Investing.com - Como o Banco Central Europeu forneceu vários detalhes sobre seus planos para remover a política acomodatícia nesta quinta-feira, seu presidente, Mario Draghi, destacou que a autoridade monetária da zona do euro ainda não havia discutido quando poderá haver aumento das {{ecl- 164||taxas de juros}}.
Sem discussão sobre aumentos das taxas de juros
Embora o BCE tenha decidido cortar pela metade seu programa mensal de compra de ativos para 15 bilhões de euros (US$ 17,6 bilhões) no início de outubro e observou que a expectativa é que ele termine em dezembro - embora seja mantido o reinvestimento dos lucros - Draghi indicou que as taxas de juros provavelmente ficariam como estão por um longo período de tempo.
"O Conselho do BCE espera que as taxas de juros permaneçam nos níveis atuais pelo menos até o verão de 2019 e, em qualquer caso, durante o tempo necessário para garantir que a evolução da inflação se mantenha alinhada com as expectativas atuais de uma trajetória de ajuste sustentado. ", disse o BCE em sua decisão de política monetária.
Reiterando esse ponto no período de perguntas e respostas da entrevista coletiva, Draghi enfatizou a expressão “pelo menos até o verão de 2019” e acrescentou que “nós não discutimos se e quando aumentar os juros”.
O euro, que passou a ficar em baixa em relação ao dólar quando a decisão foi publicada, ampliou as perdas após essas observações, atingindo a mínima intradiária de US$ 1,1675. Após o término da entrevista coletiva, às 10h36, o par EUR/USD recuava 0,93%, para US$ 1,1680.
Crescimento de curto prazo mais fraco, inflação mais forte
O BCE também atualizou suas projeções econômicas e previu um crescimento mais fraco, juntamente com uma inflação mais forte neste ano.
“As projeções macroeconômicas dos especialistas do Eurosystem para junho de 2018 em relação à zona do euro preveem que o PIB real anual aumente 2,1% em 2018, 1,9% em 2019 e 1,7% em 2020”, anunciou Draghi. A previsão de crescimento de 2018 foi reduzida a partir da expansão de 2,4% prevista em março.
"Os últimos indicadores econômicos e os resultados da pesquisa são mais fracos", explicou Draghi, "mas permanecem consistentes com o contínuo crescimento econômico sólido e amplo".
No geral, Draghi afirmou que os riscos em torno das perspectivas de crescimento da área do euro permanecem amplamente equilibrados.
No entanto, ele admitiu que “as incertezas relacionadas a fatores globais, incluindo a ameaça de aumento do protecionismo, se tornaram mais proeminentes (e) o risco de volatilidade elevada e persistente do mercado financeiro exige monitoramento”.
No que diz respeito à estabilidade de preços, o BCE agora prevê inflação anual de 1,7% até 2020, em comparação com as projeções de março de 1,4% para este ano e para o próximo. A estimativa para 2020 permaneceu inalterada.
Draghi explicou que as mudanças foram feitas porque o BCE sentiu que o progresso em direção a um ajuste sustentado na inflação "tem sido substancial até agora".
“Com as expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas, a força subjacente da economia da zona do euro e o grau amplo de acomodação monetária fornecem motivos para estarmos confiantes de que a convergência sustentada da inflação para o nosso objetivo continuará no futuro próximo e será mantida mesmo após um encerramento gradual de nossas compras de ativos”, acrescentou.