No terceiro trimestre deste ano, a inadimplência da carteira do Bradesco (BVMF:BBDC4) era de 6,1%, de acordo com balanço publicado pelo banco nesta quinta-feira, 9. Houve alta de 2,2 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com o mesmo período do ano passado, e de 0,2 pontos em relação ao segundo trimestre deste ano. Os números se referem aos atrasos acima de 90 dias.
De acordo com o banco, o número foi afetado pelo caso específico de um cliente de grande porte em empresas, o que permite inferir que é a Americanas (BVMF:AMER3). Sem o atraso desse cliente, a inadimplência no trimestre teria sido de 5,6%, alta de 1,7 ponto em um ano e queda de 0,1 ponto em três meses.
No segundo trimestre, os créditos da Americanas entraram em atraso, o que impactou os índices de inadimplência da carteira da instituição, que é a maior credora da varejista. Com o atraso no acordo entre a rede e os credores, a inadimplência se ampliou.
Na carteira de grandes empresas, o índice foi de 0,6%, alta de 0,5 ponto em um ano, mas uma baixa de 0,1 ponto em três meses. Considerando-se a Americanas, o índice chegaria a 1,9%.
No segmento de pessoas físicas, o índice foi de 6,6% no terceiro trimestre, alta de 1,5 p.p. em um ano, mas uma queda de 0,1 p.p. no espaço de três meses. "A inadimplência mostrou melhoria graças a novas safras, fruto dos ajustes que fizemos", afirmou o diretor de Relações com Investidores e Controladoria do Bradesco, Carlos Firetti, em podcast para comentar os resultados do banco.
Entre as micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência foi de 7,2%, alta de 2,8 p.p. em 12 meses. Em relação ao trimestre encerrado em junho, houve alta de 0,2 p.p..
Ao todo, R$ 9,987 bilhões em créditos entraram em atraso ao longo do trimestre, volume 38,9% maior que o do mesmo período do ano passado. Essa entrada em atraso correspondeu a 1,6% da carteira do Bradesco, contra 1,1% no mesmo intervalo de 2022.
O banco afirma que grande parte dos novos atrasos foi em créditos que estão totalmente provisionados, ou então, que têm um nível elevado de provisões vindas da carteira renegociada e de safras mais antigas.
No final do trimestre, 89% da carteira do Bradesco estava classificada com notas de AA a C, que são os degraus que indicam maior qualidade; em junho, as operações respondiam por 88,5% do total, e em setembro do ano passado, a 90,4%. Já as operações entre E e H, de menor qualidade, representavam 9% do total no final do trimestre, contra 9,1% no final de junho e 7,2% em setembro de 2022.