Garanta 40% de desconto
💰 Buffett investe US$ 6,7 bi na Chubb. Copie toda a carteira de Buffett gratuitamente com InvestingProCopiar carteira

Selic: 6 motivos para começar o ciclo de corte

Publicado 13.04.2023, 16:39
DXY
-

Os últimos dados da inflação brasileira não só levantaram mas fortaleceram as teses para o início do corte da taxa básica de juros, a Selic. O IPCA de março registrou alta de 0,71%, 0,13 p.p. abaixo da taxa de 0,84% registrada em fevereiro e abaixo das expectativas (0,78%).

O que podemos observar é que no acumulado de 12 meses o processo de desinflação da economia seguiu em curso, conforme esperado desde meados do segundo semestre do ano passado, com a inflação desacelerando para 4,65% em março, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Apesar do processo de desinflação continuar sendo observado desde o pico de inflação que ocorreu em abril do ano passado, para projetar a inflação devemos olhar para os dados qualitativos do indicador, como o índice de difusão assim como o núcleo de inflação, este que exclui itens mais voláteis, como alimentação e combustíveis.

Assim, listo abaixo alguns motivos que justificam o corte da Selic:

  1. A inflação dos alimentos tem recuado, conforme podemos observar no gráfico abaixo, sendo o conjunto de alimentação e bebidas o principal item da cesta de inflação, o qual correspondeu a 21,73% conforme a última publicação do IBGE. Transportes, o segundo item com maior peso (20,35%), foi influenciado negativamente em março devido à alta do preço dos combustíveis, explicada pela volta dos impostos, que ocorreu justamente no mês, fato que não deverá se repetir nos próximos meses.



  1. O índice de difusão, que mede o quanto a inflação está espalhada, tem diminuído ao longo dos últimos meses, passando de 69% em dezembro para 60% em março. Em outras palavras, a inflação tem se concentrado a cada mês, enfraquecendo o efeito cadeia da inflação em outros itens da cesta.

  2. Outro ponto importante é observar a inflação de serviços, que também tem recuado nos últimos meses, em fevereiro foi de 0,84% e março de 0,71%, tirando as pressões dos núcleos que até então estavam sendo observadas e traziam preocupações, ou seja, um sinal claro de que a tendência inflacionária para os próximos meses tem diminuído.

  3. Olhando para o cenário internacional, especialmente para a economia americana, os últimos dados da inflação ao consumidor seguem com a sinalização de melhora, com o IPC recuando de 6,0% para 5,0% no acumulado de 12 meses encerrados em março, dos quais somados ao mercado de trabalho que já dá os primeiros sinais de desaceleração, corroboram para o fim do ciclo de alta dos juros americanos.

  4. Sobre os efeitos do cenário acima exposto, observa-se o enfraquecimento da moeda americana frente aos seus pares (DXY), o qual implica, ainda que indiretamente, em menores pressões inflacionárias no nosso país.

  5. Ademais, deixo este artigo que escrevi há algumas semanas sob um olhar tanto técnico quanto social, com outros motivos para o banco central brasileiro cortar os juros.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Assim, daqui pra frente poderemos observar uma inflação que vai perdendo força ao longo deste primeiro semestre do ano, vide o segundo trimestre que traz consigo os efeitos sazonais positivos nos preços dos alimentos, tanto por efeitos domésticos quanto internacionais, como o recuo do preço das commodities.

Deste modo, no que diz respeito à política monetária do banco central brasileiro que tem por objetivo trazer a inflação para a meta, os dados do IPCA somados à melhora da comunicação quanto aos gastos públicos podem indicar um sinal positivo quanto ao início do corte da Selic neste ano.

Por fim, acredito que na próxima reunião do Copom, em maio, ainda não observaremos o corte da taxa básica de juros, entretanto, o comunicado poderá sinalizar um tom ameno quanto ao aperto monetário, aumentando a probabilidade de corte já no início do segundo semestre.

Últimos comentários

Para a inflação anual de 2023 teremos 3 índices passados negativos, que vão desaparecer, fazendo com que a anual suba muito O Copom persegue a meta já definida e, ainda que as inflações mensais, daqui para frente, caiam, digamos para 0,60% ao mês, fechará subindo no ano, para entre 7 e 8%. Nada que está sendo feito por este governo favorece a queda da inflação. Meu temor é que o Bacen tenha de subir os juros a partir de outubro de 23!
Os juros nesse patamar é um crime contra a economia, não gera empregos, o país vive de especulação, acredito que vão começar um ciclo de baixa daqui por diante,... Agora o Brasil tem um presidente de verdade.🇧🇷
Parabéns, Fernanda! Bons argumentos! Eu acrescento ainda nosso perfil de dívida, perfil de matriz energética, ociosidade de diversos setores, desemprego e perfil do emprego de baixa qualidade pela falta de investimentos. O BCB não tem somente a inflação como pauta, assim como a inflação não tem só o BC como agente controlador. Falta clareza e honestidade dentre os players da política e da comunicação do país, que sempre estiveram sequestrados por conflitos de interesses!
As autoridades tem de investigar o que essas pessoas que querem baixar a Selic a qualquer preço e sem a menor preocupação com a verdade ou com as consequências estão lucrando com isso! Acham que vão baixar no grito? É bom estarem preparados para a guerra que vai se abater em suas cabeças! O governo tem de tributar os lucros das ações da Bolsa de Valores em 60%.
Sua lógica seria lógica se fosse inversa. O que beneficia uma minoria em detrimento da maioria é que é o ponto fora da reta. Maior taxa real de juros para uma economia tão diversificada, pujante, com excelente perfil de dívida, cuja inflação se dá por dolarizacao dos recursos produzidos aqui, veja o caso de nossa matriz energética, a mais ampla, diversa, limpa, conectada, é pq o proletariado defende a burguesia, a começar pelo governo que se diz do proletariado. E a maioria aqui é manipulada e nem se dá conta. Como deve ser o seu caso ou tá querendo manipular também?
A inflação real vai surgir em 72 horas. Aguardem!!!
comparativo 12 meses caindo, mas comparativo com o mês anterior continua subindo. ou seja, temos uma inflação ainda sem controle.
Na minha simples opinião a inflação real nos vamos ter uma estimativa a partir de julho...e acredito que o BC esta esperando esse período para baixar os juros. Em julho vai fazer um ano da MP que alterou o ICMS dos combustíveis. O Boletim Focus marca o juros no final de 2023 em 12,75%, ou seja, deve cair 1% esse ano.
A expectativa que entrou no preco atual é mesmo para a partir de julho. Quanto à MP do ICMS, comentario interessante, e creio que a data da reoneracao da gasolina e etanol em 1o de marco de 2023 é importante também.
não esqueça que esse é o governo mais corrupto e que desvia dinheiro das estatais, e torna as estatais mais ineficiente quando coloca amigos e mulheres de amigos em cargos de caráter técnico. a interferência na política dos preços da Petrobrás vai gerar uma bomba relógio.
comentário sem noção! é um bot?
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.