PEQUIM (Reuters) - A atividade fabril da China deve ter encolhido pelo terceiro mês consecutivo em setembro, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta quinta-feira, à medida que restrições à Covid-19 nas grandes cidades e a desaceleração das exportações atingiram as encomendas e a confiança empresarial.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial para a manufatura deve marcar 49,6 neste mês, um pouco acima dos 49,4 de agosto, mas ainda abaixo de 50, linha que separa crescimento de contração, de acordo com a mediana das previsões de 26 economistas consultados pela Reuters.
A economia da China mostrou algumas melhorias em agosto, com crescimento mais rápido do que o esperado na produção industrial e nas vendas no varejo, mas as prolongadas restrições à Covid-19, o abrandamento das exportações e o peso contínuo do estresse do setor imobiliário diminuíram as perspectivas.
Na terça-feira, dados mostraram que os lucros das empresas industriais da China encolheram em um ritmo mais rápido entre janeiro e agosto.
"Isso pode contribuir para quedas nas (medidas de) encomendas, emprego e confiança nos negócios", disse em nota Min Joo Kang, economista do ING, referindo-se às recentes restrições à Covid-19.
Embora a demanda e a produção de aço tenham se fortalecido nas três primeiras semanas de setembro em comparação com agosto, analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) apontaram a aparente adicional deterioração no crescimento das exportações como ponto fraco.
O Goldman Sachs revisou para baixo sua previsão de crescimento do PIB da China em 2023 para 4,5%, de projeção anterior de 5,3%, e estimou ser improvável que Pequim comece a reabrir antes do segundo trimestre do próximo ano.
O PMI oficial de manufatura, que se concentra principalmente em grandes empresas estatais, e sua pesquisa para o setor de serviços, serão divulgados na sexta-feira.
(Reportagem de Ellen Zhang e Ryan Woo)