Os principais índices acionários europeus fecharam em alta, nesta sexta-feira, 20, tendo recuperado parte das perdas registradas ao longo da semana. O avanço ocorre apesar da disseminação da variante delta e de dados fracos na região, apoiado em resultados positivos de empresas locais e na esteira dos ganhos em Nova York. A exceção ficou por conta da Bolsa de Milão, que registrou pequena variação negativa nesta sessão.
O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,33%, a 468,80 pontos. Na semana, porém, recuou 1,48%. O analista-chefe da CMC Markets, Michael Hewson, afirma que o mercado não deve ignorar a pequena mudança no sentimento de otimismo visto nesta semana em relação à recuperação econômica. "(...) uma combinação dos ventos contrários promovidos pelas infecções crescentes da cepa delta (do coronavírus), problemas na cadeia de oferta e uma desaceleração auto-induzida na China significa que provavelmente vimos o pico da recuperação, pouco mais de uma semana desde que estávamos registrando recordes", observa o analista.
Em Londres, o FTSE 100 teve alta de 0,41%, a 7.087,90 pontos, no dia, mas recuou 1,81% na semana. A principal alta do índice nesta sessão foi da JD Sports Fashion (LON:JD) (+2,87%), provavelmente impulsionado pelo resultado positivo no segundo trimestre da Foot Locker (NYSE:FL), seu "parceiro" de setor nos EUA, observa Hewson. Ainda na bolsa londrina, as ações do Marks and Spencer Group (LON:MKS) subiram 14,09%, após a empresa elevar sua perspectiva de lucro. É a primeira vez no século que isto ocorre, de acordo com o Financial Times.
Hoje, o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) do Reino Unido informou que as vendas no varejo caíram 2,5% em julho ante junho no país. A leitura frustrou a expectativa de estabilidade de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal. Na visão do ING, a queda não pode ser atribuída à rápida disseminação da cepa delta, mas sim como um marco de "correção" após um impulso inicial com a reabertura das lojas. Além disso, a retomada do setor de serviços pressionou o de bens, dizem os analistas do banco holandês.
O DAX, em Frankfurt, avançou 0,27% hoje, a 15.808,04, porém teve queda semanal de 1,06%. O principal ganho, hoje, foi da Infineon Technologies (DE:IFXGn) (+2.55%). O chefe-executivo da companhia, Reinhard Ploss, disse à Reuters que espera elevar os preços dos semicondutores, devido ao aumento dos custos.
Na Alemanha, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 1,9% em julho em comparação ao mês anterior, informou a Destatis, agência oficial de estatísticas do país. O indicador acelerou em relação ao dado de junho.
Em Paris, o CAC 40 teve alta diária de 0,31%, a 6.626,11, mas despencou 3,91% na semana. Enquanto em Milão, o FTSE MIB caiu 0,04% hoje, a 25.918,27, e 2,76% na semana. Nas praças ibéricas, o IBEX 35 subiu 0,15% no dia, a 8.915,30, mas caiu 0,93% na semana. Já o PSI 20 avançou 0,63% nesta sessão, a 5.337,14, e foi o único com alta semanal, de 2,22%.