Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os investidores tentam analisar as implicações dos dados de inflação dos EUA mais suaves do que o esperado, com o índice de preços ao produtor de julho a ser divulgado na sexta-feira. Em outro lugar, a News Corp fala sobre seus planos de inteligência artificial generativa, enquanto a Suprema Corte coloca um bloqueio temporário no acordo de falência de US$ 6 bilhões da Purdue Pharma, fabricante do OxyContin. No Brasil, foco nos dados oficiais de inflação ao produtor.
1. Futuros misturados antes dos dados de preços ao produtor; News Corp está de olho na IA
Os futuros das ações dos EUA estavam mistos na sexta-feira, com os investidores digerindo dados de inflação dos EUA mais frios do que o esperado e aguardando a divulgação de uma medida mensal do crescimento dos preços ao produtor no final da sessão.
Às 7h55 (de Brasília), o contrato Dow futuros somava 32 pontos ou 0,01%, o S&P 500 futuros estava em baixa de 0,07% e o Nasdaq 100 futuros caía 0,18%.
O sentimento que sustentou o último dia de negociações desta semana foi o relatório de quinta-feira dos EUA do índice de preços ao consumidor, que mostrou que a inflação anual na maior economia do mundo aumentou menos do que o esperado em julho. Em julho, a leitura aumentou 0,2% pelo segundo mês consecutivo, reforçando as projeções de que o Federal Reserve poderá em breve recuar em sua longa campanha de aumentos de taxa de juros.
É provável que mais detalhes sejam acrescentados ao quadro da inflação hoje, com a publicação do índice de preços ao produtor referente ao mês passado. Os economistas estimam que o número, que mede os preços de venda recebidos pelos produtores domésticos, acelerou para 0,7% ao ano e 0,2% mensal em julho. O número do núcleo, que exclui alimentos e energia, é visto acelerando ligeiramente o ritmo para 0,2% mês a mês, mas desacelerando marginalmente para 2,3% ano a ano.
A News Corp (NASDAQ:NWSA), do magnata da mídia Rupert Murdoch, viu a receita cair quase um décimo no último trimestre, arrastando o proprietário do Wall Street Journal e do Sunday Times para um prejuízo de três meses.
No entanto, o declínio foi atenuado pela divisão Dow Jones da empresa. A editora do Market Watch e do Barron's registrou ganhos no segmento de US$ 133 milhões, um salto de 25% e o melhor lucro da unidade desde que se juntou à News Corp.
Enquanto isso, o CEO Robert Thomson delineou os planos mais amplos do grupo para se ajustar ao surgimento da inteligência artificial generativa. Chamando-a de "desafio" para a manutenção da propriedade intelectual das editoras, Thomson disse que a News Corp está em negociações ativas para definir um valor para seu conteúdo e propriedade intelectual.
Mas Thomson afirmou que a IA generativa ainda representa uma "oportunidade notável" para criar novas fontes de receita e reduzir custos.
As ações da News Corp foram pouco alteradas nas negociações pré-mercado dos EUA na sexta-feira.
2. Suprema Corte suspende acordo sobre opioides da Purdue Pharma
A Suprema Corte dos EUA bloqueou temporariamente o processo de falência da Purdue Pharma, lançando dúvidas sobre se os membros da família Sackler, proprietária da empresa, podem ser protegidos de quaisquer reivindicações futuras relacionadas à epidemia de opioides nos EUA.
No início deste ano, um tribunal de primeira instância aprovou um acordo que teria protegido os Sacklers de possíveis ações judiciais em troca de um pagamento único de US$ 6 bilhões às vítimas da crise.
Posteriormente, o Departamento de Justiça solicitou que o acordo fosse adiado, alegando que ele remove indevidamente qualquer responsabilidade futura de terceiros por contribuírem para a crise. A Suprema Corte concordou em ouvir os argumentos orais em dezembro.
A Purdue, fabricante do analgésico opioide OxyContin, precisaria do acordo para sair da falência. A empresa rejeitou o pedido do DoJ, argumentando que isso tiraria "bilhões de dólares" dos programas de recuperação de opioides e, eventualmente, dificultaria a "recuperação significativa" das vítimas.
3. O UBS encerra a garantia estatal do acordo com o Credit Suisse (SIX:CSGN)
O UBS (SIX:UBSG) anunciou na sexta-feira que não precisava mais do apoio do governo no valor de CHF 9 bilhões, ou pouco mais de US$ 10 bilhões, que foi colocado em prática para proteger o gigante bancário suíço de perdas ligadas à aquisição do rival Credit Suisse.
O resgate incluiu um acordo do Estado para proteger o UBS de CHF 9 bilhões em perdas decorrentes do acordo, contanto que ele garantisse que sofreria um golpe de CHF 5 bilhões.
O UBS também interrompeu um apoio de liquidez de CHF 100 bilhões oferecido pelo Banco Nacional Suíço. A ajuda foi estabelecida pela primeira vez durante uma crise em março que abalou o setor bancário do país e acabou levando à união patrocinada pelo Estado entre o UBS e o Credit Suisse.
Após uma "avaliação abrangente" dos ativos não essenciais do Credit Suisse, o UBS disse que havia concluído que não era necessário manter essas medidas de apoio à liquidez. O Credit Suisse, por sua vez, pagou integralmente um empréstimo emergencial de CHF 50 bilhões do governo suíço, acrescentou o UBS.
As ações do UBS, listadas na Suíça, subiram na sexta-feira.
4. Petróleo oscila em torno da linha plana
Os preços do petróleo estiveram instáveis na sexta-feira, mas permaneceram principalmente em torno da linha plana, com os comerciantes tentando julgar os dados de inflação dos EUA, as preocupações sobre uma recuperação econômica hesitante na China, principal importador de petróleo, e as previsões otimistas de demanda da OPEP.
Na quinta-feira, a divulgação do IPC dos EUA resultou no fortalecimento do dólar, o que prejudica o mercado de petróleo, pois torna a commodity mais cara para os compradores que possuem moedas estrangeiras.
Os temores crescentes sobre a economia da China também pesaram sobre os mercados de petróleo, mas isso foi contrabalançado pela confirmação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, na quinta-feira, de que ainda espera que a demanda mundial de petróleo aumente em 2,25 milhões de barris por dia em 2024, em comparação com o crescimento de 2,44 milhões de barris por dia este ano.
Às 7h55 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA subiam 0,29%, a US$83,06 a o barril, enquanto o brent Brent apresentava ganhos de 0,28%, a US$86,64.
5. Inflação no Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados da inflação oficial do país nesta sexta-feira, 11, com a expectativa de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique próximo da estabilidade em julho.
As projeções consensuais compiladas pelo Investing.com apontam para uma variação positiva de 0,07% no mês passado, após deflação de 0,08% em junho. Se a projeção se concretizar, o indicador em doze meses sairia de 3,16% para 3,93%.
A economista Marcela Kawauti concorda com a projeção de 0,07%. Entre os fatores altistas, o fim do desconto para compra de veículos e do impacto de quedas nos preços da Petrobras (BVMF:PETR4).
“O indicador deve ficar bem perto da estabilidade, apesar desses efeitos”, reforça.
Às 7h55 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) perdia 0,28%, no pré-mercado.
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