Investing.com – As ações do Carrefour (BVMF:CRFB3) disparavam nesta terça-feira, 20, em repercussão à divulgação de seu balanço trimestral que, apesar do prejuízo contábil, apontou tendências melhores para a rentabilidade, de acordo com analistas. Às 10h40 (de Brasília), os papéis registravam alta de 9,59%, a R$11,88.
As vendas brutas foram de R$31,1 bilhões, queda anual de 1,2%, afetadas pela deflação alimentar em 2023, com Ebitda ajustado de R$1,9 bilhão e lucro líquido ajustado de R$520 milhões, ante R$550 milhões em igual intervalo do ano anterior. No critério contábil, houve prejuízo de R$565 milhões, ante lucro de R$426 no mesmo período de 2022.
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Em release de resultados, o Carrefour disse que o ano passado foi de transformação, com a finalização da integração do grupo Big e a conversão de 129 lojas. A atuação segue para otimizar e simplificar as operações, com perspectiva de ajustes na rede de lojas.
De acordo com a Guide Investimentos, apesar do resultado fraco, a rentabilidade veio melhor do que esperado, e houve diminuição do estoque, favorecendo a dinâmica de capital de giro. “O Carrefour entregou um resultado fraco, marcado pela continuidade dos impactos da deflação alimentar e da redução do parque de lojas no top-line, enquanto o Atacadão entregou uma leve melhora em sua rentabilidade”, detalha o analista Lucas Rietjens.
A margem bruta da empresa piorou para 19%, mas houve ganhos na margem bruta e Ebitda no Atacadão, diante de “melhores condições comerciais, redução de despesas e maturação das lojas”. A Guide completa ainda que o endividamento da companhia gerou uma pressão no resultado financeiro, levando ao prejuízo.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31), por sua vez, avaliou os dados como mistos, “com a deflação alimentar e fechamento de lojas pressionando a performance de receita e lucro, mas melhorando a rentabilidade no business core”.
De acordo com os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, a companhia pretende finalizar a otimização do seu parque de lojas até o segundo trimestre deste ano, “com 123 fechamentos de lojas com a maior parte das despesas não recorrentes sendo registradas nesse trimestre, enquanto os ganhos a nível do EBITDA devem chegar a R$200 milhões/ano”.
O BTG (BVMF:BPAC11) aponta ajustes graduais pela frente, que tendem a continuar neste semestre. Segundo o banco, a companhia teria mostrado tendências fracas nos últimos balanços e, ainda que melhorias de eficiência para otimização de seu portfólio sejam esperadas, a integração com o grupo Big ainda pesa, afirmam Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima. O BTG segue com recomendação neutra e preço-alvo de R$13.