Mercados Globais
A semana será congestionada em termos de eventos, tanto no exterior como no Brasil. No Japão, a vitória eleitoral, que manteve o primeiro ministro no poder por mais um mandato, produziu um sentimento de tranquilidade no mercado, já que a atual política de estímulos fiscais e monetários será mantida. O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, subiu mais de 1% e deu o primeiro movimento positivo para a semana. Na Europa, a Espanha continua sendo fonte de incertezas, à medida que o embate entre o governo Rajoy e as lideranças catalãs se intensifica. Não houve avanço nas negociações e isso pode levar ao aumento das tensões. O euro continua a se desvalorizar em relação ao dólar, em um movimento que pode aumentar ao longo da semana, se os EUA conseguirem avançar em seu pacote de redução dos impostos corporativos. A boa notícia para os mercados é que Donald Trump, segundo anunciou na sexta-feira à noite, ainda considera a hipótese de manter Janet Yellen na presidente do FED. Se mantida na presidência, Yellen deve continuar com a estratégia gradualista de normalização da política monetária. Por fim, os resultados corporativos continuam a ganhar destaque, com a divulgação dos lucros de General Motors (NYSE:GM), McDonald’s, 3M, Caterpillar, e AT&T, amanhã; Boeing, Visa, Coca-Cola, e Dow Chemical, na quarta; Ford, Conoco, Amarican Airlines, Alphabet (Google), Microsoft e Amazon, na quinta e; finalmente, Chevron Exxon e Merck (NYSE:MRK) na sexta. Os resultados continuam turbinados pelas baixas taxas de juros e pela atividade econômica, que tem mostrado aceleração.
Brasil
No Brasil, o Banco Central anunciará mais redução dos juros na quarta-feira, a nona consecutiva, para 7,5%, com uma desaceleração do ritmo de redução, indicando a proximidade do fim do ciclo de quedas. A inflação anual caminha para fechar perto de 3%, um pouco acima, um pouco abaixo, próxima de um recorde de baixa. Ela só não ficou menor por conta das fortes altas dos preços da gasolina, gás de cozinha e energia elétrica. Do patamar em que se encontrava, em 14,25%, ao seu nível de encerramento, perto dos 6,5%, a taxa SELIC cairá quase 8%. Veja o gráfico da taxa SELIC:
Também serão divulgados os resultados de empresas importantes do Ibovespa: Fibria (SA:FIBR3) e Renner (SA:LREN3), amanhã; Telefônica (SA:VIVT4), Weg, Odontoprev (SA:ODPV3), Marisa e Globex, na quarta-feira; Santander (SA:SANB11), Ambev (SA:ABEV3), Klabin (SA:KLBN11), Raia Drogasil (SA:RADL3), Vale, Bradesco (SA:BBDC4), Engie, Hering (SA:HGTX3), Estácio (SA:ESTC3), Fleury (SA:FLRY3), Suzano (SA:SUZB5), Pão Açúcar e CCR (SA:CCRO3), na quinta-feira; Usiminas (SA:USIM5), Duratex (SA:DTEX3) e Itautec na sexta-feira.
Também está no radar do mercado o leilão do pré-sal, que ocorre dia 27, e leiloa áreas nos campos Gato do Mato, Carcará, Sapinhoá e Tartaruga Verde. A expectativa é de participação de 16 operadores no leilão, que pode levantar mais de sete bilhões de reais para o governo.
Por fim, na política o governo deve encaminhar a votação da segunda denúncia contra Michel Temer no plenário da Câmara nessa semana. A expectativa é que a denúncia seja enterrada, mas a imprensa está de olho na capacidade de gerenciamento do Planalto de sua maioria no Congresso. Os atritos entre o governo e o presidente do Congresso, Rodrigo Maia, podem debilitar a capacidade do governo para levar a cabo as reformas que o mercado espera.