência na China”.

Nos mercados, as ações também foram afetadas. O S&P 500 caiu cerca de 1% na sexta-feira, a maior desvalorização diária desde outubro, ameaçando a resiliência de vários meses de Wall Street frente a mercados acionários rivais.

Ministro saudita tenta minimizar a crise

Mas o príncipe Abdulaziz não parecia muito preocupado, acreditando que o coronavírus seria um problema passageiro, cujos efeitos haviam sido exagerados.

Os mercados estão sendo “movidos principalmente por fatores psicológicos e expectativas extremamente negativas adotadas por alguns dos participantes do mercado, apesar do impacto bastante limitado [do vírus] sobre a demanda mundial de petróleo", afirmou na segunda-feira.

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Brent Semanal

Como meio-irmão do príncipe herdeiro Mohamad bin Salman, Abdulaziz assumiu a liderança do ministério de energia e da Opep em setembro. Ele estava decidido a fazer com que os preços do petróleo se estabilizassem em um “patamar elevado” e parecia estar conseguindo fazer isso quando o barril de WTI ultrapassou US$ 65, e o Brent, US$ 71, há apenas três semanas.

Mas a restrição de oferta aplicada pelo príncipe ao mercado em dezembro – através da extensão dos cortes de produção de 1,2 milhões de barris por dia (bpd) para 2,1 milhões de bpd – já foi quase esquecida agora. Além disso, o mercado praticamente não está esboçando reação às tensões no Oriente Médio, que facilmente fizeram os preços dispararem há algumas semanas. Notícias de que foguetes atingiram a embaixada dos EUA em Bagdá no fim de semana foram ignoradas por completo no pregão desta segunda-feira.

Vale notar, entretanto, que Abdulaziz indicou na segunda-feira que ainda não havia gastado todas as suas cartas contra a queda do petróleo. Ele sinalizou que a Opep+, que inclui membros de fora do cartel, como a Rússia, provavelmente votará a favor de cortes de produção durante todo o ano de 2020 em sua reunião de março, em vez de apenas revisar sua produção.

Para refutar ainda mais o impacto do coronavírus, ele afirmou que um pessimismo similar ocorreu durante a epidemia de 2003 da doença respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês), outro vírus originado na China que causou cerca de 8000 infecções e quase 800 mortes, sem, contudo, “provocar uma redução significativa na demanda petrolífera” à época.

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A China de hoje é diferente da China de 2003

O ministro saudita talvez esteja se esquecendo de que a China de hoje é bastante diferente da China de 17 anos atrás. Em 2003, o país era a sexta maior economia do mundo, com uma demanda petrolífera de cerca de 5 milhões de bpd.

Agora, é a segunda maior economia do planeta, consumindo mais de 9 milhões de bpd só no ano passado, o que equivale a quase 90% da produção saudita. E, caso Abdulaziz não se lembre bem, a maior parte das exportações de petróleo da Arábia Saudita é justamente para a China.

A questão é a seguinte: quanto mais a China permanecer em crise por causa do coronavírus, maior será o desafio dos produtores de petróleo que vendem para Pequim. E isso inclui os EUA, que esperam vender US$ 52 bilhões de produtos de energia para o país asiático nos próximos dois anos, com base na primeira fase do acordo comercial firmado entre as duas nações há duas semanas.

É claro que dois anos é um longo período e ninguém espera que a crise na China dure tanto tempo. Mesmo assim, os danos aos preços do petróleo não poderão ser facilmente contidos se as compras da China não forem retomadas rapidamente, independente dos cortes da Opep.

Para reforçar meu ponto, Jeffrey Halley, analista sênior de mercado da OANDA, em Cingapura, afirma que o petróleo não deve encontrar muita demanda “até que surjam sinais concretos de avanço no controle [...] do coronavírus".

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Ouro prestes a recuperar o patamar de US$ 1.600

Quanto aos metais preciosos, a leitura é muito mais simples.

A alta do ouro continuará enquanto Wall Street permanecer baqueada. O resurgimento do ativo de segurança na semana passada levou tanto o mercado à vista quanto futuro nos EUA para cima do importante patamar psicológico de US$ 1.580, fazendo com que, no curto prazo, o alvo seja as máximas de sete anos acima de US$ 1.600.

Ouro Semanal

Nesta semana, particularmente, os investidores de metais preciosos devem ficar de olho na decisão mensal de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), na quarta-feira. Como a economia dos EUA ainda segue em ritmo forte, ninguém espera que o Fed faça muita coisa a não ser ajustar a linguagem da sua política, o que também é favorável ao ouro.

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