PARIS (Reuters) - A família francesa Moulin, que neste ano se tornou a maior acionista do Carrefour (PARIS:CARR), vai pedir dois assentos no Conselho na próxima assembleia de acionistas da varejista francesa em 11 de junho, disse uma fonte próxima do assunto nesta quarta-feira.
A decisão reflete um reequlíbrio no Carrefour para dar mais força a especialistas de varejo como os Moulin e o brasileiro Abilio Diniz, que neste mês dobrou sua participação e se tornou o quarto maior acionista da companhia, dizem analistas.
A família Moulin, dona da loja francesa de departamento Galeries Lafayette (GALP.UL), vê seu investimento no Carrefour como diversificação num setor de varejo que conhece muito bem.
"(Os nomes de) Patricia Lemoine, a filha de Ginette Moulin, e Philippe Houze serão propostos," disse a fonte para a Reuters.
Moulin é a neta do fundador da Galeries Lafayette, Theophile Bader. Houze, presidente do Conselho da Galeries Lafayette, é seu genro e tem status de observador no Conselho do Carrefour.
Outros principais acionistas do Carrefour incluem o Groupe Arnault, a holding do magnata de luxo e proprietário da LVMH, Bernard Arnault, com 8,99 por cento, e o fundo de investimento norte-americano Colony Capital, com 5,80 por cento. O Groupe Arnault tem dois assentos no Conselho de 14 membros do Carrefour, enquanto o Colony tem um.
No começo deste mês Diniz anunciou que aumentou sua participação no Carrefour para 5,07 por cento.
"Diniz é um bloco a mais depois dos Moulin rumo a uma reorganização do capital do Carrefour na direção de varejistas puros e provavelmente à frente de uma futura saída do Arnault e do Colony do capital", disse o gerente sênior da consultoria Kurt Salmon Yves Marin.
No começo de abril fontes disseram à Reuters que Diniz negociava para comprar parte ou todo da fatia do Groupe Arnault e que queria um assento no Conselho do Carrefour. No entanto, a Península Participações, o veículo de investimento que administra a fortuna do empresário, negou a informação.
Um porta-voz em Paris da Península Participações disse à Reuters nesta quarta: "A informação que tenho é que Diniz não tem plano de buscar um assento na assembleia de 11 de junho".
O Carrefour não quis comentar.
(Por Dominique Vidalon)