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Por Que Você Não Precisa se Preocupar com os Impostos nos EUA?

Publicado 26.04.2021, 12:50

Na quinta-feira (22), tivemos a notícia da intenção do presidente Joe Biden em elevar alguns impostos nos EUA. Em meio a tanta desinformação que vemos por aí, entendo que vale aqui explicar qual o impacto disso para os seus investimentos.

Entendendo: primeiro ponto é que estamos falando de uma proposta e não de uma lei sancionada. A Bloomberg News informou na tarde de quinta-feira que Biden está planejando um aumento nos impostos sobre ganhos de capital para até 43,4% para americanos ricos. A proposta aumentaria a taxa de ganhos de capital para 39,6% para aqueles que ganham US$ 1 milhão ou mais, contra 20% atualmente, de acordo com a Bloomberg News, citando pessoas familiarizadas com o assunto. Então o que temos até agora é a intenção declarada da Casa Branca na elevação de alguns impostos.

Esperado: Essa notícia não deveria surpreender o mercado, uma vez que foi parte recorrente da campanha do presidente Joe Biden. Ele se elegeu falando que iria reverter os tax cuts do presidente Trump e elevar impostos sobre fortunas. Nesse sentido, inclusive, já pontuei que os aumentos de impostos seriam um potencial risco ao mercado americano. Logo, apesar da notícia ter repercutido essa semana, não é novidade alguma essa intenção. Talvez por isso, já na sexta-feira vimos as bolsas americanas encerrarem o dia em alta. Poucos diretamente afetados. A proposta se refere aos investidores americanos e em nenhum momento trata de investidores estrangeiros. Além disso, 75% dos investidores no mercado americano não se enquadram nos critérios para essa taxação.

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São aqueles que investem através de planos especiais de aposentadoria (os quais tem regimes tributários próprios), fundos de Endownments de Universidades, investidores estrangeiros. A análise interna da Receita Americana de 2018 mostra que os milionários eram pouco mais de 500 mil investidores, ou que detinham pouco mais de 0,4% do valor do mercado. Logo, no caso de uma forte realização do mercado de ações poderíamos ver muitos investidores inclusive se aproveitando das quedas e dando sustentação aos preços uma vez que não são diretamente afetados por essa notícia.

Muito ruim?

A meu ver temos aqui 2 faces da moeda.

Por um lado, o aumento de impostos sobre as empresas tenderia a encarecer os produtos americanos e até reduzir a competitividade americana; e o aumento de imposto sobre fortunas ou para aqueles com ganhos elevados poderia levar a uma migração dos mais ricos para outras praças.

Por outro lado, o objetivo dos aumentos de impostos é o financiamento de diversas medidas que pode justamente trazer mais competitividade para os EUA no logo prazo, além de já injetar crescimento no curto prazo. Além dos cheques de incentivo à economia, tivemos anúncio de um pacote de infraestrutura o qual tende a melhorar a logística americana, tornar energias renováveis mais baratas e uma internet mais rápida disponível a uma maior gama de agentes. Esses são fatores essenciais para crescimento da economia e produtividade. Outro pacote, também financiado pelo aumento de impostos, é focado na melhoria da produtividade do trabalhador, através de cursos de capacitação profissional e pesquisas. Esse também é outro fator preponderante para crescimento sustentado de longo prazo. Uma economia que cresce gera mais oportunidades para todos, mais lucros para empresas e consequentemente suas ações tenderiam a refletir isso.

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E o mercado de ações?

Apesar de parecer ou soar negativo, olhando o passado, dá para dizer que não vemos um impacto tão forte assim para o mercado de ações. Historicamente, os aumentos nos impostos sobre ganhos de capital não prejudicaram as ações. A coluna do John Authers na Bloomberg nos traz alguns insights interessantes sobre a forma como o mercado lidou com o último grande aumento da impostos sobre ganhos de capital no final de 2012 – quando a alíquota subiu 9 pontos percentuais. À medida que ficou claro que impostos mais altos sobre ganhos de capital estavam chegando, o S&P 500 enfraqueceu e ficou de lado nos últimos meses do ano – a explicação seria a que alguns investidores de fato estavam realizando lucros antes dos aumentos de impostos. Em 2013 já com a nova alíquota tivemos um ano de forte valorização com o S&P encerrar com ganhos de 30%.

Indo além na história, você não encontra correlação óbvia entre aumentos ou reduções de impostos sobre ganhos de capital e a performance do mercado. O gráfico abaixo pontua todos os pontos de aumento de alíquotas (linhas vermelhas) e reduções de alíquotas (linhas verdes).

Análise do Goldman Sachs, dos últimos três aumentos de 1987, 1988 e 2013 também corrobora a ideia de um impacto reduzido no mercado e ainda, mas que compensado no futuro. Algumas ações consideradas de momentum é que seriam as mais afetadas no curto prazo.

Será que passa?

Para que a proposta se torne efetiva é necessária a discussão nas duas casas (Câmara e Senado). Nesse sentido, apesar da maioria na Câmara dos Representantes e maioria técnica no senado, existem diversas divergências sobre o escopo e abrangência desse aumento de impostos. Como exemplo, o senador democrata do estado da Virginia Joe Manchin, é visto como contrário a um aumento dessa magnitude. Outros senadores se mostram menos favoráveis a um aumento de impostos tão agressivo assim.

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Analistas do Goldman Sachs sugerem que o aumento deve ser definido numa alíquota bem menor, saindo dos atuais 20% para 28%. Essa também é a visão do banco suíço UBS, que escreveu em nota aos seus clientes: “Our base case is for the top rate to increase to 28%, with lawmakers pushing back at the near doubling suggested by the administration.” Logo, me parece hoje pouco provável que a proposta da Casa Branca avance sem mudanças. Parece mais um movimento de poker de blefar para depois barganhar por um aumento mais brando.

Resumindo.

O investidor brasileiro não deve ser confundido por narrativas equivocadas e incompletas que são difundidas no noticiário de mercado. Os pontos que trouxe aqui, foram com o objetivo de tranquilizar os investidores face as recentes notícias. Não acredito que tais eventos levariam a uma migração de capitais para fora dos EUA. Já vimos eventos como esses no passado e o resultado, como mostrado aqui não foi a da migração de capitais. Fatores como crescimento econômico, níveis de confiança dos investidores, emprego, renda e juros são mais importantes para determinar o desempenho do mercado de ações.

RESULTADOS CORPORATIVOS

Voltando aquilo que é o principal driver das ações nos logo prazo: vamos falar dos seus lucros!

Em linhas gerais até aqui os números apresentados pelas companhias americanas têm apresentado ampla surpresa positiva. A Earnings Scout informa que entre 61 empresas que divulgaram seus números essa semana, 90% bateram as estimativas do mercado para lucros, os quais foram, aproximadamente 22% maiores que o esperado. Ainda em nível agregado o crescimento da receita até aqui se mostrou de cerca de 8.6% e dos lucros em 46.1%. Abaixo uma tabela completa com os números consolidados até agora.

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Foco total dessa semana fica por conta dos resultados, afinal temos uma miríade de nomes conhecidos!

Temos Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) na segunda; Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34), Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34), Visa (NYSE:V) (SA:VISA34), Starbucks (NASDAQ:SBUX) (SA:SBUB34), GM (NYSE:GM) (SA:GMCO34) e 3M (NYSE:MMM) (SA:MMMC34) na terça; quarta-feira é a vez da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Qualcomm (NASDAQ:QCOM) (SA:QCOM34), Boeing (NYSE:BA) (SA:BOEI34), Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34); quinta-feira a Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Mastercard (NYSE:MA) (SA:MSCD34), Comcast (NASDAQ:CMCSA) (SA:CMCS34), McDonald’s (NYSE:MCD) (SA:MCDC34), Shell (NYSE:RDSa) (SA:RDSA34) e Caterpillar (NYSE:CAT) (SA:CATP34); e sexta-feira temos a Exxon Mobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34), Chevron (NYSE:CVX) (SA:CHVX34), AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34) e Colgate-Palmolive (NYSE:CL)(SA:COLG34). E isso porque citei apenas algumas…muitas outras empresas divulgarão balanços. 

Imagem

Era isso.

Aquele abs e boa semana!

Últimos comentários

Nunca me preocupei. Não sou americano.
Pois deveria se preocupar, mesmo no sentido positivo. Se houver uma fuga de capital o Brasil pode ser o destino de uma parcela. Se houver tambem uma retração da bolsa americana, nosso índice tende a acompanhar por um curto período. É bom ficar de olho e não ignorar.
Maravilha de artigo. Segue o jogo!
Se esses milionários representam somente 0,4 % dos investidores, o impacto será de quase nada mesmo. Sempre achei que o mercado financeiro fosse de maioria milionários, então, não deve afetar posições compradas mesmo, mas é bom cuidar quando isso for a votação, os mercados podem abrir num gap de baixa muito pesado já medo é algo irracional.
E se 80 a 90% da riqueza, dinheiro, poder financeiro está nas mãos desses 0,4% (que parecem pouco) e eles decidem abandonar o barco, mesmo que seja por um momento. Nunca subestime um percentual "baixo" antes de olhar para todos os lados.
O aumento afeta as growth stocks.
Mto bom
esse aumento não passa...
certo
muito boa análise
Muito meu obrigado
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