O estrategista sênior de commodities da Bloomberg, Mike McGlone, afirmou em entrevista recente ao Cointelegraph que acredita que o Bitcoin (BTC) pode deixar de ser um ativo de risco para se tornar um ativo livre de riscos. Segundo ele, isso pode acontecer já no segundo semestre de 2022.
De acordo com McGlone, essa mudança pode ocorrer devido às mudanças que estão ocorrendo de forma rápida no cenário macroeconômico, com o encaminhamento para uma recessão.
“Eu acho que estamos caminhando para uma das maiores reversões da história em termos de ativos de risco”, disse ele. “Eu vejo a transição [do Bitcoin] para ser mais um ativo livre de risco, como títulos e ouro, e menos um ativo de risco, como o mercado de ações.”
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Bitcoin ativo livre de risco como o ouro
O mercado de criptomoedas vive um período de baixa, ou de estabilização em 2022 após um ano de 2021 meteórico. Em novembro do ano passado, Bitcoin, Ethereum (ETH) e várias outras altcoins estavam registrando máximas históricas.
O BTC, por exemplo, chegou a ser negociado a quase US$ 70.000. Mas isso mudou. Em 2022, as criptomoedas registraram perdas de mais de 50%, com algumas recuando até 90%.
Embora alguns considerem isso um “inverno cripto”, ou seja, um período de baixa prolongado, outros veem isso como algo positivo.
McGlone, por exemplo, acredita que essa correção nada mais é do que a eliminação dos excessos especulativos que marcaram o ano de 2021.
Portanto, ele crê que as criptomoedas em geral, sobretudo o Bitcoin, estão amadurecendo e estão prontas para novas altas.
No caso do BTC, em particular, ele observou que a criptomoeda está construindo uma base em torno dos US$ 20.000.
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Bitcoin rumo aos R$ 500.000
De modo geral, ele crê numa recuperação do Bitcoin no segundo semestre, a menos que o Federal Reserve dos Estados Unidos, o Fed, continue aumentando a taxa de juros. Caso isso continue ao longo do segundo semestre, será uma “marretada” em todos os ativos de risco, segundo o analista.
De qualquer forma, ele acredita que essa elevação das taxas de juros e o aumento da inflação a nível global vão levar a economia global a uma recessão deflacionária.
Apesar deste cenário ser ruim, de modo geral, o Bitcoin pode se favorecer dele.
“Espero que teremos uma recessão bastante severa globalmente, o que provavelmente fará o Bitcoin brilhar […] junto com ouro e títulos longos do Tesouro dos EUA”.
Por fim, ele disse que as pessoas estão reconhecendo que o BTC é um dos principais indicadores mais significativos de todos os tempos.
“Eventualmente, eu espero que [o BTC] eventualmente inicie a sua trajetória rumo aos US$ 100.000 [mais de R$ 500.000]. É só uma questão de tempo porque eu acho que a adoção só tende a aumentar. E sabemos que a oferta não pode fazer nada além de diminuir.”