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Gestão global de investimentos: Vale a pena diversificar internacionalmente?

Publicado 28.09.2023, 16:41
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Quando falamos em diversificação internacional, estamos nos referindo na capacidade do investidor alocar seus recursos em ativos de outros países, além do Brasil. Atualmente, o cenário para aplicações no exterior está muito mais fácil para o investidor, de forma que a resistência para a diversificação internacional diminuiu consideravelmente. A seguir, listo algumas dessas possibilidades: i) Fundos de investimento que possuam exposição a ativos estrangeiros; ii) ETFs, como por exemplo, aqueles que são negociados na B3 (BVMF:B3SA3) e buscam replicar o S&P500; iii) BDRs – certificados que representam ações de outros países, porém o investidor deve estar ciente que na verdade não está comprando diretamente uma ação do exterior e sim títulos representativos desses papéis; iv) Corretoras internacionais – a abertura de conta é simples e permite a compra diretamente de ativos no exterior; v) Corretoras nacionais – já é possível que o investidor faça as alocações no exterior através de algumas corretoras locais.

Como o leitor pode perceber, investir no exterior pode ser bem simples. O objetivo da coluna dessa semana não é direcioná-lo para um determinado meio de aplicação, mas sim mostrar as vantagens e riscos existentes na gestão global de investimentos. Como em qualquer processo de diversificação, o objetivo principal é sempre otimizar o retorno e minimizar a exposição ao risco. E é nesse sentido que o investimento no exterior pode entrar como uma ferramenta poderosa para os investidores, inclusive para aqueles menos sofisticados e que não possuam volume expressivo de recursos. A seguir, listo as principais vantagens:

1) Acesso a economias mais consolidadas e consequentemente a moedas mais fortes, como o euro e o dólar. Vale ressaltar que o retorno do investidor é uma composição da rentabilidade do ativo no exterior e da variação cambial. Abaixo apresento a fórmula geral e um exemplo.

Exemplo: vamos imaginar que um investidor brasileiro compre ações do Facebook (NASDAQ:META) hoje (tempo 0) e venda um mês depois (tempo 1), conforme relatado abaixo. O retorno do investidor americano (nesse caso é o investidor doméstico) seria de 12,5% (45/40 – 1) e a variação cambial de 22,22% (2,2/1,8 – 1). Portanto, a rentabilidade do investidor brasileiro seria de (1+12,5%) * (1+22,2%) – 1 = 37,5%.

Apresento em seguida o retorno dos últimos 120 meses de alguns índices de mercado, a fim de mostrar para o investidor brasileiro que podem existir oportunidades interessantes fora do mercado nacional. Todos os dados foram extraídos da Quantum Finance, plataforma de informações financeiras e gestão de investimentos.

2) Acesso a empresas globais.

3) Acesso a oportunidades de investimento não encontradas no mercado local, como por exemplo a gama de ETFs no exterior que não encontramos ainda no mercado brasileiro.

4) Diluição do risco país. Em outras palavras, investimentos no exterior dificilmente estarão exposto ao risco Brasil, gerado principalmente pelo risco político ou econômico.

5) Diversificação: redução da volatilidade da carteira devido a correlação entre os mercados. Antes de calcular o risco da carteira, o investidor deve calcular o risco dos ativos do exterior. Há duas formas de efetuar esse cálculo: a) gerar os retornos já em reais e calcular o desvio-padrão; b) através da fórmula abaixo:

De posse dos riscos individuais (ativos brasileiros e ativos internacionais), o investidor brasileiro pode calcular o risco da carteira conforme a fórmula tradicional de risco de carteiras, conforme apresentada abaixo.

Onde:

N – número de ativos na carteira; Wi - Proporção do capital aplicado no ativo i; Wj - Proporção do capital aplicado no ativo j; σi – Risco esperado do ativo i; σj – Risco esperado do ativo j; ρi,j - Correlação entre os ativos i, j

Como podemos observar, o risco da carteira de investimento leva em consideração o nível de correlação entre os ativos. Como os mercados tendem a apresentar correlação diferente de positiva e perfeita (ρi,j=+1), é possível observarmos o poder da diversificação através da redução do risco da carteira. Abaixo, apresento correlação do Ibovespa com alguns índices de mercado, considerando os últimos 120 meses de retorno e já levando em consideração a variação cambial nos retornos dos índices de mercado do exterior. É possível perceber que todos apresentaram correlação negativa com o Ibovespa, o que pode ser muito vantajoso para o investidor em termos de redução de risco da carteira.

É claro que o investidor deve estar atento também aos riscos envolvidos, principalmente o risco de perda decorrente da variação cambial. Obviamente que quando os investimentos ocorrem em dólar e euro, há um menor risco nesse sentido, porém mesmo essas moedas podem trazer volatilidade para a carteira do investidor. Caro leitor, o objetivo da coluna dessa semana foi mostrar que é possível obter bons resultados com a diversificação internacional. No meu próximo artigo, mostrarei algumas oportunidades (bonds, ações, ETFs) que podem ser acessadas no mercado exterior.



* Raphael Moses Roquete é Doutor e Mestre em Administração (ênfase em Finanças) pelo Instituto COPPEAD de Administração - UFRJ. Professor do Instituto COPPEAD de Administração, da UFRJ. Raphael pode ser encontrado em raphael.moses@coppead.ufrj.br

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