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Uma Quinta-Feira de Preciosidades

Publicado 15.05.2014, 21:08
OIBRQ
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BPHA3
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PRIO3
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TRIS3
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Humanamente impossível

Não há como fazer um M5M hoje sem mergulhar na temporada de resultados do primeiro trimestre. Bons brasileiros que somos, o volume de divulgações costuma crescer aos 45 do segundo tempo. Afinal, para quê fazer hoje o que podemos deixar para amanhã?

O problema é que analistas e investidores ainda são seres humanos, e a concentração de divulgações nos últimos dias acaba tornando impossível um acompanhamento ótimo dos resultados. Infelizmente, muitas teleconferências interessantes acabam passando em branco por ter outras nove marcadas no mesmo horário...
Constado (em ata) o meu protesto, nos contentemos com o que por ora temos. Afinal, a temporada de resultados traz hoje uma série de preciosidades...

O trimestre sabático

Trisul (SA:TRIS3) passou um trimestre inteiro sem lançamentos. Seu release de resultados anuncia vendas contratadas, receitas e afins, mas simplesmente negligencia este que é um importante dado, simplesmente porque não houve um novo empreendimento.

Como posso perder o amigo, mas não a piada, é como se a Empiricus passasse três meses sem produzir uma análise sequer, vendendo apenas do que sobrou de estoque e ainda esperasse um grande trimestre. Inspirado pela Trisul, sugeri um trimestre sabático por aqui que envolva junho (primeira fase da Copa), julho (segunda fase da Copa) e agosto (cachorro-louco).

Comparações de maçãs com bananas à parte, Trisul soltou boas margens, retomando níveis de margem bruta superiores à média setorial (e alinhados à tradição dela mesma, antes das bobagens de excesso de crescimento e entrada na baixa renda). Também anunciou programa de recompra de ações, o que é paradigmático para quem chegou a ser questionado sobre condições de liquidez.

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Claro, não foi aqueeeele trimestre porque receitamento foi baixo por conta de ausência de lançamentos. De todo modo, empresa está no eixo agora e parece descontada para um valor de mercado de R$ 307 MM.

A apresentação ininteligível

HRT (SA:HRTP3) soltou um belo de um resultado, e assiste a suas ações subirem 10%. O campo de Polvo entrou na conta e a companhia - quem diria - está gerando lucro líquido - ajudado por venda de ativos, claro. Última linha positiva. Sua curiosidade, no entanto, está nos destaques da apresentação: “Novo impulso no esforço da HRT para o farm-down nas licenças”. Seja lá o que isso queira dizer...

De todo modo, melhora notável dos operacionais, suficiente para despertar um belo short squeeze. Evidentemente, ainda precisa avançar mais para equilibrar fluxo de caixa. O mais surpreendente: se ela, por exemplo, vende um pedaço adicional do Solimões ou da Namíbia, pega um caixa e compra um bocado a mais em Polvo, pode ter uma bela apreciação em

Bolsa pela via que ninguém imaginava, e era tão óbvia: tornar-se uma empresa operacional de petróleo. Soaria ridículo há alguns meses. Hoje é, por enquanto, somente um devaneio. Bela melhora de léxico.

O resultado vermelho

A Brasil Pharma (SA:BPHA3), por sua vez, sofreu novamente com o processo de integração das aquisições e viu seu resultado pintado de vermelho desde a linha do ebitda. Felizmente a companhia conseguiu gerar receita positiva no trimestre, mas com operacionais frágeis, viu seu prejuízo crescer 26x no trimestre. Ela que abriu duas lojas novas lojas nos três primeiros meses de 2014, e fechou 12. Fazendo jus ao resultado vermelho, BPHA3 sofre queda de 9%.

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Por outro lado, temos de reconhecer que no primeiro trimestre não tem nada que surpreenda tanto em se tratando de uma empresa que até pouco tempo chamava-se Brazil Pharma. Assim mesmo, com “z”.

Ao menos essa parte já foi ajustada. Mas investidor é exigente e quer um pouquinho mais do que a troca no RG.

Cara, cadê meu provento?

Quem estava acostumado aos Juros sobre Capital Próprio religiosos (e sem lastro) do BicBanco (BICB4) antes da chegada dos chineses ficou órfão. O banco fez um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 0,8%, com lucrinho de R$ 4 milhões. Portanto, nada de JCP no primeiro trimestre. Nem para o minoritário, nem para os chineses.
Está aí um banco médio precificado em linha com o valor patrimonial, mas que não merecia tamanho luxo.

Pausa!

Alguns segundos de atenção para uma questão importante...

Vimos que BicBanco negocia a 1x valor patrimonial, portanto está mais barato do que Bradesco, por exemplo, que negocia a 1,9x?

De que adianta operar com desconto para o valor patrimonial se há uma clara diferença na capacidade de extrair valor de sua base de ativos? Enquanto o retorno sobre o patrimônio do BIC é inferior a 1%, o do Bradesco roda a 20%.

Parece simples, mas, acredite, ainda há gente que argumente que Petrobras (e outras) são uma barganha simplesmente porque negocia abaixo do patrimônio. É preciso muito mais para ser de fato uma Barganha da Bolsa.

Como fecha a conta?

Voltando à temporada de resultados, vamos ao último dos moicanos nesta safra de balanços de Meu Deus...

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A OI (SA:OIBR3) gerou R$ 1,7 bilhão de ebitda de rotina (recorrente) em sua operação, mas teve de empregar R$ 1,2 bilhão em investimentos para melhoria de rede e afins (capex).

O problema? Alguém aí se lembra do trilema impossível?

Oi tem um endividamento de respeito, tem que se desalavancar, mas sua geração de caixa não parece suficiente para bancar (i) os elevados investimentos, (ii) um processo de desalavancagem e (iii) manter o elevado nível de dividendos. Ou seja, alguém tem que ceder...

Interessante, ainda, que Oi fez R$ 1,2 bilhão de resultado financeiro negativo. Ou seja, a conta não fecha.

Se bem que o mais surpreendente disso tudo é conseguirmos conversar sobre contrassensos de Oi sem mencionar a fusão com Portugal Telecom, a fusão entre Telemar e Brasil Telecom, ou qualquer outro evento de governança...

Nota final: a manutenção de um elevado patamar de dividendos com a estrutura de capital estrangulada não deixa de ser uma questão de governança.

A gente se vê.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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