Investing.com - Wall Street recuou na segunda-feira, uma vez que as preocupações com as perspectivas econômicas superaram os desenvolvimentos positivos do mercado e a aversão ao risco dominou.
O fato de que o spread nos rendimentos dos títulos relaxaram sua inversão nesta segunda-feira, depois de se inverterem pela primeira vez desde antes da crise financeira, os dados econômicos positivos da Alemanha e alívio dos desenvolvimentos políticos nos Estados Unidos não conseguiram evitar a extensão do pânico que desencadeou o pior dia do S&P 500 desde janeiro, no final da semana passada.
Às 11h00, o Dow Jones caía 98 pontos, ou 0,4%, para 25.404,49 pontos, o S&P 500 perdia 11 pontos, ou 0,4%, para 2,789.72 enquanto o Nasdaq Composite negociava em baixa de 41 pontos, ou 0,5%, para 7.601,81 pontos.
Investidores ainda estavam nervosos após a curva de juros ficar invertida na sexta-feira pela primeira vez desde 2007. O rendimento do título Tesouro com vencimento de 10 anos caiu abaixo da nota de 3 meses do T-bill, um evento que alguns analistas consideram prenunciar uma recessão, embora isso nem sempre seja o caso. Em condições normais, um título de longo prazo deve ter um rendimento maior do que um de curto prazo, pois há um risco maior por um período de tempo mais longo.
No entanto, Rob Carnell, economista do ING, alertou contra se chegar a uma conclusão rápida demais.
"Nós suspeitamos que tirar uma conclusão de recessão de tais dados não é garantido até que a curva de juros 3M-10A seja invertida por uma quantia substancial", disse Carnell. "Apenas inverter ... não significa isso para mim."
Charles Evans, presidente do Federal Reserve de Chicago, também minimizou a inversão da curva de juros, dada sua confiança na perspectiva econômica americana.
"Parte disso é estrutural, tendo a ver com a tendência de menor crescimento, menores taxas de juros reais", disse ele na segunda-feira na Credit Suisse Asian Investment Conference em Hong Kong. "Eu acho que, nesse ambiente, é provavelmente mais natural que as curvas de rendimento sejam um pouco mais estáveis do que eram historicamente".
A ex-presidente do Fed, Janet Yellen, também disse na segunda-feira que a curva de juros pode sinalizar a necessidade de redução as taxas de juros em algum momento, mas isso não indica uma recessão.
Mas os investidores avessos ao risco encontraram pouco consolo no fato de que a curva de rendimento voltou à sua forma normal na segunda-feira, com a taxa da letra do Tesouro com vencimento em 3 meses recuando abaixo referência, o título com vencimento em 10 anos.
Em um dia sem grandes relatórios econômicos nos EUA, os dados alemães forneceram sinais positivos à medida que a confiança das empresas na maior economia da zona do euro se recuperou mais do que o esperado, registrando sua primeira melhora após seis meses de queda.
Também reduzindo as tensões, o Conselho Especial Robert Mueller não encontrou evidências de conluio entre os membros da equipe de campanha do presidente Donald Trump e a Rússia, e não apresentou provas suficientes para garantir que o presidente seja acusado de obstrução de justiça, segundo o procurador-geral William Barr disse no domingo.
O fim da investigação à qual Trump sempre se referiu como uma “caça às bruxas” não só pode servir como uma ferramenta potencial para sua campanha de reeleição, mas remove o que alguns vêem como uma distração de questões econômicas urgentes como gastos com infraestrutura ou relações comerciais com a China.
"Agora é a hora de voltar à ofensiva sobre a economia e o crescimento", disse o estrategista republicano Scott Reed.
Nas notícias da empresa, a Apple (NASDAQ: AAPL) está agendada para uma apresentação às 14h00 horas que deverá revelar nesta segunda-feira um esforço secreto de anos de duração para construir um serviço de televisão e filmes.
As ações da Viacom (NASDAQ:VIAB) subiam 7,6% depois que a empresa anunciou que renovou seu contrato com a AT&T (NYSE:T), evitando um blecaute da MTV, Nickelodeon e Comedy Central para usuários da DirecTV.
Fora de títulos e ações, índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, caía 0,1% para 96,02 às 11h02.
Com relação a commodities, contratos futuros de ouro avançavam 0,6% para US$ 1.326,15 a onça troy, ao passo que contratos futuros de petróleo dos EUA recuavam 1,0%, para US$ 58,47 o barril.
- A Reuters contribuiu com esta matéria