Investing.com - A crescente retórica comercial manterá os investidores atentos na próxima semana, uma vez que observam mais desdobramentos na atual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Os temores da guerra comercial estão fervendo há meses, mantendo os ganhos do mercado limitados, já que investidores estão preocupados com as perspectivas de que uma nova escalada nas tensões entre as duas maiores economias do mundo teria impacto no crescimento econômico.
Há também cerca de 40 empresas constituintes do S&P 500 informando resultados nesta semana em Wall Street, já que a temporada de resultados começa a se acalmar.
Já sobre dados, mercados financeiros globais irão se concentrar nesta semana nos dados de preços ao consumidor dos EUA, que deverão fornecer sinais mais claros sobre o andamento da inflação e novas indicações sobre a frequência de aumentos das taxas de juros do Federal Reserve até o final do ano.
Além disso, participantes do mercado também aguardam dados mensais sobre a balança comercial da China para ver se a recente disputa comercial com os EUA teve algum impacto sobre as exportações e importações em julho.
E na Europa, agentes do mercado aguardam uma leitura preliminar dos dados sobre o crescimento britânico na busca de mais indicações a respeito do efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo na economia.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Desdobramentos das "guerra comercial" entre EUA e China em foco
O foco do mercado está em grande parte sintonizado com os próximos passos possíveis na disputa comercial entre os EUA e a China depois que o país asiático anunciou na sexta-feira que estaria preparando medidas de retaliação contra as tarifas norte-americanas, visando US$ 60 bilhões em mercadorias dos EUA com alíquotas de importação entre 5% e 25%.
A resposta segue a proposta da administração Trump, apresentada na quinta-feira, de tarifas de 25% sobre o equivalente a US$ 200 bilhões em produtos importados chineses.
Nenhum dos lados está mostrando sinais de recuo, alimentando preocupações de que as duas maiores economias do mundo estão em uma guerra comercial que poderia abalar a economia global.
O principal diplomata do governo chinês, o conselheiro de estado Wang Yi, disse no sábado que a resposta de Pequim às medidas comerciais dos EUA era necessária e legítima.
Enquanto isso, o presidente Donald Trump, em uma série de tuítes no sábado, disse que sua estratégia de colocar tarifas altas sobre as importações de produtos da China está "funcionando muito melhor do que se poderia imaginar", citando perdas íngremes no mercado de ações da China.
Trump também afirmou que a China estava conversando com os EUA sobre o comércio, mas não forneceu detalhes.
Os EUA e a China já impuseram tarifas sobre US$ 34 bilhões em importações de um em relação ao outro. Espera-se que Washington imponha em breve tarifas sobre mais US$ 16 bilhões em produtos chineses, que a China já disse que vai imediatamente tomar medidas correspondentes.
Investidores temem que uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo possa atingir o crescimento global e prejudicar os ânimos.
2. Temporada de resultados começa a desacelerar
Cerca de 40 empresas constituintes do S&P 500 deverão divulgar seus resultados financeiros nesta semana, na que será a última grande onda da temporada de resultados do segundo trimestre.
Weight Watchers (NYSE:WTW), Etsy (NASDAQ:ETSY), Tyson Foods (NYSE:TSN), Turtle Beach (NASDAQ:HEAR), Twilio (NYSE:TWLO), Hertz Global (NYSE:HTZ), Marriott (NASDAQ:MAR), Newell Brands (NYSE:NWL) e Zillow (NASDAQ:ZG) estão na agenda de segunda-feira.
Resultados de Disney (NYSE:DIS), Snap (NYSE:SNAP), Office Depot (NASDAQ:ODP), Crocs (NASDAQ:CROX), Wendy’s (NASDAQ:WEN), Papa John's (NASDAQ:PZZA), Dean Foods (NYSE:DF) e Match Group (NASDAQ:MTCH) irão chamar a atenção do mercado na terça-feira.
Roku (NASDAQ:ROKU), CVS Health (NYSE:CVS), Michael Kors (NYSE:KORS), 21st Century Fox (NASDAQ:FOX), NY Times (NYSE:NYT), Yelp (NYSE:YELP), Weibo (NASDAQ:WB), Sina (NASDAQ:SINA), NetEase (NASDAQ:NTES), Monster Beverage (NASDAQ:MNST), Keurig Dr Pepper (NYSE:KDP), Mylan (NASDAQ:MYL), Sarepta Therapeutics (NASDAQ:SRPT), Nektar Therapeutics (NASDAQ:NKTR) e Liberty Media (NASDAQ:FWONA) apresentam resultados na quarta-feira.
Na quinta-feira, Viacom (NASDAQ:VIA), News Corp (NASDAQ:NWSA)., Dropbox (NASDAQ:DBX), Canada Goose (NYSE:GOOS), Trade Desk (NASDAQ:TTD), Universal Display (NASDAQ:OLED), Planet Fitness (NYSE:PLNT) e Norwegian Cruise Line (NYSE:NCLH) divulgam seus balanços.
Por fim, Applied Industrial Technologies (NYSE:AIT) está entre as poucas empresas que apresentarão seus números na sexta-feira.
3. Dados da inflação dos EUA
O Departamento de Comércio dos EUA publicará os números da inflação em junho às 09h30 da próxima sexta-feira, o que poderia oferecer mais sustentação à noção de que a inflação voltou à meta do Fed.
Espera-se que o índice de preços ao consumidor tenha subido 0,2% no mês passado e 3,0% no ano, de acordo com as estimativas.
Excluindo o custo de alimentos e combustíveis, o núcleo da inflação deve ter aumento de 2,3% em uma base ano após ano.
Além dos dados de inflação, o calendário econômico bastante leve desta semana também apresenta relatórios sobre preços ao produtor na quinta-feira.
O Fed manteve as taxas de juros inalteradas na semana passada, conforme era esperado, caracterizando a economia dos EUA como forte e mantendo a tendência de aumentar os custos de crédito em setembro e provavelmente novamente em dezembro.
4. Balança comercial da China
A China deverá divulgar os números da balança comercial de maio na manhã de quarta-feira.
O relatório deverá mostrar que o superávit comercial do país caiu de US$ 41,6 bilhões em junho para US$ 39,1 bilhões no mês passado.
As projeções para as exportações são de crescimento de 10,0% em comparação ao ano anterior, enquanto se espera que as importações tenham subido 17,0%.
Além dos dados de comércio, a nação asiática publicará um relatório sobre reservas cambiais na terça-feira, seguido por dados sobre números da inflação do consumidor e das fábricas na quinta-feira.
Dados recentes começaram a mostrar que a segunda maior economia do mundo pode estar perdendo fôlego, levantando preocupações sobre as consequências potenciais de uma guerra comercial entre a China e os EUA.
Agentes do mercado também estarão atentos ao yuan após a moeda ter caído para o menor nível em 14 meses em relação ao dólar na semana passada (USD/CNY).
A fraqueza atual do yuan levou a especulações de que os decisores em Pequim estão permitindo que sua moeda enfraqueça para compensar o impacto das tarifas comerciais dos EUA.
5. Números preliminares do PIB do Reino Unido
Agentes do mercado se concentrarão na primeira estimativa do PIB britânico do segundo trimestre na busca de mais indicações sobre a saúde da economia.
O relatório, a ser divulgado pelo Escritório de Estatísticas Nacionais do país (ONS, na sigla em inglês) às 05h30 da próxima sexta-feira, deverá revelar que a economia cresceu 0,4% nos três primeiros meses de 2018 após ter tido aumento de 0,2% no período anterior de três meses.
Em taxa anualizada, a economia britânica deverá ter crescido 1,3% no período de três meses encerrado em 30 de março, um pouco mais do que o aumento de 1,2% do trimestre precedente.
O Banco da Inglaterra elevou as taxas de juros na semana passada, mas sinalizou que não tem pressa em elevá-las ainda mais uma vez que a Grã-Bretanha se dirige para o Brexit no ano que vem, sem um plano claro para deixar a União Europeia.
Com menos de oito meses até a Grã-Bretanha deixar a União Europeia, o governo ainda não chegou a um acordo de divórcio com Bruxelas e começou a falar mais publicamente sobre a possibilidade de deixar o bloco sem qualquer acordo formal sobre o que acontecerá em seguida.
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