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Relutância em corte de juros pelo Fed preocupa pares globais nas reuniões do FMI

Publicado 19.04.2024, 08:27
© Reuters. Sede do Federal Reserve em Washington
09/06/2006. REUTERS/Jim Bourg/File Photo

Por Marcela Ayres e Leika Kihara e Karin Strohecker

WASHINGTON (Reuters) - Chefes de finanças de economias grandes e pequenas estão se esforçando para acompanhar o ritmo da rápida redefinição das expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve, à medida que dados de inflação dos Estados Unidos agitam os mercados de Londres ao Brasil.

Todos insistem que estão definindo a política monetária independentemente do Fed e baseando-a nas condições locais. Mas essas condições agora estão sendo afetadas por uma súbita probabilidade de que a taxa de juros dos EUA permanecerá mais alta por mais tempo do que o esperado no início do ano, após uma série de dados de inflação mais fortes do que o esperado.

É uma virada inesperada que turbinou o dólar, estressando outras moedas e levantando a perspectiva de intervenção cambial na Ásia. Isso também forçou os banqueiros centrais da América Latina a adaptarem seus planos de corte de juros, e até mesmo deixou as autoridades dos países desenvolvidos se perguntando se podem surgir novas restrições em seus próprios planos de afrouxamento.

"Quando veio o susto de março (nos dados de inflação dos EUA), houve uma reversão drástica de expectativas, e isso mudou muito os humores em relação a como vão se comportar as variáveis macroeconômicos mundo afora", disse ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, em uma coletiva de imprensa em Washington na quinta-feira, paralelamente às reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

"Que houve uma reversão de expectativas em relação ao Fed, houve, e nós precisamos entender, uma vez que todos são capazes de imaginar a importância do que a autoridade monetária da moeda internacional vai fazer, porque todo o resto depende um pouco disso."

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A valorização de 4,75% do dólar em relação a uma cesta de moedas este ano está criando dores de cabeça em muitas partes do mundo, mas seus ganhos de 9,6% em relação ao iene e de 6,5% contra o won da Coreia do Sul têm sido especialmente problemáticos para dois importantes parceiros comerciais dos EUA.

Esses movimentos levaram as autoridades do Japão e da Coreia do Sul a se reunirem nesta semana com urgência com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, na esperança de conter as perdas, mantendo a possibilidade de intervenção, se necessário.

O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que o banco central japonês poderá elevar novamente as taxas de juros se a queda do iene aumentar significativamente a inflação, destacando o impacto que os movimentos da moeda podem ter sobre o momento do próximo movimento de política monetária.

"As autoridades de fora dos EUA estão tentando lidar com a recente fraqueza das moedas (de mercados desenvolvidos e emergentes) de duas maneiras: sugerindo uma possível intervenção cambial e inclinando a retórica do banco central em uma direção mais 'hawkish'", escreveu Thierry Wizman, estrategista global de câmbio e taxas do Macquarie, em uma nota. "O Japão está tentando as duas coisas."

"SEM URGÊNCIA"

Há cerca de duas semanas, os banqueiros centrais globais, os ministros das Finanças e os mercados de capitais estavam de acordo com o fato de que o banco central mais importante do mundo os conduziria a um caminho de custos de empréstimos mais baixos a partir de junho.

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Mas uma série de dados econômicos dos EUA desfavoráveis a essa aspiração interferiu nesse consenso, e as autoridades do Fed --que há quatro semanas condicionaram o mundo a esperar uma série de três cortes de 0,25 ponto percentual nos juros este ano-- mudaram de tom.

"Definitivamente, não sinto urgência em cortar a taxa de juros" dada a força da economia, disse o presidente do Fed de Nova York, John Williams, em um evento paralelo às reuniões do FMI e do Banco Mundial. "Acho que a taxa de juros precisará ser reduzida em algum momento, mas o momento para isso é determinado pela economia".

Williams, influente vice-chair do Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central dos EUA, que estabelece a taxa de juros, foi apenas a mais recente autoridade a se tornar repentinamente reticente em relação a uma mudança nos cortes depois que dados mostraram que a economia dos EUA estava em um ritmo inesperadamente rápido durante o primeiro trimestre e que a inflação, em particular, está se mostrando persistente.

MAIS DETALHES: Membro do Fed diz não sentir urgência de cortar juros e vê economia dos EUA bastante aquecida

As autoridades do FMI pediram aos bancos centrais asiáticos que se atenham a suas próprias ações e evitem a tentação de atrelar suas decisões a movimentos esperados pelo Fed.

"Se os bancos centrais seguirem o Fed muito de perto, poderão prejudicar a estabilidade de preços em seus próprios países", disse Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e Pacífico do FMI, durante uma reunião sobre as perspectivas da região.

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O Banco Central Europeu, por exemplo, parece determinado a seguir esse conselho e avançar com seus próprios planos para um primeiro corte nas taxas de juros em junho, independentemente da relutância do Fed.

"Precisamos reconhecer isso e conduzir a política monetária de acordo com os dados da zona do euro", disse o presidente do Banco de Portugal, Mario Centeno, à Reuters. "Se isso significa que precisamos cortar as taxas de juros antes dos Estados Unidos, que assim seja."

(Reportagem adicional de Francesco Canepa em Washington e Michael S. Derby em Nova York)

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Biden injetou vários pacotes de estimulos na economia, todos na faixa de 1 trilhão, 2 trilhões de dólares. Impossível não gerar inflação. O problema é que o restante do mundo que paga a conta, porque o dólar deveria ter desvalorizado, mas continua firme e mais forte a cada dia que passa.
Monetização da divida e expansão fiscal vem a todo vapor desde 2008, inclusive o Trump se gabou de estar assinado o maior pacote de ajuda em meio a covid 19, em resumo todos foram nos últimos 20 anos gastadores.
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