Talvez você não seja fã do estilo bollywoodiano (a Hollywood da Índia), mas alguns filmes merecem ser vistos, como é o caso desse que eu trago hoje como indicação.
Entendo que filmes indianos não agradem a todos. O estilo musical dançante e colorido é considerado por muita gente como bobo ou até mesmo tosco, e a direção e outros aspectos técnicos em nada têm a ver com o estilo de cinema ocidental a que estamos acostumados. Mas eu peço que você se dispa de preconceitos e leia minha sugestão até o fim, pois vale muito a pena.
O filme sobre o qual eu falo é “Homem-Absorvente” (“Padman”, na versão original) e que pode ser encontrado na Netflix (NASDAQ:NFLX). É baseado na história de Arunachalam Muruganantham, um jovem empreendedor indiano que inventou uma máquina de absorventes acessíveis a fim de popularizar o uso desse item em seu país – menos de 15% das mulheres indianas tinham acesso a eles em pleno século 21. O feito dele foi tão transformador que chegou a ser reconhecido até mesmo pela ONU, e eu não vou dar mais spoiler.
E o que isso tem a ver com a Bolsa? Muito. O filme me lembrou do quanto os países em desenvolvimento, caso do Brasil, ainda carecem de coisas básicas, e o impacto que a ausência delas gera na economia.
Nossa infraestrutura, por exemplo, ainda é precária. Quase 40% das cidades brasileiras não têm coleta de esgoto no Brasil, número ainda mais preocupante se falarmos de tratamento de resíduos. Isso abre oportunidades sem precedentes para investimentos em saneamento, algo imprescindível para um desenvolvimento com saúde e sustentável.
Nas telecomunicações, enquanto a Coreia do Sul já começa a pensar no 6G, a próxima geração de redes móveis, e vários países já estão usando o 5G, nós ainda estamos discutindo sua implementação maciça.
Na tecnologia, enquanto consumimos quase que diariamente serviços de empresas estrangeiras como Google (NASDAQ:GOOGL) e Facebook, faltam aqui cérebros para criar as nossas próprias. Os poucos que desenvolvemos logo preferem trabalham fora, porque não temos condições para mantê-los aqui. Nossa educação tem que se desenvolver muito em alcance e qualidade para que possamos competir com as potências tecnológicas mundiais.
Na Bolsa de Valores, enquanto uma parcela significativa das pessoas ricas diversifica seus investimentos em ações, a parcela mais humilde investe 100% de seus recursos em investimentos que rendem muito pouco e cobram altas taxas. E um dos principais motivos pelos quais isso acontece é por falta de conhecimento do tema – nesse ponto, tento deixar minha contribuição diariamente.
Enfim, eu poderia ficar o dia inteiro citando exemplos do que falta no Brasil e da imensa oportunidade que temos de investir e crescer sanando necessidades do país. Não sei qual sua opinião, mas acredito que nada melhor do que boas empresas para suprir tais necessidades. E se você quiser aproveitar este enorme potencial de desenvolvimento, um dos melhores caminhos para isso é se tornar sócio ou sócia dessas companhias, ou seja, investir em ações.
Talvez você esteja agora pensando que isso sempre foi uma grande lacuna no Brasil e que sempre será assim – o eterno “país do futuro”. Nesse caso, você tem a mesma opinião que meu amigo, que disse que adormeceu enquanto assistia ao filme e, quando acordou, 30 minutos depois, o personagem principal ainda não tinha tido sucesso em convencer as mulheres indianas a usarem absorventes.
É fato que as mudanças são demoradas mesmo, e é normal que haja muitos obstáculos no caminho até o sucesso. Acredito que com o desenvolvimento do nosso país não será diferente. Por isso, quando falo em investimento em ações, bato na tecla de que deve ser feito sempre com foco de longo prazo, para que o crescimento aconteça de forma sustentável.
Abraços