Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os futuros das ações dos EUA apontavam para uma abertura em alta das Bolsas em Nova York nesta sexta-feira, 3, antes da divulgação do importante relatório do mercado de trabalho (payroll) nos EUA, às 9:30 de Brasília.
No cenário corporativo, as ações da Apple subiram após o horário regular de pregão de ontem, impulsionadas por uma queda menor do que a esperada na receita trimestral da fabricante do iPhone. Enquanto isso, a Sony e o grupo de private equity Apollo teriam apresentado uma proposta para a Paramount Global (NASDAQ:PARA), fazendo com que as ações do grupo de entretenimento subissem na quinta-feira.
No Brasil, Câmara de São Paulo aprova e o prefeito sanciona projeto que viabiliza privatização da Sabesp (BVMF:SBSP3).
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1. As vendas trimestrais da Apple caem, mas superam as projeções pessimistas
A receita da Apple (NASDAQ:AAPL) caiu nos três primeiros meses do ano, mas ainda assim superou as projeções pessimistas dos analistas, fazendo com que as ações da fabricante do iPhone subissem no pregão de quinta-feira.
A empresa sediada na Califórnia registrou uma receita total trimestral de US$ 90,75 bilhões, uma queda de 4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, mas acima das expectativas de US$ 90,32 bilhões, de acordo com dados do Investing.com.
Na grande China, um mercado que tem sido o foco central dos investidores, as vendas caíram 8%, para US$ 16,37 bilhões, em meio à crescente concorrência dos rivais de smartphones no país. Os analistas previram que a receita na China cairia para US$ 15,25 bilhões.
As vendas do dispositivo iPhone, que representa cerca de metade da receita total, caíram para US$ 45,96 bilhões em relação aos US$ 51,33 bilhões do ano anterior, mas não atingiram as estimativas de US$ 46 bilhões.
A Apple também anunciou um programa de recompra de ações no valor de US$ 110 bilhões e aumentou seus dividendos em 4%, chegando a US$ 0,25 por ação, uma medida que, segundo o analista sênior da Investing.com, Thomas Monteiro, poderia reforçar o apoio e a confiança dos investidores. O executivo-chefe Tim Cook também apoiou os planos da empresa para a inteligência artificial, dizendo que a tecnologia nascente pode ajudar a aumentar a demanda por hardware.
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2. Folha de pagamento não agrícola (payroll) nos EUA
O relatório do mercado de trabalho dos EUA (payroll) será divulgado nesta sexta, e os números devem mostrar que a maior economia do mundo criou empregos em um ritmo mais lento, porém sólido, no mês passado.
Os economistas esperam que as folhas de pagamento não agrícolas de abril cheguem a 238.000, abaixo dos 303.000 registrados em março. A taxa de desemprego, enquanto isso, é vista em 3,8%, igualando-se ao mês anterior. A taxa de crescimento da média de ganhos por hora também deve permanecer em 0,3% em relação ao mês anterior.
O arrefecimento da demanda de mão de obra tem sido um dos principais objetivos de um ciclo de aperto das taxas pelo Fed, com os formuladores de políticas esperando que esse abrandamento possa aliviar a pressão de alta sobre a inflação. Dessa forma, a contínua resiliência do mercado de trabalho persuadiu parcialmente as autoridades do Fed a se afastarem das reduções das taxas de juros inicialmente esperadas para o início deste ano.
Em uma nota, os analistas do ING disseram que os dados serão "um grande evento para os mercados" que testará o poder de permanência das "apostas mais otimistas sobre os cortes nas taxas do Fed" após a última decisão política do banco central no início desta semana.
Os futuros dos EUA foram negociados em alta na sexta-feira, com os investidores digerindo os lucros da gigante da tecnologia Apple e aguardando um novo relatório mensal do mercado de trabalho dos EUA.
Às 8h, o contrato Dow futuros subia 0,76%, o S&P 500 futuros se valorizava 0,35%, e o Nasdaq 100 futuros estava em alta de 0,62%.
Todos os principais índices de Wall Street avançaram na quinta-feira, impulsionados pelos comentários sobre as taxas de juros do Federal Reserve no início da semana, que sinalizaram uma possível mudança para uma postura mais "dovish". O presidente do Fed, Jerome Powell, observou que, embora a inflação instável tenha diminuído as chances de um corte iminente nas taxas, era "improvável" que o banco central voltasse a aumentar os custos dos empréstimos.
O setor de tecnologia pesada Nasdaq Composto teve o melhor desempenho entre as principais médias, graças, em parte, às vendas trimestrais melhores do que o previsto e ao lucro da Qualcomm (NASDAQ:QCOM). As ações da fabricante de chips subiram mais de 9%.
3. Sony e Apollo apresentam proposta para a Paramount
A Sony (NYSE:SONY) e a empresa de private equity Apollo Global Management (NYSE:APO) propuseram uma oferta em dinheiro no valor de US$ 26 bilhões pela Paramount Global, de acordo com relatos da mídia.
A Apollo e a Sony apresentaram sua oferta conjunta na quarta-feira, disseram pessoas familiarizadas com a situação ao Wall Street Journal, acrescentando que a oferta não é vinculativa e é apenas um ponto de partida para as negociações. A Sony, o grupo japonês por trás da rival da Paramount, a Sony Pictures, seria o investidor majoritário no acordo, enquanto a Apollo seria o investidor minoritário, informou também o Financial Times.
Isso marca a mais recente reviravolta na saga em andamento sobre a Paramount. A Skydance Media, de David Ellison, está em negociações sobre uma oferta concorrente, sendo que a janela de exclusividade para essas negociações deve expirar esta semana. As ações da classe B, sem direito a voto, da Paramount saltaram mais de 13% na quinta-feira, após a notícia.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
4. Petróleo em alta
Os preços do petróleo se recuperavam das mínimas de quase sete semanas na sexta-feira, mas devem encerrar a semana com fortes perdas, devido à incerteza com a demanda, aos estoques robustos dos EUA e à diminuição das tensões no Oriente Médio.
Às 8h, os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados 0,25% mais altos, a US$ 79,15 por barril, enquanto o contrato do Brent subia 0,33%, para US$ 83,95 por barril.
Ambos os índices de referência estavam previstos para perder entre 5% e 6% esta semana, já que os investidores estavam preocupados com a perspectiva de que as taxas de juros mais altas por mais tempo reduziriam o crescimento nos EUA, o principal consumidor global de petróleo, e em outras partes do mundo.
5. Privatização da Sabesp
Com manifestantes contrários e a favor na sessão, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta o projeto de lei que permite a adesão da capital à privatização da Sabesp. Ao todo, foram 37 votos favoráveis e 17 contra. Assim, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já sancionou a matéria. Desde a primeira votação em primeiro turno no dia 17, passou por mudanças, por meio de emendas, para garantir o aval pela segunda vez, incluindo alta nos investimentos na cidade e repasses ao Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI).
Como o município de São Paulo corresponde de 45% a 50% da receita total da Sabesp, ainda que a privatização já tenha sido aprovada na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) no passado, a aprovação na Câmara Municipal era avaliada como parte essencial do processo, no entendimento de analistas de mercado.
A privatização visa a diminuição das tarifas a partir da criação de um fundo com 30% da venda das ações do Estado na Sabesp, que terá participação reduzida entre 18% e 30%, além de investimentos de R$66 bilhões até o ano de 2029.
Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,09% no pré-mercado.
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