SÃO PAULO – O banco Santander fez uma seleção das melhores ações para “surfar em uma potencial melhora” do Ibovespa. “Se esperarmos a economia melhorar para comprar, já não pagaremos mais tão barato quanto os níveis atuais sugerem”, avaliam o estrategista de pessoa física Leonardo Milane e o analista Ricardo Peretti.
“Sendo assim, considerando que a economia brasileira irá atingir em 2016 o seu pior momento dos últimos anos, é exatamente agora o melhor momento possível para começar a comprar bolsa: ações num nível de preço e múltiplos baratos, e indicadores de confiança que chegaram aos respectivos pisos”, explicam.
Para a equipe do banco, as melhores ações nessa circunstância econômica atual são aquelas que pertencem aos setores que mais sofreram nos últimos anos: bancos, elétricas, educação e infraestrutura.
Veja abaixo as ações:
Risco retorno moderado:
Itaú (SA:ITUB4)): No caso do Itaú, a ação é atrativa, segundo o banco, devido ao atual múltiplo do preço sobre o valor patrimonial esperado para os próximos 12 meses que ainda se encontra 29% abaixo do preço sobre valor patrimonial atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 15% abaixo da média histórica de 1,70x.
Outro ponto atrativo é o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) maior que de seu principal concorrente além de ser historicamente superior ao seu custo de capital próprio. O foco na melhora da qualidade dos ativos (maior exposição a crédito consignado e habitacional) e o mix de geração de caixa defensivo torna a ação umas das preferidas do banco.
Localiza (SA:RENT3): O forte resultado do primeiro trimestre deste ano sugere um potencial de revisão positivo nas expectativas do consenso de lucro para 2016 e 2017, segundo o banco. “Acreditamos que essas revisões positivas ainda não estejam devidamente precificadas”, diz o relatório.
Outro ponto abordado como positivo se baseia no fato de a empresa se beneficiar da deficitária matriz de infraestrutura brasileira, já que outras alternativas de transporte, como ferroviário e fluvial, não comportam a demanda pelo deslocamento de bens e serviços.
Como detentora da maior frota de veículos do país, a empresa apresenta relevante poder de barganha frente às montadoras, o que historicamente se traduz em otimização de capex (despesas de capital) e capital de giro.
Kroton (KROT3 (SA:KROT3)): Para o banco o atual preço por lucro esperado para os próximos 12 meses está 37% abaixo do atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 20% abaixo da média histórica de 14x.
A posição de caixa líquido deve favorecer futuras aquisições da educacional. O audacioso plano de expansão – de 100 novos campus e 448 novos centros de ensino em até 5 anos - deve impulsionar a já forte geração de valor para os acionistas.
Risco retorno alto:
Banco do Brasil (SA:BBAS3) (BBAS3): Nessa categoria, segundo o banco o atual preço sobre valor patrimonial esperado para os próximos 12 meses ainda se encontra 39% abaixo do atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 23% abaixo da média histórica de 0,85x.
Segundo o relatório, o banco é considerado, historicamente, um bom pagador de dividendos e também se beneficiaria de uma queda adicional da curva de juros futuro por conta da melhor percepção de risco. “A readequação de algumas normas do Banco Central poderia diminuir as exigências de capital a alguns tipos de empréstimos”, explica o analista.
Rumo Logística (RUMO3 (SA:RUMO3)): Para o banco, o aumento de capital finalizado em 07 de abril deste ano no valor de R$ 2,6 bilhões deu folga de caixa para a empresa lidar com suas obrigações de curto prazo. Com uma geração de caixa inelástica, 80% de todo volume transportado é para o escoamento de commodities agrícolas do centro-oeste para o Porto de Santos, o que agrada o estrategista.
Apesar do alto endividamento, o banco acredita que isso deva se traduzir em menores despesas financeiras para a comapanhia num futuro próximo uma vez que a queda da Selic se concretize, gerando maior valor para os acionistas.
Outro ponto atrativo é que 80% do volume transportado está contratado é indexado pela inflação, o que garante maior estabilidade e previsibilidade no volume transportado e nas margens operacionais. A possibilidade de "potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política” faz com que a empresa se destaque no campo positivo para o banco.
Risco retorno baixo:
AES Tietê (SA:TIET4) (TIET11): A unit é considerada uma boa opção devido entre outras coisas, a contratos firmados ao longo do último trimestre de 2015 que foram bem recebidos pelo mercado. “A companhia vendeu 100 MW para fornecimento de energia em 2017 e 2018 ao preço de R$ 150/MWh, o que reforça a tese de preços de energia saudáveis no médio e longo-prazo”, diz o relatório.
A baixa alavancagem deve favorecer a participação da empresa em novos leilões de energia durante os próximos anos, além da potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política.
CPFL Energia (SA:CPFE3) (CPFE3): Para o banco, a significativa redução da alavancagem durante os próximos anos levará a maior geração de valor para o acionista. A potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política e o forte dividend yield de 6% esperado para os próximos 12 meses, são considerados positivos para a ação entrar para a lista do banco.