Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordinários
Descubra ações agora mesmo

Brasil vê 'corrida' por projetos de energia solar antes do fim de subsídio

Publicado 20.04.2021, 11:25
© Reuters. Parque de energia solar na China

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil tem visto uma verdadeira "corrida" de investidores pelo registro de novos projetos de geração renovável, principalmente solares, em meio à previsão de retirada a partir de 2022 de um subsídio concedido a novos empreendimentos de energia limpa.

O movimento envolve empresas como as espanholas Iberdrola (MC:IBE) e Solatio, as francesas Voltalia (PA:VLTSA) e EDF (PA:EDF), a italiana Enel (MI:ENEI) e a portuguesa EDP Renováveis (LS:EDPR), além da Atlas Energia (OTC:ATLS), da britânica Actis, e grupos locais como Pacto e Casa dos Ventos, segundo relatório da consultoria ePowerBay antecipado à Reuters.

A tendência também entrou no radar da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Um diretor do regulador, Sandoval Feitosa, apontou na última semana "preocupação" com o excesso de pedidos de outorgas para novas usinas e disse que avaliará eventuais mudanças no processo de aprovação de projetos.

O maior apetite de investidores vem após o governo ter sancionado em março uma lei decorrente da medida provisória 998/2020, que prevê o fim de um desconto em taxas pelo uso da rede elétrica garantido hoje a projetos de geração renovável.

Esse incentivo, que é custeado com encargos cobrados nas contas de luz, só será concedido a novos projetos solares e eólicos que obtenham outorga da Aneel até março de 2022.

Se antes da publicação da MP 998, em setembro passado, a Aneel registrou em um mês pedidos de outorga para 8,7 gigawatts em novos projetos, em março de 2021 esse volume mais do que dobrou para 18 gigawatts, destacou a ePowerBay em seu relatório.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

O montante supera a capacidade de Itaipu (14 GW) e é bem maior que o total do Brasil em grandes usinas solares (3,3 GW).

"Certamente o fim do desconto está acelerando a busca pela outorga de autorização pelas empresas desenvolvedoras, principalmente para os projetos solares", afirmou a consultoria.

A grande movimentação acende um alerta devido a temores de que algumas empresas estejam buscando garantir outorgas apenas para lucrar mais à frente, quando projetos que tenham assegurado o desconto no uso da rede vão se tornar mais raros e valiosos, disse à Reuters o presidente da comercializadora de energia Copel Mercado Livre, Franklin Kelly Miguel.

Um dos motivos para preocupações com a possível especulação em torno de projetos e a corrida por outorgas é a possibilidade de que as regiões com melhores irradiações solares acabem "congestionadas", com as usinas previstas esgotando a capacidade da rede de transmissão, disse o sócio da ePowerBay, Afonso Lugo.

"Do norte de Minas até o leste de Goiás tem muitos projetos, é uma região que está bastante requisitada. E isso é puxado pela solar, porque ali não tem eólicas."

O aquecimento nos pedidos de outorga solar também deve-se às menores exigências --eólicas têm que entregar históricos de medição de ventos de pelo menos três anos, acrescentou Lugo.

Entre as empresas que mais solicitaram outorgas para usinas solares junto à Aneel estão as desenvolvedoras brasileiras Aurora Energias Renováveis (7,2 GW), Pacto (5,3 GW) e Casa dos Ventos (4,4 GW), segundo levantamento da ePowerBay.

Das estrangeiras, destacam-se as francesas Voltalia (4 GW) e EDF (1 GW), as espanholas Iberdrola (2,1 GW) e Solatio (1,2 GW) e a portuguesa EDP (SA:ENBR3) Renováveis (1,75GW); além da Atlas (1,2 GW), da Actis, e a italiana Enel Green Power (910 MW).

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

A ePowerBay listou ainda petroleiras, como a anglo-holandesa Shell (LON:RDSa) (SA:RDSA34), que pediu outorga para 1,5 GW em usinas solares, e a Total Eren, da francesa Total (PA:TOTF), que já obteve outorga para 48 MW.

ANEEL ATENTA

O apetite pelas outorgas para renováveis chamou a atenção da Aneel, que avalia os pedidos, disse na última terça-feira o diretor Sandoval Feitosa, em reunião semanal do regulador.

Ele demonstrou preocupação de que certos investidores tenham pedido outorga só para "ocupar um lugar ao sol", prejudicando quem quer "efetivamente implantar seus empreendimentos".

Segundo o diretor, já há queixas de empresários que temem que novos projetos sendo registrados possam interferir negativamente sobre seus empreendimentos em desenvolvimento.

"Temos em torno de mil outorgas vigentes e pouco mais de 200 estão efetivamente em construção", afirmou Feitosa.

Ele ficou de estudar uma proposta para eventual mudança no rito de concessão das outorgas, o que seria submetido à apreciação do restante da diretoria da agência.

DESCONTO VALIOSO

O Ministério de Minas e Energia defende que os subsídios às renováveis que serão eliminados a partir de 2022 geram custos de cerca de 4 bilhões de reais por ano para os consumidores de energia em geral, por meio de encargos na conta de luz, em despesas que ainda aumentavam cerca de 500 milhões por ano.

Os beneficiados com o incentivo são empresas que atuam no chamado mercado livre de eletricidade, onde clientes com grande demanda como indústrias podem negociar diretamente contratos de energia com geradores e comercializadoras.

O CEO da Copel (SA:CPLE6) Mercado Livre (NASDAQ:MELI), Franklin Miguel, disse que na prática o incentivo gera redução de custos de 35 e 40 reais por megawatt-hora para o comprador dessa energia.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Isso permite que a produção de eólicas e solares, negociada no mercado livre elétrico a entre 120 e 130 reais por megawatt-hora, seja bastante competitiva frente à energia "convencional" de hidrelétricas, vendida a 90 reais por MWh, exemplificou ele.

Últimos comentários

A classe média, como sempre, vai pagar pela politicagem safada. A lei foi criada e acabou beneficiando muito mais as empresas do que as PF, até a AMBEV entrou na onda para fornecer energia para os bares. Quem pagava a conta era a classe média. Agora, a lei foi cancelada e a classe média que poderia ter algum beneficio específico para utilizar a energia solar, entra na onda das grandes empresas que usavam este subsidio para lucrar.
Enquanto isso Focus Energia com seu projeto Futura e faturamento de 40 bilhões vai caindo na bolsa kkkkkkk.
A duvida fica: O quanto irá influenciar para a pessoa física que quer e ou já tem implantado um sistema fotovoltaico em sua residência e faz a compensação do excedente com a concessionária?
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.