Altos e baixos: corte da Selic ajuda uns e atrapalha outros (Flick/Antony Mayfield)
SÃO PAULO – Um eventual corte mais agressivo da taxa básica de juros (Selic), esperado pelos analistas com base na credibilidade da nova equipe econômica, deve melhorar a vida de empresas com muitas dívidas atreladas aos juros brasileiros, de acordo com o BTG Pactual (SA:BBTG11). Em relatório desta terça-feira (31), a instituição destaca que, no geral, os setores mais beneficiados por um afrouxamento monetário seriam o varejo, a construção civil e os shopping centers.
Mas, quando as empresas são analisadas individualmente, o ranking de quem mais lucraria traz empresas mais sortidas (veja a tabela abaixo). Assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, o relatório mostra as estimativas de quanto o lucro de algumas companhias pode subir, para cada 100 pontos-base de corte na Selic (ou um ponto percentual).
Empresa | Alta no lucro para cada corte de 100 pb no CDI |
CSN (SA:CSNA3) | 152% |
Helbor (SA:HBOR3) | 75% |
Light (SA:LIGT3) | 24% |
Le Lis Blanc (SA:LLIS3) | 15% |
Gafisa (SA:GFSA3) | 13% |
Alupar (SA:ALUP11) | 12% |
Aliansce | 10% |
BR Malls (SA:BRML3) | 10% |
Iochpe-Maxion (SA:MYPK3) | 9% |
Energias do Brasil | 6% |
O BTG Pactual lembra que, segundo o boletim Focus do BC, na média, o mercado já projeta um corte de 137 pontos-base, neste ano, na taxa média da Selic, que ficaria em 12,88% ao ano. Para 2017, a expectativa é que os juros desçam para 11,25%. Boa notícia para alguns, dor de cabeça para outros. Na ponta oposta, o BTG também estima que haverá empresas que serão afetadas negativamente pelo corte dos juros.
Empresa | Queda no lucro para cada corte de 100 pb no CDI |
Via Varejo (SA:VVAR11) | 6% |
Eztec (SA:EZTC3) | 5% |
Marcopolo (SA:POMO4) | 5% |
Porto Seguro | 5% |
SulAmérica | 5% |
Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) | 5% |
Klabin (SA:KLBN4) | 3% |
Tupy (SA:TUPY3) | 3% |
Lopes | 3% |
Brasil Brokers (SA:BBRK3) | 2% |
Dividendos
O BTG também avalia que o corte da Selic aumentará a atratividade das empresas que pagam bons dividendos. A instituição cita os “suspeitos de sempre”: companhias de geração e transmissão de energia e instituições financeiras. Também lista “suspeitos pouco comuns”, como gestoras de planos de saúde e algumas incorporadoras.
Empresa | Papel | Dividend Yield 2016 (estimativa) |
Taesa | TAEE11 (SA:TAEE11) | 15,1% |
TRPL | TRPL4 (SA:TRPL4) | 10,5% |
Qualicorp (SA:QUAL3) | QUAL3 | 9,7% |
AES Tietê (SA:TIET4) | TIET11 | 9,7% |
Alupar | ALUP11 | 9,3% |
Direcional Engenharia (SA:DIRR3) | DIRR3 | 9% |
Banrisul (SA:BRSR6) | BRSR6 | 8,4% |
Multiplus (SA:MPLU3) | MPLU3 | 8,3% |
Par Corretora | PARC3 | 7,7% |
Energias do Brasil | ENBR3 (SA:ENBR3) | 7,6% |