Investing.com – Um ambiente de demanda doméstica e internacional saudável, com receita operacional em um nível recorde para o período. Foi assim que a companhia aérea Azul (BVMF:AZUL4) avaliou o primeiro trimestre deste ano. No entanto, o resultado líquido ajustado foi negativo em R$324,2 milhões no primeiro trimestre, contra prejuízo ajustado de R$727,6 milhões um ano antes. O mercado reagiu relativamente bem ao balanço, com ações preferenciais em alta de 2% no pregão desta segunda, 13, a R$11,30.
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O Ebitda atingiu R$ 1,4 bilhão, um recorde para um primeiro trimestre e um aumento de 37,4% em relação ao 1T23. A alavancagem atingiu 3,7x, uma diminuição de 1,4x em um ano, mas a expectativa é seguir com medidas de desalavancagem, para chegar ao patamar de 3,0x no final deste ano.
Em release de resultados, a companhia disse que a estratégia é totalmente direcionada à expansão da lucratividade, incluindo medidas de transformação da frota, aumento da utilização de aeronaves e outras iniciativas. “Encerraremos este ano como uma companhia aérea muito maior e mais lucrativa”, destacou a Azul no documento.
Segundo a Ativa Investimentos, mesmo com custos de querosene para aviação ainda favorecendo, com custos e opex levemente melhores do que previsto, o balanço foi neutro, diante de receitas operacionais abaixo do estimado.
“Ainda assim, o Ebitda neste 1T24 foi inferior ao que estimávamos e tememos que os recentes aumentos de QAV anunciados pela Petrobras (BVMF:PETR4) somados ao menor ajuste de oferta por parte de Gol (BVMF:GOLL4) possam prejudicar o alcance das metas de Azul para 2024”, alerta o analista Ilan Arbetman.
Arbetman menciona tarifas altas, em nível recorde para um primeiro trimestre, mas pondera sobre uma queda na base trimestral, o que indicaria uma desaceleração na capacidade de repassar preços.
“Apesar de existir diferenças relevantes entre os trimestres, esta tendência será monitorada nos próximos trimestres”, pondera o analista da Ativa.
Assim, com a empresa com menos força para repasses de preços e na expectativa de mudanças no querosene para aviação, pode haver mais dificuldade no segundo trimestre e para atingir as metas do ano, o que motiva a avaliação neutra e preço-alvo ainda em revisão.
Enquanto isso, o Santander (BVMF:SANB11) avaliou os indicadores da companhia aérea como fortes, diante de um Ebitda superior ao consenso em 8%, com “modesta expansão anual do RASK e uma queda significativa do CASK (menores preços dos combustíveis por litro e frota mais eficiente em termos de combustível)”, apontaram os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem.
Também em relatório, os analistas do banco destacam a estabilidade da alavancagem da empresa, mas expansão modesta na receita na base anual.
O Santander estima que a Azul tenha consumido R$ 772 milhões em caixa no trimestre, com aumento significativo nas posições ativas em recebíveis, estoques e depósitos, além de pagamentos de arrendamento de aeronaves e valores destinados a investimentos como compra de peças de reposição e manutenção de motores. O banco também seguiu com recomendação neutra, com preço-alvo de R$16,50.
Azul no InvestingPro
Os movimentos de preço das ações da Azul demonstram forte volatilidade, segundo o InvestingPro. Além disso, as Protips, insights de inteligência artificial (IA) com base em indicadores fundamentalistas, apontam que os papéis foram bastante impactados nos últimos seis meses. Para ter acesso a todas as Protips da companhia, assine o InvestingPro.
A nota geral de Saúde Financeira da Azul no momento é de 2,73. Isso gera uma classificação C e é levemente abaixo da média (que é considerada em 2,75). Assim, a companhia é considerada como “bom desempenho”, de acordo com cinco critérios utilizados pelo InvestingPro.
O preço-justo da Azul é de R$13,31, de acordo com 12 modelos de investimentos do InvestingPro, upside de 17%, com grau de incerteza médio. O alvo de 9 analistas é mais otimista, com preço-alvo estimado em R$22,72.
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