🚀 Ações escolhidas por IA em alta. PRFT com alta de +55% em 16 dias. Não perca as ações de junho!Acessar lista completa

Mercado reage bem a CMN com decisão alinhada a expectativas e sem cenário "extremo"

Publicado 30.06.2023, 14:20
© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
14/02/2023
REUTERS/Adriano Machado
USD/BRL
-
BVSP
-
SANB11
-
BIDI4
-

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado financeiro reagia positivamente à decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de adotar uma meta de inflação "contínua", em movimento já antecipado que evitou cenários alternativos mais intervencionistas temidos por alguns investidores.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo comunicou ao CMN que decidiu adotar uma meta de inflação "contínua" a partir de 2025 e que o colegiado optou por manter, em 2026, a mesma meta de 3% já vigente para 2024 e 2025, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos.

Haddad pontuou que o horizonte para cumprimento da meta contínua será de 24 meses.

"A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) de junho trouxe notícias favoráveis ​​ao mercado", avaliou o Citi em relatório, ressaltando que o evento antes era considerado um vento contrário "significativo" para o desempenho do real e do mercado de dívida.

Desde o início do novo governo, alguns participantes do mercado temiam que as metas de inflação poderiam ser alteradas de forma mais agressiva -- como com uma elevação da taxa a ser perseguida nos próximos anos, coisa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a pedir explicitamente --, o que abalaria a credibilidade do país aos olhos de investidores estrangeiros.

Nessa linha, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que a decisão final do CMN "dissipa incertezas que são sempre prejudiciais na condução da política monetária".

Ele chamou de "meritória" a mudança na forma de apuração da meta de inflação, que passa a ser contínua, uma vez que "alinha o nosso modelo à prática da quase totalidade dos demais países", acrescentando que a iniciativa "traz mais flexibilidade para a condução da política monetária, pois permite ao Banco Central perseguir a meta de inflação num horizonte de longo prazo, evitando ou minimizando o impacto de uma eventual elevação dos juros sobre a atividade econômica no curto prazo".

Mauricio Oreng, superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander (BVMF:SANB11), chamou a decisão do CMN de "boa notícia" para a inflação e a economia, ajudando a remover cenários "extremos" das expectativas de investidores e dos preços dos ativos.

A curva de juros mostrava alívio nesta sexta-feira, com as taxas dos principais DIs cedendo ao longo da grande maioria dos vencimentos. Ao mesmo tempo, o dólar caía e o Ibovespa subia, embora também refletindo fatores externos.

"Apesar da expectativa da manutenção da meta em 3%, mercado ainda sentiu alívio com a confirmação", disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter (BVMF:BIDI4), na esteira da decisão sobre os objetivos de inflação. "A credibilidade no regime de metas é essencial para a reancoragem das expectativas e pode abrir espaço para mais quedas de juros."

O Banco Central indicou na ata de sua última reunião de política monetária que pode começar a cortar a Selic, atualmente em 13,75%, já em agosto, desde que se mantenha cenário de arrefecimento da inflação.

Há, no entanto, visões um pouco mais conservadoras sobre a decisão do CMN. O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, disse que a mudança para uma meta contínua, além de eliminar um ponto de referência de avaliação da política monetária, deixa em aberto várias questões.

© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
14/02/2023
REUTERS/Adriano Machado

"Quem vai definir o horizonte de política monetária, com base em que critérios? A intensidade e o tipo de choques serão levados em consideração? Quais os critérios de avaliação da política monetária?", questionou o economista, em nota.

Ele argumentou que "sem ter um ponto de referência a ser perseguido, o regime se torna mais 'frouxo'", e "os efeitos sobre as expectativas para a inflação são imprevisíveis".

Mesmo Oreng, do Santander, que avaliou a decisão do CMN como positiva, reconheceu que ainda é cedo para conseguir medir seu efeito na redução das expectativas de inflação.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.