Investing.com -- Os investidores estão em contagem regressiva para os importantíssimos dados de inflação dos EUA. Enquanto isso, o relógio está correndo em Washington, onde os legisladores estão realizando negociações de alto risco sobre o teto da dívida, à medida que o prazo de inadimplência se aproxima. No Brasil, governo deve lançar plano para pagamento de impostos de companhias de e-commerce internacionais.
1. Dados sobre a inflação dos EUA
Aderente, elevada, teimosa. Seja qual for o nome que você queira dar, o crescimento de preços acima do normal nos EUA parece que permanecerá por enquanto.
Os economistas preveem que o índice de preços ao consumidor, que será divulgado hoje, mostrará que a inflação geral na maior economia do mundo se manteve estável em 5% em uma base anualizada em abril. O núcleo, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, é visto desacelerando ligeiramente para 5,5% ao ano - um nível ainda bem acima da meta de 2% do Federal Reserve.
Os dados provavelmente terão um impacto sobre as expectativas para as futuras decisões de taxa de juros do Fed. O banco central dos EUA deu a entender que poderá fazer uma pausa na campanha de aperto que já dura um ano em sua próxima reunião, em junho, embora o presidente do Fed, Jerome Powell, tenha observado que está "preparado para fazer mais" se for necessária uma maior restrição de política.
Os futuros das ações dos EUA apontaram para baixo em negociações instáveis nesta quarta-feira, com os investidores aguardando a divulgação dos dados mensais de inflação às 9h30 (de Brasília).
Às 08h, o contrato Dow futures estava em queda 0,16%, o S&P 500 futures era negociado 0,14% mais baixo e o Nasdaq 100 futures recuava 0,15%.
Todos os três índices caíram na sessão anterior, com a atenção de Wall Street dividida entre os números do IPC e a disputa política em andamento em Washington sobre o teto da dívida dos EUA (veja abaixo).
2. Negociações sobre o teto da dívida americana
Juntamente com a inflação, uma das questões mais urgentes enfrentadas pela economia dos EUA é a amarga disputa que ocorre em Washington sobre o aumento do teto da dívida de US$ 31,4 trilhões do país.
O presidente dos EUA, Joe Biden, manteve conversações com o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, e outros legisladores na Casa Branca na noite de terça-feira, mas não conseguiram chegar a um acordo. Tanto Biden quanto McCarthy, que estão em desacordo sobre os planos de gastos federais, saíram da reunião prometendo que seus respectivos assessores manteriam contato todos os dias.
Os riscos não poderiam ser maiores. Os legisladores enfrentam um prazo iminente para chegar a um acordo para elevar o limite da dívida ou correr o risco de um calote potencialmente catastrófico. As estimativas variam quanto à data exata da chamada "data X", embora seja amplamente esperado que ela ocorra no início do próximo mês.
3. Disney é a manchete do lote de lucros
"Guardiões da Galáxia: Vol. 3" pode ter arrecadado US$ 118,4 milhões em vendas domésticas de ingressos para a Disney (NYSE:DIS) em seu fim de semana de estreia, mas o foco de muitos observadores da gigante do entretenimento está em seu desempenho fora da tela grande.
Os analistas estarão ansiosos para ter uma ideia de como as ofertas tradicionais de televisão da Disney estão se saindo, já que uma desaceleração econômica mais ampla ameaça pesar sobre a publicidade. Concorrentes como a Warner Bros. Discovery Inc. (NASDAQ:WBD) e a Paramount Global (NASDAQ:PARA) já registraram grandes quedas nas receitas de publicidade da TV tradicional na semana passada.
O negócio de streaming da Disney também estará sob análise. Os investidores estarão particularmente ansiosos para ver o progresso da ampla reestruturação da empresa feita pelo executivo-chefe Robert Iger e como ela está ajudando a tornar o serviço lucrativo.
Outros nomes corporativos que deverão divulgar seus últimos lucros hoje incluem o grupo de seguros Manulife Financial Corp (NYSE:MFC) e a empresa de fertilizantes Nutrien (NYSE:NTR).
4. Preços do petróleo caem
Os preços do petróleo caíram na quarta-feira, com os investidores se preparando para os dados de inflação dos EUA e de olho em um salto surpreendente nos níveis dos estoques de petróleo.
Às 8h02, os contratos futuros do petróleo dos EUA estavam 1,11% mais baixos, a US$ 72,89 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 1,07%, para US$76,61.
Uma estimativa semanal do American Petroleum Institute, citada pela Reuters, mostrou que os estoques de petróleo bruto dos E.U.A. aumentaram inesperadamente em 3,618 milhões de barris na semana encerrada em 5 de maio, recuperando-se de um declínio de 3,939 na semana anterior. O número, que anteriormente era previsto para cair durante o período, criou novas preocupações sobre a demanda nos EUA - o maior consumidor de petróleo do mundo.
5. Plano do governo brasileiro para sites de compras online
Após a polêmica envolvendo o anúncio do fim da isenção de US$ 50 nas remessas de importados de pessoa física para pessoa física e a repercussão negativa dos consumidores, fazendo com que o governo recuasse, o Ministério da Fazenda planeja medidas que as companhias de e-commerce paguem os tributos devidos em conformidade com a legislação brasileira.
Segundo o jornal O Globo, as medidas farão parte de um “plano de conformidade” que está em elaboração, visando o pagamento dos impostos de importação. Representantes da Fazenda já teriam tratado do tema com empresas asiáticas, como Shein, AliExpress e Shopee, que devem aderir ao plano. A medida prevê que o e-commerce aponte os valores totais da compra online, já com os impostos inclusos, além de preencher antecipadamente a declaração de remessa e recolher o tributo.
Às 8h04, o ETF EWZ (NYSE:EWZ)recuava 1,27% no pré-mercado.