Investing.com - O Ibovespa consolida o patamar de 62 mil pontos com alta de 1% nesta segunda-feira, empurrado por valorização na maior parte das ações, incluindo Petrobras e Vale e pelos setores financeiros e siderúrgicos.
A bolsa brasileira se distancia do clima negativo do vindo do exterior com quedas na Ásia e na Europa, com perdas de 0,7% no DAX, 0,95% no FTSE 100. Nos EUA, os três principais índices – Dow 30, S&P 500 e Nasdaq – operam com leves perdas de até 0,15%.
A semana externa está marcada pela expectativa do discurso do presidente do BCE, Mario Draghi, que poderá dar pistas sobre o futuro do programa de compras de ativos de 80 bilhões de euros, que está agendado para terminar em março. A China também permanece em foco com a divulgação dos dados do PIB, investimento e indústria. Nos EUA, hoje mais cedo, foi publicada a produção industrial de setembro que avançou 0,1%, pouco abaixo da estimativa de +0,1%. Diretores do Fed também deverão se pronunciar durante a semana.
No cenário interno, a expectativa é pela decisão do Copom que anuncia se cortará a Selic na quarta-feira à noite, como aposta o mercado. Nas últimas semanas, com o enfraquecimento do IPCA, corte no preço da gasolina, aprovação com larga margem em primeiro turno da PEC dos gastos e a revisão dos cenários de inflação para 2017, abriu espaço para maiores apostas em um corte de 0,25% a 0,5% na taxa.
A Petrobras (SA:PETR4) dispara 3,5% aos R$ 16,80 em meio ao otimismo interno e o noticiário positivo para a empresa, que compensam a queda de mais de 1% do petróleo. A companhia informou novo recorde na produção de petróleo e gás em setembro, que somou 2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Na sexta-feira, a empresa divulgou que está em negociações avançadas com a Ultrapar (SA:UGPA3) para a venda da Liquigás e uma nova política de preços para os combustíveis.
A Vale (SA:VALE5) ganha 2,5% no pregão desta segunda-feira, negociada aos R$ 16,90. Na China, o minério de ferro avançou quase 2% e voltou à casa dos US$ 58/t. A Veja informou no final de semana que em reunião entre Michel Temer e o presidente do Bradesco (SA:BBDC4) Luiz Carlos Trabuco ficou acertado que a troca de Murilo Ferreira da presidência da Vale será feita por uma empresa de headhunting.
A Gerdau (SA:GGBR4) puxa os ganhos do setor siderúrgico com valorização de 1,5%. A Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) sobe 1,3%, seguida por CSN (SA:CSNA3) e Usiminas (SA:USIM5) com +0,5%.
A Embraer (SA:EMBR3) avança 2,5% em meio a sequência de ganhos iniciada na semana passada, que já adicionou quase 9% de valor de mercado à companhia. A empresa anunciou na quinta-feira o aumento de aeronaves entregues no terceiro trimestre e informou que busca acordos com autoridades dos EUA e do Brasil para encerrar investigações sobre pagamento de propina no exterior.
O Banco do Brasil (SA:BBAS3) valoriza 3% em um dia positivo no mercado interno e na expectativa pela reunião do Copom, ainda de olho no mercado externo. No noticiário do banco ainda está a possibilidade de um PDV que cortará até 10 mil postos de trabalho. Bradesco sobe 1,5%, seguido por Itausa (SA:ITSA4) e Itaú Unibanco (SA:ITUB4) com +1%.
A Qualicorp (SA:QUAL3) despenca 3,5% no Ibovespa com a indecisão sobre o futuro da Unimed-Rio afundada em dívidas e sob intervenção da ANS. Os investidores aguardam nova reunião dos cooperados da Unimed para tentar avaliar o impacto na carteira administrada pela Qualicorp. Mesmo com a queda recente, no mês o papel avança mais de 4%, após ter despencado mais de 15% em setembro.
A Cyrela (SA:CCPR3) desvaloriza quase 2% após anunciar queda de 26% nos lançamentos do terceiro trimestre na comparação anual, mostrando que o fundo do poço do setor ainda está longe de ocorrer. Os lançamentos somaram R$ 452 milhões. As vendas líquidas recuaram 43% para R$ 573 milhões.
Dólar
A moeda acompanha o exterior e também cede frente ao real, negociada a R$ 3,1989.
Atualizada às 17h30