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"Eu Não Invisto em Commodities": Mercado Financeiro Também Vive de Modas

Publicado 12.04.2022, 13:47
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Essa frase poderia ter sido retirada de quase qualquer conversa de almoço ou corredor da Faria Lima. Nos anos passados, tornou-se elegante dizer que commodities são “negócios ruins”, por se tratarem de mercados muito competitivos, em que um produtor, individualmente, não tem a menor chance de influenciar o preço. Além disso, o setor também saiu de moda junto com a ascensão da temática ESG.

Não digo que os gestores e analistas profissionais estiveram de todo errados nas suas visões sobre as commodities. De fato, a probabilidade de um produtor de commodity influenciar o preço do seu produto é baixíssima. Além disso, acreditamos na tendência estrutural, de longo prazo, que é o ESG – o que não significa que a transição ocorrerá do dia para a noite. O que me incomodava nesses papos não eram os conceitos, mas sim o tom determinístico das falas.

Ao investir em empresas, é muito difícil que uma mesma estratégia ou conjunto de setores funcione sempre durante muito tempo, ou o contrário – que determinadas táticas ou conjunto de setores nunca funcionem. Em bom português, não dá para ficar cagando regras para investir em ações (desculpe o palavreado).

O mais engraçado é que, ao afirmar isso, estou contradizendo a mim mesma, afinal de contas, estou cagando a regra de que não podemos cagar regra. Enfim. Será que pelo menos essa regra não deveria valer?

Em commodities, apesar de na grandíssima maioria das vezes os produtores individuais serem incapazes de influenciar os preços, isso não é verdade em alguns casos. Veja o setor de petróleo, por exemplo, em que a saudita Aramco (SE:2222) responde por cerca de 10% da venda mundial de óleo. Se você controla 10% da oferta global de qualquer produto, é capaz de influenciar os preços sim senhor – lembre-se do caso da Rússia, que responde por 10% da oferta mundial de petróleo e que levou as cotações do Brent para a lua depois de ser praticamente excluída do comércio mundial.

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Aqui no Brasil encontramos mais alguns exemplos. A Suzano (SA:SUZB3) responde por 20% da produção mundial de celulose e por incríveis 30% do mercado de celulose de fibra curta. Outra tupiniquim, a Vale (SA:VALE3) controla cerca de 13% da oferta mundial de minério de ferro.

O curioso é que o mercado só se lembra desses números de vez em quando.

O que até faz sentido, dado que esses setores, apesar de não serem concorrências tão perfeitas assim, são de fato cíclicos. O retorno sobre capital investido da Saudi Aramco (SE:2222) oscila junto com o preço do Brent. O mesmo se aplica aos retornos da Vale em relação ao minério de ferro. E também para a Suzano versus a celulose.

Com a subida das commodities, os gestores da Faria Lima inundaram as bases acionárias dessas empresas e suas similares. Mas não culpo os gestores e analistas por isso, ao contrário. Em setores cíclicos, há hora certa para entrar e para sair dessas ações. Ainda bem que mudaram de opinião.

Na atualidade, tornou-se comum o debate sobre as teses de investimento do setor de óleo e gás. “Por que a petroleira A tem um custo de extração tão maior que o da B?” Uma pergunta difícil de ouvir nos anos anteriores, mas que de repente virou mainstream. Não acha incrível como o mercado financeiro também vive de modas?

Veja, não estou criticando a natureza temática dos investimentos. Acredito, inclusive, que precisamos ficar atentos a essa ciclicidade, que também faz parte do jogo. É preciso navegar nesses temas para investir bem no longo prazo. O que nos faz, justamente, colocar em perspectiva os temas que hoje estão em voga.

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Antes eram os e-commerces, hoje são as commodities. Já foram também as startups, agora são as incumbentes. Hoje são as commodities, amanhã será o quê?

O importante é saber que não existe estratégia atemporal e muito menos uma bala de prata. Aquele setor que você acha péssimo pode te render rios de dinheiro no futuro, desde que esteja aberto para enxergar isso na hora certa.

Talvez seja esse o motivo de eu achar essa profissão tão intrigante. De tempos em tempos, vivemos o frescor de sermos iniciantes de novo, vendo-nos obrigados a estudar um tema que só era falado antes de começar nossa carreira. E também por isso a experiência faz diferença – quanto mais tempo nisso, mais modas, manias e ciclos você viu.

Não acredite em balas de prata ou estratégias infalíveis.

Um abraço

Últimos comentários

O texto parecia interessante até a expressão “cagar regra”. A partir daí ficou claro que a colunista não tem base educacional ou acadêmica suficiente para escrever um artigo sobre economia ou geopolítica. Parei de ler.
Artigo fraco em conteúdo e exagerado em opiniões sem substrato.
Deixe-me ver se consigo compreender o uso do termo "cagar" em um texto que tem intuito de informar a respeito de tema econômico... Não consegui. Deixe-me ver se estamos falando de assunto ligado a economia ou se passamos a tratar de medicina para informar ao paciente da necessidade dele(a) ser submetido(a) a um enema. Concluo que falamos de economia (Ufa! Ainda bem...).
Depois que as bolsas passaram as mãos daqueles que nelas operam , fundos e bancos, tiveram as regras mudadas tendo como beneficiarios eles mesmos. Hj entrar em comodities seria como jogar pocker com o Bill Gates. Ele sempre ganhara.
Comodities não são investimentos. Bolsas de comodities sempre tiveram como finalidade o Hedge. Fora isso é pura especulação. Talvez alguns contratos acreditando que pode subir ou mesmo cair nada demais. Porém como acontece agora que a maioria das posições futuras nas mãos de fundos formando preços levando até alguns hedgers a insolvência foge completamente das regras de mercado. Algodão por exemplo há oferta suficiente para abastecer o mercado porém está como uma gangorra. Assim como petróleo ,soja carne de porco boi seja lá o que for. Hj quem domina as bolsas são fundos que não tem nenhuma relação com a comoditie a qual está operando.
Concordo plenamente.
Muito bom. Aproveito e vou cagar tambem uma realidade. O mercado é um verdadeir casino institucionalizado a céu aberto e desde 2009 se tornou uma tremenda PUTARIA no escuro onde te colocam na bunda o tempo todo. A minha está na parede e na porta de saida há anos. Pra finalizar um conselho: invistam em fucktecks e criptoshits e destruam suas finanças e suas famílias, ainda é tempo de se cagarem pro resto da vida!
gostei muito do artigo, eu tenho algumas comodites na carteira e "gosto delas" tem seus altos e baixos, contudo sempre lembro que nesse mercado os sardinhas como eu, encontram nessas empresas, como se dizia lá nos tempos antigos, alguma segurança, acho mais fácil errar na moda que em empresas líderes e bem estruturadas, dentro da carteira tenho alguma coisa em etf de cripto e como dizia o Hulk loucura loucura, ações da Oi, que se estourar ganho, mas se quebrar eu continuo.
MARAVILHOSO ESEES ARTIGO🚀🚀🚀🚀🚀
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