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Sem um embargo ao gás e petróleo russos, as sanções possuem utilidade?

Publicado 22.04.2022, 01:34
© Reuters.
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Por Alessandro Albano, do Investing.com Itália

Investing.com - O superávit em conta corrente da Rússia aumentou para US$ 58,2 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o equivalente a quase 10% dos US$ 609 bilhões do banco central russo mantidos como reservas internacionais.

De acordo com um estudo de Levon Kameryan, analista sênior da Scope Ratings, o superávit reflete mais "o aumento das receitas das exportações de petróleo e gás da Rússia, em grande parte poupadas pelas sanções internacionais".

Sem medidas mais amplas sobre o petróleo e o gás russos, explica o analista da agência alemã, o superávit em conta corrente de Moscou este ano pode ficar "bem acima de US$ 200 bilhões devido ao colapso das importações e ao aumento do valor das exportações de matérias-primas para aproximadamente 120 bilhões de dólares em 2021".

Isso permitiria essencialmente ao banco central reconstruir grande parte das reservas internacionais que as sanções congelaram, acelerando a "desdolarização" das reservas e do comércio exterior e "aumentando a exposição ao yuan chinês", mantendo "alguma dependência do euro".

"Atualmente, a Rússia negocia com a China mais euros do que dólares, sendo o euro a moeda de liquidação de metade das exportações russas para a China, em comparação com cerca de um terço do dólar americano", diz o especialista. 

Como aponta Kameryan, as sanções estão levando a "um ajuste doloroso" das importações pelo setor privado russo, interrompendo mais da metade dos bens importados de alta tecnologia, bem como "uma parcela significativa de máquinas e equipamentos críticos para a produção industrial".

Para a Scope, a resultante perda de acesso à tecnologia estrangeira enfraquecerá o "potencial de crescimento já moderado" da Rússia, com o PIB russo "contraindo pelo menos 10% este ano". Além disso, a aceleração dos países europeus para diversificar a oferta de energia "agravará os desafios econômicos da Rússia, dada a falta de uma política governamental para lidar com a dependência estrutural da economia das exportações de energia".

A UE, o maior parceiro comercial da Rússia em geral, registrou importações de petróleo russo, gás natural e produtos relacionados no valor de € 100 bilhões em 2021. "O plano europeu de abandonar sua dependência do gás russo até o final de 2030 pode ser levado adiante, impulsionado pela ambição da Alemanha de reduzir a dependência do gás russo até 2024, diversificando a oferta de gás através do aumento das importações de gás natural liquefeito (GNL) e gasodutos de fornecedores não russos”, lembra o analista.

A análise também aponta que a Rússia "não tem capacidade de infraestrutura" para redirecionar o gás do gasoduto do oeste para o leste da Rússia. “A capacidade dos oito gasodutos russos que abastecem a Europa é de cerca de 220 bilhões de metros cúbicos/ano, quase seis vezes a do único gasoduto para a China, o Power of Siberia, que ainda não está operando a plena capacidade e deve chegar a 38 bilhões de metros cúbicos/ano até 2025".

Em fevereiro, a Rússia assinou um acordo de 25 anos com a China para fornecer 10 bilhões de metros cúbicos adicionais de gás natural por ano e planeja desenvolver o gasoduto Power of Siberia-2 (pronto para 2030). 50 bilhões de metros cúbicos de gás por ano.

Neste contexto, explica o especialista alemão, o pedido da Rússia para fornecer gás em rublos e não em dólares e euros reflete "a estratégia de Moscou de cortar a dependência dos sistemas financeiros ocidentais, tentando reduzir o risco de que as receitas acumuladas do gás fiquem sujeitas a sanções no futuro".

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