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Forrest Gump, o Contador de Histórias: Dicas Sinceras Me Interessam

Publicado 02.08.2018, 11:15
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Se você entrou aqui atrás de uma dica esperta para ganhar dinheiro, está tudo bem. Eu não julgo. Poderia estar roubando, poderia estar matando. Está apenas lidando com a manifestação da cobiça. Tá limpo…

Se Gordon Gekko está certo ao dizer que “ganância é bom”, sinceramente não sei. Mas não tenho dúvidas de que se trata de um sentimento natural e corriqueiro. Falar mal da ganância representa uma crítica automática à própria condição humana. O monstro somos nós mesmos. Dr. Jekyll queria salvar o mundo, esqueceu-se de si mesmo.

Nunca compro interpretações do tipo: “A crise de 2008 aconteceu por conta da ganância desenfreada dos bancos”. A ambição está por aí pelo menos desde que deixamos de ser caçadores coletores. E lá se vão 12 mil anos...

Eu, porém, me interesso mesmo por outras coisas. Gosto das histórias, da investigação metodológica, da filosofia de investimento e dos princípios. Não porque não goste de dinheiro. Até gosto. Mas porque são as narrativas que ficam na memória, não as equações e os algoritmos. E se não tivermos um instrumental realmente sedimentado na memória, não teremos a que recorrer quando estivermos diante de uma situação nova no futuro. Ao mesmo tempo, são o método, os princípios e a filosofia que nos permitem sair do caso particular de uma determinada dica para uma forma de atuação geral e sistematizada. Isso vale muito mais.

Poderia tentar provar meu ponto recorrendo à frase clássica de Warren Buffett: “Tudo que você precisa para ir à falência é 1 milhão de dólares e uma informação privilegiada”. A dica quente costuma ser uma bela fria. Mas não vou fazer isso.

Sei bem das diferenças entre o normativo e o positivo. O mundo é o que ele é. Não o que eu gostaria que ele fosse. Então, antes de falar do que está no meu íntimo, passo por três ideias sobre o que fazer com seu dinheiro. Superada a etapa da “diquinha”, que espero ser a exceção quente para provar a regra de que usualmente se trata de uma fria, podemos ir para a parte mais legal.

Lá vai o argumento da primeira:

Ontem, conforme esperado, o Copom manteve a taxa Selic em 6,50 por cento ao ano. Nada novo, vida que segue. Mas o tom do comunicado me pareceu um pouco mais brando em relação ao futuro da taxa básica de juro brasileira, sem aumentos no horizonte tangível. Até onde conseguimos ver, a Selic permanece estável. E quando começar a subir, o ritmo deve ser menos intenso do que pressupõe hoje os prêmios embutidos na curva de juros.

Traduzindo para o português e para o pragmatismo, rola comprar títulos prefixados e indexados, pois os juros devem subir menos do que projetam hoje as cotações de mercado.

Agora, se você está meio de saco cheio da renda fixa, tem um dinheiro sobrando e está afim de correr muito risco, sabendo da possibilidade de perder a grana com a contrapartida de alto potencial de valorização, há aqui também um espaço reservado para você. Day One é tipo coração de mãe, cabe todo mundo.

Falo das ações de JHSF (SA:JHSF3). Deal com a XP divide a dívida da companhia por dois. A alavancagem era um dos grandes problemas da empresa e melhora bem agora. Outras falhas continuam, como o controlador problemático – usando o eufemismo para não arrumar briga. Mas isso é assunto para depois. Ativos se movem na margem. Importa a derivada e ela é positiva. Merece um tirinho curto, daquele para dar uma acelerada nos ganhos de curto prazo, seguindo a linha de “alto risco, alto retorno”, sem se enrolar em notas muito altas, espelhando a filosofia nossa de cada dia: pouco dinheiro, aquilo que topa perder.

Para encerrar o trio, Ultrapar (SA:UGPA3) está atraindo atenção. O factoide da operação da polícia com distribuidoras de combustível já me parecia ter aberto uma oportunidade de compra. Agora, soltou resultados acima do esperado, principalmente por conta da operação de Ipiranga. Se houver aqui uma melhora destacada, ação pode voltar a ser percebida como premium, o que vai se traduzir na recuperação dos múltiplos históricos.

Pronto, agora já posso ir para a parte da história.

Ontem, almocei com uma pessoa brilhante ligada à Fundação Lemann. Ele é um gênio, de verdade. Também é cliente da Empiricus – por mais que eu quisesse, não é isso que o torna um gênio. As causas são outras, claro.

De todas as pessoas com quem eu conversei na vida sobre marketing digital e sobre como a tecnologia pode ajudar nisso, ele foi quem mais me impressionou. Sem falsa modéstia, a gente faz isso bem aqui – segundo ele mesmo, “a Empiricus é referência, benchmark mesmo em oferecimento e venda de conteúdo”. Mas o cara é outro nível. Naquela cadeira do La Mar, me senti uma criança olhando admirada para uma espécie de herói.

Ainda temos uma avenida tão grande para percorrer, sabe? Fico empolgado sempre que confirmo estarmos verdadeiramente no day one, para além da retórica ou de um nome descolado para newsletter. Todos os dias a realidade vêm me lembrar do quanto sou idiota e despreparado.

A certa altura, a conversa migrou para a atuação da Fundação Lemann. Meu interlocutor falava com grande entusiasmo – e olha, ele fala muito – do nível de envolvimento do Jorge Paulo no negócio, até hoje.

Esperei a longa explicação terminar (posso ter vários defeitos, mas mamãe deu educação para não interromper as pessoas) e falei: “Acho que, quando a pessoa vira deste tamanho, ela se sente meio na obrigação de devolver para a sociedade, né? Vira um outro rolê, em que há uma força de fora sussurrando no seu ouvido todos os dias, sem te deixar dormir, de que você precisa fazer algo pelos outros”.

Ele respondeu: “Não sei se é bem uma obrigação, sabe? Acho que, no caso, é a obstinação por deixar um legado, algo verdadeiro e espontâneo”.

Puts, é isto!

Mesmo do alto da minha insignificância (tenho os zeros na minha conta do que o Jorge Paulo, com uma pequena mudança de posição: os meus estão à esquerda), carrego, de verdade, uma preocupação com deixar um legado.

O que seria mais legal, eficiente e rentável de deixar para o investidor pessoa física no Brasil?

Fim da historinha. De volta ao Planeta Terra…

Mercados iniciam a quinta-feira no vermelho, sob ameaças renovadas de guerra comercial global, com Donald Trump querendo subir alíquota sobre produtos chinesas a 25 por cento, e China se dizendo pronta pra retaliar. Commodities caem na sequência e moedas emergentes sofrem, com destaque para mínima histórica da lira turca.

Além da repercussão ao Copom de ontem, investidores estarão atentos a IPC-Fipe, produção industrial e desdobramentos da esfera política, com Ciro Gomes isolado após acordo entre PSB e PT.

Lá fora, o Banco da Inglaterra subiu juro conforme o esperado, mas as atenções recaem mesmo sobre a guerra comercial.

Ibovespa Futuro abre em queda de 1 por cento, dólar sobe e juros futuros avançam, na esteira de maior aversão a risco.

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