Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - Os estrategistas de ações do Goldman Sachs acreditam que o foco durante as próximas teleconferências de resultados do 3º tri será o impacto da valorização do dólar nos lucros das empresas.
Os grandes bancos darão início à divulgação dos balanços do período nesta semana. A previsão consensual é que haja um crescimento anual de 3% no lucro por ação (LPA). No entanto, com exceção de energia, o LPA deve registrar uma queda da 3%.
“Nossa expectativa é que haja menos surpresas positivas no 3º tri em comparação com o 1S2022 e revisões negativas nas estimativas para o 4º tri e 2023”, escreveram os estrategistas em nota aos clientes.
Os analistas do banco pediram que os clientes se concentrassem em três riscos na próxima temporada de resultados do 3º tri e nas estimativas para 2023:
- Obstáculos para o crescimento das vendas (força do dólar);
- Obstáculos para as margens, com foco no vigor do consumo; e
- Impostos.
Apesar de diversas atualizações negativas, como as fornecidas por FedEx (NYSE:FDX) (BVMF:FDXB34), Micron (NASDAQ:MU) (BVMF:MUTC34) e AMD (NASDAQ:AMD) (BVMF:A1MD34), os estrategistas ressaltaram que as estimativas consensuais de LPA do 4º tri de 2022 recuaram “apenas 1% no acumulado do ano e ainda esperam um crescimento de 7% a/a".
“As estimativas de LPA para todo o ano de 2023 foram reduzidas em apenas 2% no acumulado do ano e o consenso prevê um crescimento anual de 7% no LPA, graças a um crescimento de 5% nas receitas e 11 pontos-base da expansão da margem”, acrescentaram os estrategistas.
Por essa razão, os estrategistas esperam ver revisões mais negativas nas estimativas consensuais de LPA de 2023 do S&P 500.
“Prevemos que o LPA de 2023 será de US$ 234 (crescimento de +3%) em nossa linha de base, cenário de 'pouso suave'. Isso ficou abaixo da atual previsão consensual de US$ 241 (crescimento de +7%). Nesse cenário, o crescimento das vendas em 2023 desacelerará 4% e as margens terão uma contração de 25 pontos-base, para 12%. O S&P 500 terminará este ano em 3600 (15x P/L prospectivo) e 2023 a 4000 (16x P/L)”.
Em um cenário de “pouso forçado”, o Goldman Sachs (NYSE:GS) avalia que os resultados podem sofrer uma queda para US$ 200, o que fará com que o S&P 500 recue para 3150.
Por fim, os analistas do banco pediram que os clientes focassem em ações que tenham maior volume de vendas nos EUA, e não no exterior.