Por Joyce Lee
SEUL (Reuters) - De Intel (NASDAQ:INTC) a Samsung (KS:005930), fabricantes globais de chips estão comemorando o começo do fim de um excesso de oferta de semicondutores, mas as perspectivas para a demanda de clientes fora do setor de inteligência artificial (IA) permanecem sombrias.
Todos os principais mercados de chips -- smartphones, computadores pessoais (PCs) e centros de dados -- encolheram este ano, já que tanto os clientes corporativos quanto os consumidores reduziram os gastos diante da economia global fraca, da alta inflação e das taxas de juros crescentes.
Isso criou um excesso de oferta sem precedentes de chips, resultando em uma perda operacional combinada recorde de 15,2 trilhões de wons (12 bilhões de dólares) no primeiro semestre para os dois maiores fabricantes de chips de memória do mundo, Samsung e SK Hynix.
O excesso, no entanto, começou a diminuir em grande parte devido aos cortes na produção e à queda de 11% nos envios de PCs no trimestre até junho, em comparação com uma baixa de 30% em cada um dos dois trimestres anteriores, de acordo com dados da analista de tecnologia Canalys.
O mercado de smartphones também está melhorando, com uma queda de 8% nos envios de celulares no trimestre encerrado em junho, contra 14% de baixa no primeiro trimestre, segundo a empresa de pesquisa Counterpoint.
"A demanda está se recuperando muito gradualmente", disse Woohyun Kim, diretor financeiro da SK Hynix, em teleconferência de resultados nesta semana.
"A recente melhoria nos envios de PCs foi liderada principalmente por promoções e modelos de baixo custo, o que significa que teve um impacto limitado na recuperação da demanda por chips", disse.
Embora a demanda por chips para dar suporte à IA generativa tenha aumentado rapidamente desde que o ChatGPT, da OpenAI, foi lançado no final do ano passado, o setor ainda representa uma pequena fração da demanda geral de chips e está limitando os gastos corporativos com servidores, já que algumas empresas priorizam o investimento em IA.
Uma recuperação lenta na China, a maior compradora de chips do mundo, também está prejudicando as perspectivas gerais.
(Reportagem de Joyce Lee em Seul, Akash Sriram, Akshita Toshniwal, Chavi Mehta e Tanya Jain em Bengaluru, Max A. Cheney e Stephen Nellis em São Francisco)