Investing.com – Os futuros de petróleo atingiram baixas de vários meses nesta segunda-feira, uma vez que preocupações com um excesso de abastecimento, desacelerando a demanda da China e um dólar mais forte dos EUA continuou golpeando os mercados das commodities.
Na ICE Futures Exchange de Londres, o petróleo Brent com vencimento em setembro atingiu uma baixa da sessão de US$ 50,38 por barril, um nível não visto desde 30 de janeiro, antes de ser negociado a US$ 50,52 nas negociações norte-americanas da manhã, uma queda de US$ 1,70, ou 3,25%.
Na sexta-feira, os preços do Brent negociados em Londres perderam US$ 1,10, ou 2,06%, para US$ 52,21. Na semana passada, os futuros de petróleo Brent negociados em Londres caíram US$ 2,24, ou 4,41%, a quinta semana consecutiva de perdas.
Os preços caíram US$ 11,39, ou 18.6% em julho, em meio a preocupações de que uma retomada das exportações de petróleo iraniano será somada a um excesso global.
O Irã e seis potências mundiais chegaram a um acordo nuclear há muito aguardado em julho, que acabaria com as sanções contra Teerã em troca de cortes no programa nuclear do país. O Irã declaradamente acumula 30 milhões de barris de petróleo em suas reservas, prontos para exportação.
Relatórios de exportações recordes do petróleo do Iraque e a forte produção da Arábia Saudita também contribuíram para as perdas.
A produção mundial de petróleo está superando a demanda após um crescimento na produção de óleo de xisto dos EUA e após a decisão da OPEP no ano passado de não cortar a produção.
Em outros lugares, os futuros norte-americanos de petróleo atingiram o nível mais baixo em mais de quatro meses, uma vez que as atuais preocupações com a produção nacional de petróleo dos EUA pesaram.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo bruto com vencimento em setembro atingiu uma baixa diária de US$ 45,88 por barril, o nível mais fraco desde 23 de março, antes de ser negociado a US$ 46,02, uma queda de US$ 1,10 centavos, ou 2,33%.
Na sexta-feira, os futuros de petróleo da Nymex caíram US$ 1,40, ou 2,89%, para US$ 47,12. Os futuros de petróleo negociados em Nova York perderam US$ 88, ou 2,12%, a sétima semana consecutiva de perdas.
Os preços do petróleo caíram US$ 12,22, ou 21,24%, em julho, a maior perda mensal desde outubro de 2008.
O grupo de pesquisa industrial, Baker Hughes (NYSE:BHI), disse na sexta-feira que o número de sondas de perfuração de petróleo nos EUA aumentou cerca de 5 na semana passada, para 664, segundo ganho semanal consecutivo.
Enquanto isso, o spread entre os contratos de petróleo Brent e WTI ficou em US$ 4,50 por barril, em comparação com US$ 5,09 no fechamento das negociações de sexta-feira.
Relatórios de produção decepcionantes evidenciaram as preocupações com a saúde do setor industrial da China.
O índice Caixin/Markit de gerentes de compra (PMI) do setor industrial de julho divulgado hoje caiu para 47,8, de uma leitura preliminar de 48,2. Foi a menor leitura desde julho de 2013.
O índice dos gerentes de compra do setor industrial oficial da China divulgado no sábado caiu para 50,0 no mês passado, de 50,2 em junho, com a queda de novos pedidos.
A China é o segundo maior consumidor mundial de petróleo e seus números manufatureiros são frequentemente utilizados como indicadores para o crescimento da demanda pelo combustível.
Enquanto isso, o índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, ficou em 97,50 no início do dia, uma alta de 0,2% para o dia.
O índice do dólar subiu 1,86% em julho, impulsionado pelas expectativas de que o banco central dos EUA poderia aumentar as taxas em setembro, se a economia continuar melhorando como o esperado.
Os contratos futuros de petróleo vendidos em dólar norte-americano tendem a subir quando a moeda dos EUA enfraquece, pois isso torna o petróleo mais barato para os compradores detentores de outras moedas.