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Dólar cai 1% no dia com ajustes, mas ainda sobe na semana

Publicado 02.09.2022, 16:49
Atualizado 02.09.2022, 17:20
© Reuters. Notas de reais e dólares
10/09/2015
REUTERS/Ricardo Moraes
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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de quase 1% ante o real nesta sexta-feira, o que fez da moeda brasileira uma das de melhor desempenho global na sessão, com investidores embolsando lucros após um relatório de empregos misto nos Estados Unidos e antes de um fim de semana prolongado sem a referência dos mercados norte-americanos.

"Como teve uma redução na probabilidade de alta mais forte dos juros nos EUA o mercado reagiu vendendo dólar global", disse Rafael Gaspar, gestor macro da WHG, referindo-se à menor precificação de alta de 0,75 ponto percentual nos juros para a próxima reunião do banco central dos EUA, em 20 e 21 de setembro.

O dólar à vista caiu 0,99%, a 5,1867 reais. Na menor cotação do dia, desceu a 5,1583 reais, queda de 1,53%, depois de na máxima alcançar 5,2428 reais (+0,08%).

O ajuste de baixa no dólar veio depois de três dias seguidos de alta na cotação, período em que acumulou valorização de 4,09%, a mais forte nessa base de comparação desde meados de junho. Entre pares mais próximos, o real foi a moeda que mais perdeu valor nesse intervalo, o que justificaria o alívio mais intenso desta sessão.

Na semana, o dólar ainda subiu 2,11%, alta mais intensa desde a semana finda em 15 de julho (2,60%).

Mais cedo, o dólar havia caído em consonância com a fraqueza da moeda no exterior, após o aumento da taxa de desemprego nos EUA em agosto e alguma desaceleração no ritmo de aumento dos salários por lá gerarem esperanças de desinflação à frente --o que por sua vez diminuiria a pressão para o banco central dos EUA novamente recorrer a uma superalta de 0,75 ponto nos juros.

Taxas mais elevadas nos EUA aumentam o apelo dos títulos de dívida soberana norte-americana, considerados os mais seguros do mundo, e investimentos nessa classe de ativos exigem conversão de capital em dólar, o que valoriza a moeda.

Depois de um recuo inicial, o dólar lá fora recuperou terreno, enquanto os mercados em Wall Street passaram a cair. No Brasil, porém, a moeda desacelerou as perdas apenas para depois novamente intensificá-las.

Para estrategistas do Barclays (LON:BARC), o cenário de juros nos EUA entre 3,75% e 4% ao fim do ano está nos preços de mercado e uma repetição no curto prazo de um tom mais duro por parte do Fed não deveria, em tese, dar mais apoio ao dólar. De um ponto de vista estrutural, isso favoreceria a moeda brasileira, que carrega a maior taxa de juros nominal entre as economias emergentes mais líquidas.

"A estabilidade nas expectativas para o Fed pode ser construtiva para moedas de alto 'carry' (retorno), que têm superado os pares", disseram profissionais do banco estrangeiro em relatório. "Preferimos moedas de alta qualidade, como peso mexicano e real brasileiro, que possuem poucas vulnerabilidades externas", completaram.

O retorno de contratos a termo de real para seis meses segue acima do percebido em derivativos semelhantes para moedas de outros países, como México e Chile, apesar da crença de que o Banco Central encerrou o ciclo de elevação dos juros.

A percepção de que a economia brasileira tem se mostrado mais forte do que o esperado também favorece o real. O Bradesco (BVMF:BBDC4) elevou a estimativa para o crescimento do PIB em 2022 para 2,7%, de 2,3%, e passou a ver expansão também em 2023 (de 0,5%), ante estabilidade.

© Reuters. Notas de reais e dólares
10/09/2015
REUTERS/Ricardo Moraes

Para a taxa de câmbio, o banco manteve prognóstico de 5,25 reais ao fim deste e do próximo ano. "Vale destacar o bom fluxo de investimento estrangeiro direto ao longo do ano, mais do que compensando um possível déficit maior em conta corrente. Nesse sentido, o câmbio tem mantido relativa estabilidade, mesmo em meio à volatilidade internacional", disse o banco em relatório.

Anilson Moretti, chefe de câmbio da HCI Invest, destacou como ponto de apoio ao real o forte fluxo externo para a bolsa brasileira, que em agosto somou 17,2 bilhões de reais, melhor número desde março.

"A gente vai acompanhar os próximos passos para ver se esse fluxo estrangeiro continua no Brasil em setembro, estamos às vésperas da eleição e a ver a tomada de decisão do Fed no fim do mês", disse Moretti, citando suporte para o dólar na linha de 5,06 reais e resistência na máxima recente (em torno de 5,24 reais) e em 5,39 reais.

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