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Lá Fora Melhora, Aqui Dentro...

Publicado 28.01.2013, 12:40
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No cenário internacional até que se observa uma melhoria, com mais fatos favoráveis e ações corretas das autoridades, embora os indicadores econômicos sigam discrepantes: piores na Zona do Euro e melhores nos EUA, China e Japão. No cenário doméstico, no entanto, continuamos presos aos excessos do governo, agora adotando medidas tópicas para segurar a inflação, que reaparece, assim como impulsionar o crescimento, ainda atrelado ao consumo e pouco aos investimentos.

Na Zona do Euro, os países periféricos, como Espanha e Portugal, vêm conseguindo rolar suas dívidas com relativo sucesso. A Espanha, na semana passada, conseguiu a maior demanda por títulos da história, com os custos de rolagem da dívida recuando de 35% no início de 2012 para 10% neste mês. Com isto, a demanda foi a 9,6 bilhões de euros, contra 2,7 bilhões ofertados. Já Portugal conseguiu colocar no mercado cerca de 2,5 bilhões de euros em títulos, numa demanda cinco vezes maior do que o previsto, sendo, na sua maioria, formada por investidores estrangeiros. Isto vem sendo realizado, em função das boas ações de Mario Draghi, na compra de títulos públicos dos países afetados pela crise, além de uma forte injeção de recursos nos bancos.

Em paralelo a isto, o ritmo das economias segue sofrível. Segundo o FMI, o crescimento da região, antes previsto em 0,2%, deve ser negativo no mesmo patamar neste ano de 2013. Em 2012, recuou 0,4% e para 2014 a previsão é de crescimento em torno de 1%.

Para os EUA, o FMI prevê um crescimento de 2,0% em 2013, depois de crescer 2,3% no ano passado, e 3,0% para 2014. Por lá, depois da posse de Barack Obama, conseguiu-se, mais uma vez, que o Congresso "empurrasse com a barriga" a decisão sobre o teto da dívida pública, em torno de US$ 16,4 trilhões, adiada para maio. Já a China segue como "motor global", mesmo crescendo menos do que em passado recente, em torno de 7,5% a 8,5%, mas com o governo mantendo as rédeas do país, com política monetária prudente e, agora, ações mais focadas no mercado interno. Segundo o FMI, a China cresce 8,2% neste ano e 8,5% em 2014.

No Japão, nova política monetária foi anunciada, mais do mesmo, com manutenção da política de compra de ativos e meta de inflação revisada de 1% a 2%. Por lá, o crescimento foi revisado a 1,2% neste ano e 0,7% em 2014. Na verdade, o objetivo é tentar superar a armadilha do baixo crescimento, fugindo da velha cultura da alta poupança, baixo consumo e deflação.

Por aqui no Brasil, no entanto, as coisas não andam nada boas. Excesso de voluntarismo, embates na imprensa, inflação ascendente, crescimento pífio, e o que se observa é uma gestão meio a reboque dos fatos. Até observamos um arsenal de medidas anunciadas, mas poucos resultados práticos. Na visão de Pérsio Arida, inclusive, isto é uma realidade. Para ele, o Brasil até tem anunciado objetivos de política econômica, mas com resultados pobres. A isto, devemos o ambiente de negócios nocivo, o excesso de burocracia, a carga fiscal elevada, o baixo volume de investimentos em infraestrutura, etc.

Enfim, são vários os gargalos que abalam o nosso crescimento, piorados pelo excesso de improvisos e medidas paliativas, com alcance limitado a alguns setores. Poderíamos até falar das políticas industriais adotadas, verticais, setoriais, que, muitas vezes, se perdem nos meandros da máquina pública. Mas vamos deixar para falar sobre este tema numa próxima oportunidade.

Mesmo assim, interessante que, mesmo, com todos os reveses, o Brasil ainda tem a confiança dos investidores globais, que na Reunião de Davos colocaram o país em quarto entre os preferidos para se investir. Ficamos atrás da Rússia, Índia e México, não necessariamente nesta ordem. Isto também é reforçado pelo ingresso de investimentos externos diretos em 2012, totalizando US$ 65,3 bilhões, o suficiente para o financiamento do déficit externo, em US$ 54,2 bilhões (2,4% do PIB).

Interessante observar que boa parte deste desequilíbrio externo (41%) acabou gerada pelo aumento de turistas brasileiros, que deixaram no exterior cerca de US$ 22,2 bilhões. Isto significa dizer que, mesmo com o dólar acima de R$ 2,00, a classe média segue gastando seus recursos excedentes em viagens de turismo.

Numa visão mais macro, podemos concluir que o Brasil segue gastando muito, até mais do que pode produzir, com a poupança interna insuficiente, o que o obriga a absorver poupança no exterior. Qual o limite para isto?

Enquanto tivermos na outra ponta um forte ingresso de investimentos de longo prazo, de boa qualidade, isto pode ser administrado. O problema é se estes investimentos começarem a rarear. Importante salientar, que muito destes vêm sendo usados na aquisição de empresas nacionais, em operações intercompanhias. O ideal é que estes comecem a se concentrar mais na ampliação da capacidade produtiva, visando reduzir o famoso descompasso entre oferta e demanda.
Tabela 1

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