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Para grandes petroleiras, tamanho das reservas importa cada vez menos

Publicado 16.05.2018, 11:08
© Reuters.  Para grandes petroleiras, tamanho das reservas importa cada vez menos
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Por Ron Bousso

LONDRES (Reuters) - Uma década atrás, a notícia de que as maiores empresas de petróleo e gás do mundo possuíam menos de 12 anos de produção restantes em suas reservas poderia ter causado um pânico e uma derrocada em suas ações.

Mas conforme consumidores tentam migrar dos combustíveis fósseis para fontes limpas de energia, investidores e executivos dizem que o tamanho das reservas não é mais o melhor padrão para medir o valor e a saúde de uma companhia.

O custo de desenvolvimento das reservas existentes e o montante de carbono que elas produzem agora se tornaram mais importantes, segundo eles, o que tem levado a uma profunda mudança na estratégia das empresas.

"A qualidade das reservas e a viabilidade comercial das reservas ultrapassaram de longe a quantidade nos últimos anos", disse o líder global de óleo e gás da EY, Adi Karev.

O setor de petróleo vem emergindo de uma de suas mais longas e profundas derrocadas, após o preço da commodity começar a cair em 2014.

As maiores companhias listadas em bolsa, como ExxonMobil, Royal Dutch Shell, Chevron, ConocoPhillips (NYSE:COP), Total, BP, Equinor (ex-Statoil) e Eni, adaptaram-se.

Elas economizaram ao cortar vagas e aumentar investimentos em tecnologia e agora conseguem fazer mais dinheiro com o barril a 60 dólares do que conseguiam antes com os preços a 100 dólares.

Mas elas também cortaram investimentos em exploração de novos recursos e desenvolvimento de novos campos, o que levou a uma queda nas reservas.

Uma análise da Reuters e da Guiness Asset Management sobre os relatórios anuais dessas oito empresas mostra que o tamanho de suas reservas de óleo e gás, quando consideradas em conjunto, caiu para 91 bilhões de barris em 2017. Esse é o menor nível desde 2005, quando elas ficaram no mesmo patamar.

As reservas da Exxon Mobil (NYSE:XOM), a maior das empresas, encolheram em 16 por cento desde o início da derrocada nos preços em 2014. As da Shell caíram 6,5 por cento desde então, apesar de ela ter pago 54 bilhões de dólares na aquisição do Grupo BG em 2016.

BP e Chevron viram suas reservas subirem em 5 por cento desde 2014, enquanto a Eni foi a única a ampliar significativamente suas reservas, acima de 20 por cento, graças à descoberta do gigante campo de gás de Zohr na costa do Egito.

A vida cumulativa das reservas --o número de anos pelo qual uma empresa pode sustentar sua produção corrente com as reservas existentes-- das oito empresas caiu para 11,7 anos em 2017, o menor nível em ao menos 20 anos, embora a queda seja também resultado de uma forte alta na produção. A Reuters não tem acesso a dados anteriores a 1998.

Para as reservas da Exxon, o recuo foi de 17 anos em 2014 para 15 em 2017, enquanto a Eni caiu de 10,6 para 10,1 anos, apesar de suas descobertas. Na Shell, o recuo foi de 12 para 9 anos no período.

"Há uma clara deterioração (nas reservas) e isso será um problema em algum momento", disse o gestor do fundo de energia da Guiness Asset Management, Jonathan Waghorn.

Com veículos elétricos em alta e a previsão de que a demanda de petróleo alcance seu pico no horizonte, o foco nas reservas tem mudado para a qualidade, ao invés de quantidade.

"Algumas reservas são mais eficientes que as outras", disse à Reuters o presidente-executivo da petroleira norueguesa Equinor, Eldar Saetre.

"Em algum ponto nós veremos uma indústria de petróleo e gás encolhendo, o quando é que não sei, mas quando acontecer será realmente importante que os melhores barris venham e esse será cada vez mais um fator de competitividade", adicionou.

Algumas empresas já estão mudando suas estratégias para se adaptar ao novo foco.

Uma das áreas que tem atraído as petroleiras nesse contexto são as reservas do pré-sal no Brasil, que possuem custos baixos e onde há grandes reservatórios, além de infraestrutura existente. Todas as grandes empresas já estão e diversas outras ampliaram fortemente sua produção na bacia.

"Nós estamos agora chegando ao ponto em que o foco na eficiência e a produção com baixo nível de reservas serão o que os investidores esperam", disse Karev, da EY.

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