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Raio-X de Ações nos EUA: Chipotle Mexican Grill

Publicado 29.11.2021, 13:29
CMG
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C1MG34
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Nome: Chipotle Mexican Grill, Inc

Ticker: CMG

Fundada em: 1993, por Steve Ellis

Preço: US$1.686,88

Valor de mercado: US$47,46 bilhões

Os Estados Unidos são obcecados com fast food. Hambúrgueres, milkshakes, batatas fritas, pizza e frango frito muito gorduroso são alguns dos itens consumidos cotidianamente por milhões de americanos em todo o país. Se isso sempre foi verdade, nas últimas décadas a crescente preocupação com alimentação saudável e a redução de consumo de alimentos processados se tornou um grande obstáculo para o crescimento dessa indústria. Essa mudança de hábitos e cultura seria o tempero que impulsionaria o Chipotle Mexican Grill Inc (NYSE:CMG) (SA:C1MG34) a se tornar uma das maiores cadeias de fast food de todo o planeta.

O gigante da montanha

Se você tivesse que imaginar o local de criação de uma das maiores redes de restaurantes tex-mex do mundo, muito provavelmente lhe viria à cabeça uma pequena cidade no deserto de Chihuahua, que se estende do México até o Texas e Arizona, ou então uma bela praia do pacífico norte na Califórnia, onde a brisa litorânea possa amenizar o calor da pimenta e o frescor do vento acentue a leveza do coentro. No entanto, o Chipotle não foi fundado em nenhum desses locais, mas sim no gélido coração das montanhas Rochosas, em Denver, Colorado.

Depois de estudar gastronomia em Nova Iorque, Steve Ellis se muda para San Francisco e observa atentamente o grande sucesso que os tacos e burritos mexicanos faziam na região. Após alguns anos trabalhando na metrópole californiana, Ellis decide retornar à cidade em que seus pais moravam e utilizar o conhecimento adquirido na costa oeste para abrir seu próprio restaurante.

Com um empréstimo de US$85.000 feito pelo seu pai, Ellis abre a primeira unidade do Chipotle próximo ao campus da Universidade de Denver em 1993. De acordo com seus cálculos, a loja precisaria vender ao menos 107 burritos por dia para ser lucrativa. Após apenas um mês de operação, o restaurante já vendia mais de 1.000 burritos por dia.

Ronald McDonald, o trader

Com o crescimento vertiginoso de vendas do primeiro restaurante, Ellis rapidamente pôde financiar a abertura de uma segunda unidade em 1995 utilizando os próprios fluxos de caixa da matriz e pouco tempo depois abriria uma terceira loja graças a empréstimos oferecidos a pequenas empresas. No entanto, o negócio só decolaria depois de receber o investimento de um aliado inesperado: o McDonald’s.

Em 1998 a maior rede de fast food do mundo começou a realizar investimentos no Chipotle, eventualmente se tornando seu controlador em 2001. Graças aos investimentos da rede de hambúrgueres, a companhia conseguiu sair de 16 restaurantes em 1998 para mais de 500 lojas em 2005. Para financiar ainda mais a sua expansão pelos Estados Unidos e em outros países, em 2006 a companhia realizou seu IPO e, em 2008, o McDonald’s zerou sua participação na empresa devido a um processo de desinvestimentos que estava realizando à época para focar em seu core business.

Hoje o Chipotle conta com mais de 2.800 lojas. Majoritariamente localizadas nos Estados Unidos, a rede também conta com unidades no Canadá e em cidades europeias como Paris, Lyon e Frankfurt. Diferentemente do seu ex-controlador, a rede não opera com franquias, sendo o proprietário direto de cada uma das unidades ao redor do globo.

Fast food fresco

Um dos principais segredos para o sucesso do Chipotle vem de algo que deveria ser senso comum na culinária: utilizar apenas ingredientes frescos. Se você já assistiu ao programa de televisão chamado “Pesadelo na cozinha”, apresentado pelos chefs Gordon Ramsey nos Estados Unidos e Érick Jacquin em sua versão brasileira, certamente sabe que alguns dos principais itens responsáveis pela derrocada da qualidade da comida de um restaurante são o freezer e o forno de micro-ondas, utilizados para congelar e reaquecer pratos.

Nenhuma unidade de nenhum restaurante da rede é equipado com freezer, micro-ondas ou abridores de lata, de forma a assegurar que todos os ingredientes utilizados sejam extremamente frescos. Todos os alimentos são preparados em cada loja, sem uma distribuição centralizada de ingredientes pré-prontos. Para garantir que não haja desperdício e que cada unidade consiga produzir todos os itens do menu, a rede tem um cardápio muito enxuto, composto por apenas cinco itens: tacos, burritos, quesadillas, saladas e bowls de arroz e feijão. Os preços variam de acordo com a proteína selecionada para cada prato.

O sabor do dinheiro

Desde sua abertura de capital a companhia veio crescendo exponencialmente: desde 2016, apenas em dois trimestres a lucratividade da companhia não superou as previsões dos analistas, sendo o último deles no quatro trimestre de 2020, período que é sazonalmente ruim para a companhia, afinal não se come burritos no dia de ação de graças, natal e réveillon. Além disso, nos últimos cinco anos, a receita da empresa tem crescido a uma média de 8,96% ao ano.

No terceiro trimestre de 2020, a receita do Chipotle foi de US$2 bilhões, um aumento de 21,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento de 15,1% nas vendas. Notoriamente, os fast foods tendem a ser restaurantes de conveniência e que, portanto, deveriam ser fortemente impactados pela pandemia da covid-19, com o fechamento das economias globais. Isso não aconteceu com o Chipotle, que viu um aumento vertiginoso nas suas vendas online, que hoje representam 42,8% da receita da companhia.

Com um endividamento de mais de US$3,4 bilhões contra cerca de US$1 bilhão em caixa, a companhia tem um alto grau de alavancagem financeira, porém as margens operacionais estão melhorando. Com a alta da inflação nos EUA, os custos com alimentos e embalagens representam 30,3% da receita do Chipotle, uma queda de dois pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, graças ao aumento de preços do seu menu. E o CFO da companhia Jack Hartung afirmou ainda não ter encontrado nenhuma resistência dos consumidores para aumentar ainda mais os preços praticados nos restaurantes.

Pimenta demais?

Os números de crescimento do Chipotle são inquestionavelmente impressionantes. Contudo, há uma série de riscos a serem considerados pelo investidor. A rede de restaurantes já passou por uma série de incidentes de infecções alimentares, notoriamente causados por infecções de norovírus e pela bactéria E. coli, ambos patógenos normalmente encontrados em fezes. Devido a esses incidentes, a rede está constantemente revisando suas medidas sanitárias, mas é frequentemente questionada sobre seu uso de ingredientes frescos, o que poderia ser o explicativo deste tipo de problema.

Casos de infecções de consumidores podem gerar não apenas problemas de marca, desgastando a imagem da companhia aos olhos do público, mas até mesmo passivos jurídicos, com clientes hospitalizados processando o restaurante. Além disso, o alto grau de endividamento da companhia pode fazer com que a ação seja altamente penalizada no caso de elevações de taxa de juros, o que aumentaria o custo do capital da empresa.

Por fim, a grande taxa de crescimento da companhia pode gerar expectativas irreais nos investidores, o que pode fazer com que as ações despenquem caso haja uma redução no ritmo de crescimento, ainda que momentâneo. Assim, o Chipotle pode ser uma ação muito apimentada para o seu portfólio, mas há quem não abra mão de uma boa pimentinha.

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