Investing.com – A fabricante de bebidas Ambev (BVMF:ABEV3) deve apresentar cenários distintos para as operações das suas marcas em diferentes regiões do globo, segundo analistas. A expectativa é de que a representatividade das vendas de cerveja no Brasil seja destaque, enquanto a crise macroeconômica da Argentina pode bagunçar os indicadores diante da disparada na inflação. A plataforma InvestingPro estima um lucro por ação (LPA) de R$0,30 e uma receita de R$22,536 bilhões.
O Itaú BBA espera números mistos para o 4T23, com as divisões de cerveja no Brasil e América Central e no Caribe (CAC) superando as unidades América Latina do Sul (LAS) e Canadá mais uma vez. O banco estima um EBITDA consolidado de R$ 7,5 bilhões, com margem de 34,4%, além de um lucro líquido de R$4,6 bilhões, alta trimestral de 19%, com menores despesas financeiras compensando parcialmente uma maior alíquota de impostos.
“Espera-se que a cerveja Brasil registre volumes estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior, em uma base de comparação difícil”, destaca o Itaú BBA, mencionando volumes mais baixos e contração sequencial das margens em LAS e Canadá.
Os analistas do Itaú BBA esperam que a divisão de cerveja brasileira favoreça a empresa, mas considera o valuation relativamente exigente, mantendo assim recomendação neutra em relação ao papel, com preço-alvo de R$17.
As estimativas do BTG (BVMF:BPAC11) são de receita de R$22,1 bilhões, EBITA de R$7,6 bilhões e lucro por ação de R$0,30. O banco BTG espera resultados confusos, mas decentes, com poluição dos dados da Argentina, que enfrenta uma crise econômica com contração na economia e disparada na inflação. “O Brasil se destacará mais uma vez: menores despesas administrativas e uma indústria surpreendentemente forte”, enquanto a “contabilidade da Argentina parecerá mais confusa”, afirmam os analistas, que possuem indicação neutra e preço-alvo de R$15.
O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) enxerga volumes recordes de cerveja em 2023, mas aponta mais fatores de crescimento. “O mercado brasileiro de cerveja provavelmente atingirá níveis recordes em 2023, de aproximadamente 15,7 bilhões de litros, segundo o Euromonitor. Estimamos que a Ambev também deve registrar volumes próximos ao recorde de 9,3 bilhões de litros, apenas 1% abaixo do ano anterior, mas 20% acima dos mínimos vistos em 2017”, afirma o banco, ao apontar espaço para maior crescimento.
Entre os motivos, menciona a maior inovação de marcas, produtos e canais combinada com uma “premiumização acelerada” e um ambiente competitivo mais racional, que estaria estimulado uma expansão mais robusta dos volumes.
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