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Sob Nova Direção: Os Desafios do Turnaround da Blue Tech Solutions (BLUT3; BLUT4)

Publicado 25.01.2022, 11:11

Este título é a melhor forma de descrever os últimos meses emocionantes dos acionistas da Blue Tech Solutions EQI (SA:BLUT3; BLUT4), antiga Indústrias JB Duarte. Fundada em 1914 e com sua abertura de capital em 1985, a empresa tem muita história para contar neste seu centenário e mais um pouco. Iniciou como fabricante de produtos químicos para indústria têxtil e posteriormente passou a produzir óleos vegetais para fins industriais e alimentícios. No entanto, nas últimas décadas a empresa experimentou a decadência, marcada por polêmicas, processos judiciais e condenações da CVM pelos seus antigos gestores, além de ter de se desfazer de negócios tradicionais, como o mais conhecido, a lata de óleo composto Maria. Aliás, quem nunca foi a um boteco que tinha uma lata do óleo Maria na mesa para azeitar sua vida?!

Para se ter uma ideia da gestão duvidosa seu antigo presidente figurava na lista dos maiores devedores da dívida ativa da União. Em matéria vinculada pela revista Isto É Dinheiro de 2016 a dívida superava os R$ 7 bilhões em débitos, valor este maior por exemplo que de massas falidas como a VARIG e VASP.

Em recente comunicado ao mercado, a atual direção da empresa explicou resumidamente os acontecimentos do ano conturbado de 2021. A virada para o turnaround foi motivada pela atuação de novos acionistas que demandavam por maior transparência da companhia e que conseguiram promover a troca dos gestores anteriores. Sendo que na primeira quinzena de Agosto, tanto o Presidente Executivo como do Conselho de Administração renunciaram aos seus cargos, seguidos pelos seus fiéis conselheiros/escudeiros. Nesta oportunidade assumiu o novo, e atual presidente executivo da empresa Filipe Fortes, e como parte da reestruturação fora nomeado o novo Diretor de Relações com Investidores Yuri Dias. Com as cadeiras do conselho ainda vagas, em 21 de outubro de 2021 ocorreu a AGE para a eleição dos novos conselheiros indicados pelos novos acionistas com o objetivo de defender os interesses da empresa, de fato.

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Como já era de se esperar, os novos administradores encontraram alguns “esqueletos” nos armários, ou melhor, demorou-se um pouco a encontrar estas coisas pois os antigos administradores se negaram a dar a chave destes "armários". Ou seja, não deram acesso aos documentos de propriedade da empresa e deixaram de cumprir as obrigações mínimas junto à B3 (SA:B3SA3), CVM e demais órgãos de controle. Material este só possível de ter acesso após decisão judicial de magistrado que obrigou a entrega de tais documentos.

A primeira demonstração de guinada na gestão da empresa foi a instauração de uma diligência interna com o apoio de assessorias jurídicas, tributárias e contábil para apurar e levantar todas as informações reais a serem prestadas aos acionistas de maneira isenta e confiável.

No entanto, em meio a este trabalho de reestruturação a nova gestão foi surpreendida com um fato inusitado para não chamar de bizarro. Estranhamente no dia 28 de outubro a empresa recebeu da B3 um questionamento feito por um investidor quanto à falência da JB Duarte, atual Blue Tech. A pseudo falência teve sua origem a mais de 20 anos, decretada pelo juiz de primeira instância em 06 de abril de 2000, contra uma empresa chamada Virgínia Comercial Mercantil. De maneira estranha, muitos anos depois o processo ganhou nova inércia e o magistrado estendeu os efeitos de falência para a JB Duarte. Com o questionamento direcionado à B3, no dia 8 de novembro de 2021 as negociações das ações da companhia foram interrompidas até que fossem esclarecidos os fatos.

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Embora eu seja leigo em matéria jurídica, a engenharia me ensinou que algumas lógicas básicas devem ser seguidas, e por isso usei a palavra "bizarro" no parágrafo anterior. Ora, por que estranhamente o questionamento foi feito para B3 e não para o RI da empresa se não tivesse algum interesse escuso por trás disso? O porquê este questionamento feito a cerca de um processo que não era digital e por muitos anos sequer foi comunicado ao mercado? O porquê da movimentação do processo uma vez que, a reclamante, no caso a Metalúrgica Matarazzo, único credor, renunciou ao crédito o que levava a perda do objeto processual? Acrescento as minhas, outras perguntas sem respostas que a própria companhia fez em um de seus comunicados aos acionistas: Por que a decisão foi comunicada pelo magistrado apenas após o anúncio da troca de comando da empresa, logo após os antigos controladores se desfazerem de suas ações, coincidência ou sorte? O porquê da extensão de falência apenas para JB Duarte e não para as demais empresas coligadas ao grupo onde houve a transferência e ocultação de patrimônio?

Enfim, voltando a lógica que mencionei era líquido e certo que este processo não parava em pé. A nova gestão da Blue Tech contratou o competente escritório da Ferreira Pinto Advogados Associados para desatar este nó. E como já era de se esperar como resultado um processo cheio de nulidades aliado a profissionais eficazes, na data de 9 de dezembro de 2021 o desembargador Alexandre Marcondes acatou a sustentação dos advogados e deferiu liminarmente a suspensão dos efeitos de falência estendidos a Blue Tech. Entre os principais pontos destacados pelo desembargador foi de reconhecer a argumentação dos autores como...."minimamente relevante, não parecendo razoável, nesta etapa de cognição sumária e provisória, que seja decretada a falência de uma empresa de capital aberto, regularmente constituída perante a bolsa de valores brasileira e há décadas em atividade no território nacional....". Ou seja, prevaleceu o bom senso, claro que lastreado pelas leis vigentes, e acima de tudo deixando claro que os únicos prejudicados seriam os investidores que nada tinham a ver com a antiga gestão da empresa que teve tempo para vender suas ações além de atrapalhar e retardar a retomada da empresa.

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Uma vez vencida esta batalha a companhia ainda tem muito trabalho pela frente para emplacar este turnaround. Eu como empresário e diretor de empresas me coloco no lugar dos atuais gestores, ou seja, ao mesmo tempo que se observam as condições periclitantes que se encontrava a empresa imagino como deve ser motivador o desafio que a nova direção tem para reestruturação. E como a nova diretoria vem focando nos trabalhos de reorganização em andamento, realmente fica difícil de prestar contas ao mercado, e por esta razão, eu e alguns acionistas direcionamos perguntas ao RI da empresa a fim de entendermos em qual momento a empresa se encontra nessa jornada.

Isto posto, a companhia esclareceu que está concluindo as diligências instauradas nos âmbitos jurídico, tributário e contábil como citado anteriormente em comunicado. Com isso há a expectativa de prestar esclarecimentos acerca das condições atuais e reais com maior confiabilidade a qual irão nortear os projetos que deverão pautar o reinício das atividades. Como resultado a empresa deverá divulgar um Plano de Reestruturação e de Negócios. Segundo a companhia, o Plano já está desenhado em fase de conclusão, sendo que a empresa deverá retomar as atividades por meio da aquisição de participação em companhias diversas que atuam em alguns setores estratégicos. Alguns itens propostos no plano que será divulgado dependerão da aprovação dos acionistas em Assembleia Geral a ser convocada após a publicação na íntegra de seu teor.

Por fim, a Blue Tech também esclareceu que em referência ao Fato Relevante de 1 de julho de 2021, a cerca da Carta de Intenções de Compra das empresa Clean Química e CSA Resíduos, que embora tenha sido celebrado pela gestão anterior as empresas ainda mantêm as negociações em vigor, mas que antes de finalizar o acordo a Blue Tech ainda precisa concluir algumas etapas chaves no processo de organização societária e governança a qual serão apresentadas no Plano de Reestruturação a ser aprovado pelos acionistas. Ficou implícito que esta etapa é primordial e anteveem qualquer acordo que venha a ser firmado entre as empresas que estão no radar do processo de reorganização. 

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 Sobre o Autor: Eduardo Pujol é Engenheiro Mecânico formado pela FEI e mestre em Tecnologia Ambiental pelo IPT. Com mais de 22 anos de experiência na bolsa de valores, é empresário, sócio de empresas do setor de meio ambiente e sócio da mesa proprietária Sociedade dos Traders.

Últimos comentários

Por que os gestores antigos não estão presos. Só nesse texto pequeno já dá para ver umas três ilegalidades cabeludas... Imagino o que um promotor acharia se fuçasse um pouco a vida desses gestores do bem alheio desprovidos de dignidade (o termo original que escolhi foi censurado...)
Por que os gestores antigos não estão presos. Só nesse texto pequeno já dá para ver umas três ilegalidades cabeludas... Imagino o que um promotor acharia se fuçasse um pouco a vida desses gestores do bem alheio desprovidos de dignidade (o termo original que escolhi foi censurado...)
Tenho BLUT4, e vamos nesse turn around voltar pro topo histórico.
Muito bom o artigo... bem esclarecedor. Parabéns ao autor. Acredito que a companhia será um dos maiores Turnaround da B3.
Excelente artigo criado. O projeto está a todo vapor e com certeza com uma nova administração profissional e séria, alcançará o sucesso do retorno operacional!!
Gostei :)
Depois de muito tempo, enfim vemos que a empresa realmente está encontrando o caminho.
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