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China dá passo histórico e abre zona de livre-comércio de Xangai

Publicado 29.09.2013, 10:11
MAR
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José Álvarez Díaz.

Xangai (China), 29 set (EFE).- A China deu neste domingo um novo passo histórico na abertura ao mundo de seu sistema econômico e financeiro com o lançamento oficial da nova zona de livre-comércio de Xangai, uma área experimental, mas capaz de revolucionar o peso do país na economia internacional.

Xangai, que já é a capital financeira e comercial da China e conta com o porto mercante mais ativo do mundo, se dota assim de uma área onde experimentará, formalmente já fora das fronteiras chinesas, o que ocorre se permite o livre câmbio do iuane ou deixa as taxas de juros bancários nas mãos do mercado.

Após uma cerimônia da qual participou o ministro de Comércio chinês, Gao Hucheng, junto com o secretário-geral do Partido Comunista da China (PCCh) em Xangai, Han Zheng, a nova zona começou a operar hoje com normas especiais distintas às do resto do país, pelo menos até 2016.

A ideia do governo chinês é que durante esses primeiros três anos a zona sirva para pôr a toda prova reformas econômicas e um sistema de regulações que lhe permita realizar mais passos de abertura com sucesso.

Segundo Dai Haibo, subdiretor do Comitê Administrativo da Zona Piloto de Livre-Comércio de Xangai, quando passem esses três anos, por volta de outubro de 2016, a China decidirá o que fazer em seguida, embora, a princípio, espera-se que se dê lugar a um novo rodízio de reformas.

A zona funcionará como "um campo experimental para ensaiar reformas econômicas" e promover um maior desenvolvimento, por meio do comércio internacional, que facilite a expansão do crescimento chinês a todo o país, declarou Gao em seu abertura.

Para tornar tudo isto possível, as normas nacionais e locais que regulam o investimento estrangeiro em Xangai serão suspensas dentro da zona de livre-comércio durante pelo menos três anos, a partir de terça-feira, 1º de outubro, simbolicamente Dia Nacional da China.

Um primeiro grupo de 25 empresas chinesas e estrangeiras recebeu nesta manhã sua permissão oficial para instalar-se na nova zona.

Esta "mini-Hong Kong" nos arredores de Xangai, como lhe chamou a própria imprensa local, será a primeira zona deste tipo em território continental chinês sob o Convênio de Kyoto, e competirá com outras zonas similares asiáticas, como a da ex-colônia britânica, a sul-coreana Busan e a própria Cingapura.

Sua criação, anunciada de forma surpreendente em julho, aprovada em agosto e posta em prática hoje, apenas três meses depois, só se explica porque nasce com instalações logísticas já existentes, e porque se trata de um projeto defendido como uma necessidade pelo novo governo chinês, embora tenha sofrido forte oposição interna.

O próprio primeiro-ministro, Li Keqiang, cujo Executivo tomou posse em março, arriscou todo seu capital político para tornar possível a nova zona, apesar da forte resistência que encontrou entre os próprios organismos econômicos chineses, como seus reguladores da Bolsa de Valores e do setor bancário.

Isto parece indicar a determinação do novo governo em fazer reformas econômicas e dar passos na abertura do mercado chinês difíceis de imaginar durante a década anterior.

Li Keqiang parece querer demonstrar com Xangai como seu plano econômico pode salvar a China de uma aterrissagem forçada, após três décadas de rápido crescimento contínuo.

Sua receita econômica (não aos estímulos, à injeção de capital de Pequim, como fez-se perante o início da crise internacional, em 2008, e reformas estruturais para a abertura do mercado) pode representar agora uma janela de abertura, em Xangai, para o investimento estrangeiro em setores antes vedados.

Os bancos estrangeiros poderão abrir filiais controladas completamente por eles dentro dos limites da zona franca, da mesma forma que as operadoras de telecomunicações, enquanto os mercados internacionais de matérias-primas, como a Bolsa de Metais de Londres, poderão ter ali seus próprios armazéns.

Daí a forte oposição dos reguladores, embora Li pareça pretender, sobretudo, estimular a economia chinesa, intervindo menos e facilitando mais o investimento estrangeiro.

Alguns analistas consideram que Li e o presidente Xi Jinping estão condenados a reformar o sistema econômico chinês, perante o risco de uma freada forte e repentina de seu crescimento das últimas décadas, que poderia estender-se como um descontentamento social pouco desejável para a estabilidade do Partido Comunista (PCCh) à frente do país.

Tudo relacionado a esse crescimento chinês tende a desacelerar-se pela queda de suas exportações, motivo pelo qual Pequim quer evoluir rumo a uma economia mais orientada aos serviços e mais movida pelo consumo, enquanto tenta fazer que o iuane, hoje a nona divisa mais usada do planeta, chegue ao patamar do euro e do dólar.

O que explica o projeto oficial de fazer de Xangai um dos principais centros financeiros e comerciais do planeta em 2020, com uma influência mundial comparável à de Londres ou Nova York, embora isso só será possível com um sistema financeiro e jurídico aberto e transparente capaz de competir com elas.

Resta ver agora até que ponto Pequim será capaz de soltar as rédeas de seu crescimento na nova zona, para que Xangai alcance de verdade esse lugar na economia mundial. EFE

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