Garanta 40% de desconto
💰 Tenha ideias profissionais de carteiras de investidores superbilionários no InvestingProCopiar carteira

Empresas articulam projeto que prevê compensação a índios por novas hidrelétricas

Publicado 12.11.2018, 17:43
© Reuters. Construção da hidrolétrica de Belo Monte em Pimental, Pará, Brasil

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um conjunto de empresas de energia irá propor ao governo federal um projeto de lei para a criação de um novo mecanismo para compensar populações e terras indígenas pela construção de hidrelétricas em seus territórios, afirmou nesta segunda-feira o diretor de Estratégia e Comunicação da gigante francesa Engie (PA:ENGIE), Gil Maranhão.

A iniciativa busca viabilizar a exploração do potencial hidrelétrico remanescente no Brasil, onde a legislação prevê um longo processo de licenciamento ambiental para os projetos que passa inclusive por consultas públicas junto às comunidades que serão impactadas.

As hidrelétricas respondem atualmente por mais de 60 por cento da capacidade de geração do Brasil, mas a fonte tem perdido espaço para empreendimentos eólicos e solares nos últimos anos, principalmente devido à dificuldade das usinas hídricas para avançar no licenciamento.

A ideia, segundo o executivo da Engie, é que o edital de leilões para concessão de projetos hídricos já estabeleça um determinado valor, em reais por megawatt-hora produzido, que seria direcionado a um fundo a ser gerido em conjunto por empreendedor, lideranças indígenas e Fundação Nacional do Índio (Funai).

Esse mecanismo, para as empresas, permitiria reduzir eventuais resistências de indígenas ou de comunidades locais à implementação de novas hidrelétricas.

A Engie é líder entre agentes privados no setor de geração de energia no Brasil, com participação em mais de uma dezena de hidrelétricas, incluindo uma fatia majoritária na usina de Jirau, em Rondônia.

"A estrutura atual... não propicia construção de hidrelétricas, porque as populações indígenas só têm a perder. Na medida em que você os chama para serem sócios, acho que é uma barreira a menos", disse Maranhão, ao participar de um evento na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no Rio de Janeiro.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

O diretor de Estratégia da Engie disse que a proposta das empresas do setor leva em conta que grande parte do potencial disponível para novas hidrelétricas está em terras indígenas e que a exploração desses recursos geraria benefícios ao país.

Atualmente, os empreendedores têm que cumprir obrigações socioambientais definidas no momento de obtenção das licenças ambientais dos empreendimentos, mas a análise é realizada caso a caso e geralmente envolve ações de compensação, e não meramente repasses financeiros aos afetados pelos projetos.

O executivo explicou que o projeto de lei já está pronto e aguarda a definição da equipe do novo governo para discussão. O presidente eleito Jair Bolsonaro ainda não apontou nomes para o Ministério de Minas e Energia.

Maranhão não entrou em mais detalhes sobre o projeto e sobre as empresas envolvidas na elaboração da proposta. Ele também não comentou prazos para a implementação das mudanças em caso de aprovação do texto.

Durante as eleições presidenciais, o candidato Fernando Haddad (PT) defendeu entre as propostas para o setor de energia que "povos do campo, das florestas e das águas" afetados por projetos hidrelétricos possam "se tornar sócios dos empreendimentos, recebendo, por exemplo, royalties".

(Por Marta Nogueira)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.