Bruxelas, 7 jun (EFE).- O presidente do Partido Socialista
Europeu (PSE), o alemão Martin Schulz, reconheceu hoje a derrota de
seu bloco político nas eleições europeias frente ao conservador
Partido Popular Europeu-Democratas Europeus (PPE-DE) e disse que
esta é uma noite triste para a social-democracia europeia".
"Esta é uma noite triste para a social-democracia europeia",
disse hoje Schulz em entrevista coletiva na sede do PSE na qual
participaram os presidentes dos principais grupos do Parlamento
Europeu.
Por sua parte, o presidente do PPE-DE, o francês Joseph Daul,
afirmou que seu grupo foi o "grande ganhador" após um dia
"estupendo" para o bloco.
Segundo a primeira distribuição de cadeiras divulgada pelo
Parlamento Europeu tomando como base resultados e pesquisas, o
PPE-DE terá entre 263 e 273 parlamentares de um total de 736.
Esta estimativa já inclui a saída dos conservadores do Reino
Unido deste grupo, já que pretendem formar seu próprio grupo.
O PSE terá entre 155 e 165 representantes, enquanto os liberais e
democratas obterão entre 78 e 84 assentos.
Schulz assinalou que, apesar de algumas melhoras pontuais, os
socialistas se saíram "muito mal" na maioria dos países da União
Europeia (UE).
O presidente do grupo socialista justificou os resultados
argumentando que sofreram "grandes derrotas devido à situação
política" doméstica em alguns países da UE.
Para Schulz, o voto foi "muito marcado pela política interna".
Ele deu como exemplo a situação no Reino Unido ou na Hungria,
relacionadas a eventos que "não têm nada a ver" com o trabalho do
grupo socialista na câmara europeia.
O presidente em fim de mandato do Parlamento Europeu, Hans-Gert
Pöttering, lamentou a baixa participação eleitoral, que ficou em
apenas 43,39% - a mais baixa registrada até hoje -, e pediu que
partidos, eurodeputados e veículos de imprensa reflitam para
conseguir uma maior afluência de eleitores.
Mesmo assim, Pöttering se opôs firmemente à possibilidade de que
o Legislativo da UE volte a ser eleito pelos Parlamentos nacionais,
como ocorreu inicialmente até o primeiro pleito europeu, em 1979.
O presidente do grupo Esquerda Unitária Europeia, Francis Wurz,
atribuiu a baixa participação e a falta de interesse à insistência
dos dirigentes europeus em manter o modelo econômico e social
causador da crise. EFE